14/04/2017

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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I~MEGA FÁBRICAS - 1-MICHELIN

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I~MEGA FÁBRICAS
1-MICHELIN



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HOJE  NO 
"OBSERVADOR"
França. 
Sondagem deixa Mélenchon 
muito próximo de disputar segunda
 volta com Le Pen ou Macron

A última sondagem do Le Monde coloca Marine Le Pen e Emmanuel Macron empatados como favoritos para passarem à segunda volta das eleições francesas — mas Mélenchon está cada vez mais perto deles.

A pouco mais de uma semana da primeira volta das eleições presidenciais, o Le Monde publicou uma sondagem que deixa apenas uma certeza: nenhum candidato pode cantar vitória antes de saírem os resultados, no dia 23 de abril.
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Segundo aquele estudo de opinião, Emmanuel Macron (centrista liberal e ex-ministro da Economia de François Hollande) e Marine Le Pen (extrema-direita, da Frente Nacional) são os favoritos para disputarem a segunda volta, aparecendo cada um com 22% na intenção de votos. Logo a seguir, está Jean-Luc Mélenchon (extrema-esquerda, da campanha França Insubmissa) com uma previsão de 20%. Em quarto lugar, e a fechar o leque daqueles que ainda podem ter esperanças de chegar à segunda volta, está François Fillon (direita, candidato d’Os Republicanos), com 19%.

Esta sondagem, realizada entre 12 e 13 de abril, demonstra uma queda dos dois favoritos em relação ao estudo anterior, feito entre 7 e 9 de abril. Agora, Emmanuel Macron e Marine Le Pen perdem 2%. Por outro lado, Jean-Luc Mélenchon sobe 1,5% e François Fillon cresce 1%.

O facto de esta sondagem ter uma margem de erro de 2,7% significa que, para aqueles quatro candidatos, ainda está tudo em jogo. O mesmo não pode ser dito sobre Benoît Hamon, o candidato do Partido Socialista, que recebe apenas 7,5% das intenções de voto.

A sondagem, que contou com a participação de 1509 internautas, dos quais 927 têm a certeza de que vão votar, demonstra ainda que Marine Le Pen é a candidata cujo eleitorado está mais firme na sua decisão e que, por isso mesmo, mais dificilmente mudará até dia 23 de abril. Ao todo, 80% dos eleitores de Marine Le Pen estão seguros de que vão votar nela, ao passo que apenas 15% admitem mudar de ideias.

De seguida, são os eleitores de Fillon que demonstram mais certezas, com 80% a garantirem o voto no candidato d’Os Republicanos e somente 20% a admitirem uma alteração no sentido de voto.

A incerteza do eleitorado aumenta à medida que se vai caminhando para a esquerda. Ainda ao centro, Macron tem 68% do seu eleitorado garantido e 32% ainda claudicante. Depois, segue-se o candidato do Partido Socialista, Benoît Hamon, com 57%-43%. Por fim, Jean-Luc Mélenchon 66%-34%.

Neste momento, uma das grandes expectativas, e que esta sondagem vem potenciar, é perceber até onde pode chegar o candidato da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon. À esquerda, os apelos à desistência Benoît Hamon (que nas primárias socialistas era o candidato mais à esquerda) multiplicam-se, na esperança de que mais votos sejam canalizados para o candidato da França Insubmissa.

* Se Mélenchon vai à segunda volta é uma bomba no Eliseu.

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ÍNDIA

4-O NEGÓCIO DO CABELO



FONTE: WebMandocsPT

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Lua Encélado tem condições 
para albergar vida microbiana

Sonda Cassini, da NASA, detetou hidrogénio nas plumas daquela lua de Saturno, o que pode indicar existência de fontes hidrotermais

No oceano de água líquida que mora sob a superfície gelada de Encélado, a sexta maior lua de Saturno, existem alguns dos ingredientes essenciais à vida. Entre eles, está o hidrogénio, e em grande abundância, como acabam de confirmar os cientistas da missão Cassini, da NASA. 

O alcance da descoberta é imenso: ele abre a possibilidade de existir ali alguma forma de vida microbiana.
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A presença de hidrogénio nas plumas de vapor que a Encélado projeta de tempos a tempos a grande altitude no espaço , e que a Cassini viu pela primeira vez em 2005, quando lá chegou há 12 anos, mostra, segundo os cientistas, que naquele pequeno mundo distante e gelado existem, afinal, as condições necessárias para haver fontes hidrotermais, um tipo de sistemas submarinos que, na Terra, são verdadeiros oásis de vida - microbiana e outra. 

A cinco meses do seu mergulho final na atmosfera de Saturno (ver caixa), a sonda Cassini continua assim a ter grandes novidades para contar, depois de nos últimos 12 anos ter desvendado muitos dos segredos do planeta dos anéis e das suas muitas luas.

Foi a sonda da NASA que na última década descobriu, por exemplo, algumas dessas luas e foi ela também que viu pela primeira vez, e analisou, as plumas de vapor que se escapam a alta velocidade do seu mar interior, através das fissuras que se geram na grossa camada de gelo que cobre completamente aquele pequeno mundo.

O estudo desses jatos que saem de Encélado a altas temperaturas e a uma velocidade próxima dos 2100 quilómetros por hora, atingindo uma altitude demais de 15 quilómetros em relação à superfície da lua, mostrou em 2007, para grande surpresa dos cientistas, que a constituição desse vapor é idêntica ao material primordial de que são feitos os cometas, com a presença de moléculas orgânicas.

Impunha-se, assim, fazer novas aproximações a Encélado, para recolher mais dados e aprofundar o conhecimento sobre aquela intrigante lua de Saturno, e isso acabou por suceder em dezembro de 2015. Foram as observações feitas nessa altura por um dos instrumentos da sonda que confirmaram a existência de hidrogénio nos jatos de vapor de Encélado.

Em boa hora, porque aquela foi também a última vez que a Cassini chegou tão perto daquela lua de Saturno. A missão termina este ano, em Setembro, com a autodestruição da sonda durante o mergulho programado na atmosfera do planeta dos anéis. Isso será uma oportunidade para colher imagens com uma proximidade sem precedente dos anéis e da atmosfera de Saturno e, ao mesmo tempo, garante que não haverá possibilidade de contaminação de Encélado, sobretudo sabendo-se agora que há muitas probabilidades de ali haver vida microbiana. 

Apesar de os dados terem sido recolhidos em dezembro de 2015, os cientistas só agora confirmaram a descoberta - publicaram ontem os resultados na revista Science - porque tiveram de fazer uma análise detalhada para descartar a hipótese de a origem do hidrogénio estar no próprio instrumento de medição da Cassini.

A presença deste hidrogénio nos vapores lançados no espaço por aquela lua de Saturno faz dela um dos três mundos do sistema solar em que os cientistas mais apostam agora como podendo albergar vida - além da Terra. Os outros são Marte, onde há praticamente a certeza de que a vida, pelo menos, já existiu, e Europa, a lua de Júpiter que também tem um oceano de água líquida interior, e que poderá, igualmente, albergar fontes hidrotermais.

* Oremus à Ciência e à Tecnologia.

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1-A ESTRADA DA FOME



Documentário da fome, fome no Maranhão, Triste da Pobreza do Maranhão, Miséria, sofrimento, precisamos fazer algo Contra Fome.

PERGUNTA: Como é que os cristãos de todo o mundo sempre a "espalhar" o bem em nome do Senhor, são cúmplices desta desumanidade?

FONTE: Marcos Woeth

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HOJE NO 
"RECORD"
Cristiano Ronaldo vai processar 
'Der Spiegel' após "acusação 
nojenta e ultrajante"

Cristiano Ronaldo vai agir judicialmente contra a publicação alemã 'Der Spiegel" que esta sexta-feira divulgou um artigo adiantando que o internacional português terá pago 258.172 euros a jovem em Las Vegas, em 2010, no âmbito de uma acusação de cariz sexual. 
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A propósito deste artigo a Gestifute, empresa que representa Cristiano Ronaldo, emitiu um comunicado, dizendo tratar-se de  "uma peça de ficção jornalística", baseada em "documentos não assinados e em que as partes são identificadas por códigos" e em "emails entre advogados que não dizem respeito a Cristiano Ronaldo".

A Gestifute frisa que a reportagem é "falsa" e que Cristiano Ronaldo vai avançar com um processo, tanto mais que  "a imputação de uma violação é uma acusação nojenta e ultrajante que não pode ficar em claro".

Comunicado
"O Jornal alemão Der Spiegel publica hoje uma extensa notícia sobre uma alegada acusação de violação que, segundo se refere, teria sido feita a Cristiano Ronaldo em 2009, ou seja, há cerca de 8 anos.
Trata-se de uma peça de ficção jornalística.

A suposta vítima recusa ser identificada e corroborar a estória. E todo o enredo se baseia em documentos não assinados e em que as partes são identificadas por códigos, em emails entre advogados que não dizem respeito a Cristiano Ronaldo e cuja autenticidade ele desconhece, e numa suposta carta que teria sido enviada pela putativa vítima, mas que ele nunca recebeu.

A reportagem do Der Spiegel é falsa e Cristiano Ronaldo agirá contra esse órgão de comunicação social por todos os meios ao seu alcance. A imputação de uma violação é uma acusação nojenta e ultrajante que não pode ficar em claro."

* Der Spiegel = NOJO

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LUCREEZIA REICHLIN

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Democracia acima de
soberania na europa

Qualquer campanha pró-União Europeia, para ser convincente, tem de abordar os problemas resultantes do euro. Adoptada por 19 dos 28 membros da UE, a moeda comum tornou-se numa das principais fontes de desilusão da integração europeia.

O futuro da União Europeia (UE) pode não estar oficialmente a ser votado nas eleições na Holanda, França, Alemanha e Itália. Mas os resultados das eleições vão ter uma grande influência no futuro da Europa.

O sentimento anti-UE está mais generalizado do que nunca, como foi demonstrado pelas febris campanhas dos populistas de direita como Geert Wilders, na Holanda, e como Marine Le Pen, em França. Mas há também sinais de apoio a uma renovação e reinvenção da União Europeia – uma mensagem que está a ser abraçada pelo francês Emmanuel Macron e pelo alemão Martin Schulz.

Qualquer campanha pró-União Europeia, para ser convincente, tem de abordar os problemas resultantes do euro. Adoptada por 19 dos 28 membros da União Europeia (27 depois do Brexit), a moeda comum tornou-se numa das principais fontes de desilusão da integração europeia. Apesar de a crise do euro, na sua forma mais aguda, ter terminado, a Zona Euro continua a ser uma construção frágil. No caso de existir um novo evento que gere volatilidade, as dúvidas quanto à sua sobrevivência podem facilmente regressar.

A raiz da fragilidade da moeda única assenta nas falhas do Tratado de Maastricht, que dita que os membros da Zona Euro tenham uma política monetária comum e políticas orçamentais individuais, que se adaptam a regras orçamentais partilhadas. Mas já está provado que a mera existência de regras orçamentais é uma garantia insuficiente do seu cumprimento e não há um mecanismo de regulação, ao nível da União Europeia, para assegurar a disciplina orçamental adequada.

Se isto não mudar, vai haver sempre o risco de os membros mais frágeis acumularem uma dívida insustentável, obrigando os membros mais fortes a escolher entre permitir empréstimos, que em termos políticos são insustentáveis, e permitir aos Estados-membros que saiam, o que cria uma instabilidade que pode deitar abaixo todo o projecto. Uma vitória das forças pró-europeias nas próximas eleições pode dar essa oportunidade – talvez a última oportunidade – para prosseguir com as mudanças ao Tratado de Maastricht que são necessárias.

Essas mudanças não vão ser fáceis de executar. Os europeus vão ter de aceitar uma mudança fundamental na legitimidade da Zona Euro, passando de um compromisso simples para uma governação económica baseada em regras para uma abordagem discricionária levada a cabo por uma autoridade com legitimidade democrática.

Sem uma união política, é compreensível que seja adoptada uma abordagem que tem por base regras. Alinha-se com a lógica de independência de um banco central: os decisores não eleitos estão comprometidos com um conjunto de regras objectivas, como ter uma meta para a taxa de inflação, pelas quais podem ser responsabilizados. Mas esta lógica não funcionou na Zona Euro, onde regras concretas não conseguiram evitar a pressão para que haja uma redistribuição que os eleitores não apoiam.

Agora isto tornou-se evidente e alguns defendem que o mercado deve ter um papel mais relevante de forma a que possa obrigar a que haja uma maior disciplina. As propostas para um novo enquadramento para empréstimos soberanos, que permita uma reestruturação ordeira, reflecte este raciocínio.

Uma das propostas sugere que o Mecanismo Europeu de Estabilidade adopte um sistema semelhante ao do Fundo Monetário Internacional, de forma a evitar empréstimos a países insolventes e obrigar à reavaliação ou reestruturação depois de ter sido ultrapassado um certo nível de dívida. Tal abordagem faria com que a regra "não resgate" fosse mais credível e evitaria colocar um elevado fardo na política monetária.

Mas seria inocente acreditar que tal esquema resolveria o problema. Os receios de contágio seriam sempre justificados na união monetária, dado que as externalidades de uma crise de dívida num país podem sempre infectar o resto da união. Posto isto, um enquadramento que tenha por base exclusivamente os mecanismos de mercado é mais susceptível à instabilidade.

Isto não significa que um enquadramento de reestruturação de dívida conduzido pelo mercado não tem lugar na reforma da Zona Euro. Tem lugar, assim como um conjunto simples de normas comuns. Mas, para apoiar uma política orçamental partilhada e alcançar um mix melhor de políticas orçamentais e monetárias, é necessária uma terceira componente: uma autoridade federal orçamental independente focada em criar mecanismos de partilha de risco. Tal autoridade iria precisar de um pequeno orçamento e algum poder discricionário para ser capaz de ajustar a sua abordagem de forma a responder aos acontecimentos.

Claro que, se tal sistema for percepcionado como algo que está a enfraquecer a soberania dos Estados-membros não será politicamente viável. Os seus críticos terão de ser convencidos da sua legitimidade política. Sem uma união politica completa, isso só pode ser alcançado dando enfase à transparência, independência e com um papel muito maior do Parlamento Europeu, possivelmente em coordenação com os parlamentos nacionais.

Afinal, a questão central que a Europa enfrenta não é a soberania, como dizem os populistas de direita, mas sim a democracia. (Com mercados integrados, a soberania nacional total é uma ilusão). O que a Europa precisa hoje é de um tratado que expanda a legitimidade democrata ao nível da União Europeia. Preservar a soberania nacional com base em instituições que foram desenhadas para uma economia europeia menos integrada do século XIX é a receita para o fracasso.

Lucrezia Reichlin, antiga directora de investigação do BCE, é professor de economia na London Business School.
Copyright: Project Syndicate, 2017. 


IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
12/04/17

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1200.UNIÃO



EUROPEIA



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HOJE NO 
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Investigadores da PJ acusados de receberem dinheiro de traficantes 

Ex-coordenador da PJ Dias Santos e ex-inspetor-chefe Ricardo Macedo acusados de receber "avenças" ao longo de anos para colaborar no crime.

Dois históricos investigadores da Unidade Nacional de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da Polícia Judiciária (PJ) terão recebido das mãos de traficantes entre 20 e 25 mil euros por informações de inquéritos que permitiram evitar prisões ou fazer entrar em Portugal avultadas quantidades de droga. 
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Estas imputações constam da acusação do Ministério Público (MP) ontem proferida contra o ex-coordenador Dias Santos e o ex-inspetor-chefe Ricardo Macedo, suspeitos de crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa e corrupção passiva, a par de um elemento da GNR e de mais 26 traficantes.

* No melhor pano pode cair a pior nódoa.

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I-HUMANIDADE

A HISTÓRIA DE TODOS NÓS

2- INVENTORES


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IRAQUE
A GUERRA CONTRA O ISIS EM MOSSUL




FONTE: EDUARDO MEDEIROS

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Morreu o jornalista e escritor 
Mário Contumélias

O jornalista Mário Contumélias, 68 anos, morreu na quinta-feira, em sua casa, em Lisboa, vítima de doença prolongada, disse hoje à agência Lusa fonte da família.
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Natural de Setúbal, Cortumélias foi jornalista no jornal ‘O Século’, além de poeta e escritor, também foi autor de músicas no Festival da Canção - RTP, tendo José Cid cantado um dos seus escritos, ‘O Largo do Coreto’, em 1978.

O velório de Mário Contumélias realiza-se a partir das 16:00 de hoje, na Igreja do Campo Grande, em Lisboa, onde será realizada missa de corpo presente, no sábado, às 12:45.

O funeral partirá às 13:00, de sábado, para o cemitério do Alto de S. João, em Lisboa, onde será feita a cremação, às 14:00, disse a mesma fonte.

* Partiu um homem da cultura e da comunicação, é sempre triste a partida.

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Dino d'Santiago

Djonsinho Cabral


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HOJE NO 
"O JORNAL ECONÓMICO"

Chegou a aplicação para conectar 
os idosos ao mundo

Em junho chega a XIMI, uma aplicação disponível em todas as plataformas mobile para conectar os idosos à família e aos profissionais de saúde.

Chegou a XIMI, que estará disponível em todas as plataformas mobile com o propósito de conectar idosos com a sua família, amigos, profissionais de saúde, sensores e equipamentos médicos. Trata-se de uma aplicação de fácil utilização e perfeitamente adaptada às necessidades e capacidades dos mais séniores, que visa não só combater o isolamento, mas também promover hábitos de vida saudáveis, através do contacto com os utilizadores e da “gamificação”, fazendo uso dos conceitos de realidade aumentada e computação cognitiva. 
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Com um investimento na ordem dos cem mil euros pelo Grupo Compta, a XIMI utiliza metodologias de jogo, desafiando os seus utilizadores para aventuras relacionadas com hábitos de vida saudáveis. Simultaneamente, conecta-se com outros dispositivos para recolher informações, dados ou sinais biométricos como a pressão arterial ou o peso. Estes dados são depois cruzados com outros detalhes relativos à saúde do utilizador e permitem, através de mecanismos de inteligência artificial, adaptar automaticamente os desafios propostos a cada pessoa. Caso o utilizador o permita, os dados poderão ser partilhados com profissionais de saúde. 

Além das referidas funcionalidades, a aplicação é um canal de permanente comunicação entre o idoso e aqueles que lhe são mais próximos (cuidadores informais), os quais, através da aplicação, podem lançar desafios, receber alertas, tomar conhecimento do estado de saúde do utilizador ou, simplesmente, estabelecer um diálogo direto com o mesmo.

Segundo Luís Curvelo, um dos fundadores da aplicação, a XIMI surge no âmbito da plataforma nacional de ideias, Lusideias, uma iniciativa do Grupo Compta que visa apoiar projetos na área das tecnologias móveis. A iniciativa encontra-se aberta aos colaboradores da Compta e a todos os portugueses.

“A ideia surgiu internamente numa equipa que acumula diversas competências na área da saúde e bem-estar. Após a validação do conceito decidiu-se testar na prática a aplicação e nada melhor do que colocar à prova a equipa no Hack for Good 2016 que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, tendo sido selecionado e premiado”, refere o responsável. 
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Seguiu-se depois o Web Summit 2016, tendo sido considerados pela organização como Beta. Daqui, surgiu o contacto com a Vertical na Finlândia onde está atualmente a acelerar o projeto. “Na verdade, fomos selecionados entre 260 candidaturas mundiais, das quais foram escolhidas 11. Resultado: a XIMI está naquele que é um dos melhores aceleradores na área da saúde e bem-estar da europa. 

Trabalhando diretamente com grandes empresas como a Samsung ou a Telia Sonera A isto soma-se outra distinção, ao termos sido distinguidos na Smart City Expo World Congress and Fira de Barcelona entre os três finalistas distinguidos na categoria Sociedade”, salienta.

Fazer 2,5 milhões de pessoas felizes
Luís Curvelo assegura que através desta aplicação pretendem fazer 2,5 milhões de pessoas felizes em cinco anos e em cinco países. “Combater a solidão através da gamificação e inteligência cognitiva. É assim que vamos fazer as pessoas mais felizes, ativas e saudáveis”, garante. 

Em junho, vai ser lançada comercialmente a aplicação em Portugal. Paralelamente, na Finlândia, onde também estão e pretendem estabelecer em conjunto com a Vertical as parceiras locais, irão refinar a versão 2 da aplicação e estudar as possibilidades de aqui ter um caso de estudo local. 

“Temos planos para escalar e abordar mais geografias, e estamos a trabalhar nesse sentido com parceiros, investidores e outros atores que partilhem a nossa visão e vontade de transformar a vida das pessoas”, conclui. 

* A aplicação é boa em caso de necessidade se tiver  continuidade em contacto humano.

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ESTA SEMANA  NO 
"NOTÍCIAS MAGAZINE"

Alguns dos melhores violinos do mundo são fabricados em Portugal

A partir de pedaços de madeira selecionada, e num processo igual ao que era usado há quinhentos anos, serram, limam, raspam, moldam, colam, envernizam. Os fabricantes de violinos criam obras de arte com as quais se podem tocar outras obras de arte, sejam sonatas de Bach ou as Quatro Estações de Vivaldi. Estas são as histórias dos três mais famosos luthiers de Portugal, que atraem violinistas de todo o mundo para comprar instrumentos de exceção.
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Joaquim Capela e António Capela, filho e pai, duas gerações de luthiers, ou fabricantes de violinos. O ofício está na família há quase 100 anos.
A cave do número 55 da Rua do Borja, em Lisboa, cheira a madeira e verniz. Numa das paredes alinham-se as fotografias com dedicatórias de grandes violinistas e violoncelistas. Num armário pesado perfilam-se, pendurados, alguns violinos. Em cima de uma das bancadas de trabalho está, quase pronta, uma viola de arco que uma instrumentista holandesa virá buscar em breve.

Noutra, em frente da qual Christian Bayon está sentado, repousa um pedaço de madeira que ainda não é um violino, mas que vai tomando forma à medida que as finas espirais de madeira se espalham pela bancada e pelo chão. Christian ainda não sabe quem será o dono: só trabalha por encomenda, mas o «casamento» entre instrumento e instrumentista só é feito perto do fim.
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Christian Bayon é francês, vive em Portugal há décadas e é um dos três únicos luthiers do país reconhecidos pela Entente International de Luthiers et Archetiers.
«Ultimamente faço o violino, monto as cordas, escuto-o, e só depois vou à lista de encomendas para o atribuir a um dos clientes que está à espera há mais tempo. Quando construo tenho um tipo de som em mente, mas, no fim, o resultado pode ser um pouco diferente.»

A lista tem 70 nomes e não será acrescentado nenhum tão cedo – o mais antigo estará no caderno há uns sete anos. Até início do ano passado, o tempo de espera para a entrega de um violino de Christian Bayon era de três anos. Para um violoncelo, mais de sete. Mas a leucemia que lhe foi diagnosticada em março de 2016, os tratamentos no IPO e o transplante de medula só lhe permitiram regressar ao trabalho no início de 2017.

Além disso, é uma questão de matemática, diz o homem de 62 anos: «Nos últimos 14 anos fiz cem instrumentos, tenho 70 encomendados. Se aceito mais fico escravo da lista de encomendas. E quero ter liberdade de poder aceitar trabalhos que quero mesmo fazer. Por exemplo, para algum jovem promissor em início de carreira.»

Foi a vontade de trabalhar para solistas famosos e com instrumentos valiosos que o trouxe para Lisboa, nos finais do anos 1980, quando se dedicava ao restauro de instrumentos. Não lhe faltava trabalho no ateliê em França, mas não o tipo de trabalho que queria. Estudou as opções e concluiu que o caminho era encontrar uma cidade com muita vida musical e poucos luthiers.

E assim veio ter a Lisboa. Ambicioso mas pouco combativo, admite que o plano era ficar à espera que alguma coisa corresse mal: quando os solistas de passagem por Lisboa tivessem problemas com os instrumentos, viriam ter com ele.

«E isso aconteceu, mais vezes do que o esperado. Tive uma clientela internacional que nunca teria em França e acabei por me tornar o luthier de solistas de Nova Iorque ou de Oslo: as pessoas vinham por falta de opção, mantinham-se porque gostavam do trabalho.»

Mas apesar de se orgulhar dos instrumentos que faz para nomes sonantes e de reconhecer que isso traz fama, sente que o trabalho que faz para músicos ainda pouco conhecidos é mais útil. E exemplifica com o violino que fez há dois anos para Vladimir Spivakov – maestro, um dos principais violinistas da atualidade, fundador da Moscow Virtuosi Orquestra e diretor artístico da Orquestra Filarmónica Nacional da Rússia. «Foi uma honra, mas o Spivakov tinha já 70 anos, uma carreira brilhante, um Stradivarius fabuloso. A vida dele não dependia de um violino meu.»

Já os músicos em início de carreira precisam desesperadamente de um bom instrumento e não têm dinheiro para um Stradivarius. O que nos faz chegar à razão para a lista de encomendas estar fechada: o desejo de ter alguma flexibilidade. «É muito frustrante dizer a um músico jovem que vem ter comigo que terá de esperar três ou quatro anos. Isso é muito tempo na carreira de alguém que está a começar. Poder dar essa ajuda toca-me muito.»

Talvez o toque tanto por ter bom coração, mas também porque sabe o que significa esperar tanto tempo. Aos 20 anos procurava a sua oportunidade como luthier e as portas estavam fechadas. Deu um salto de fé e aos 23 saiu da Marinha francesa, onde se preparava para fazer carreira como mecânico de aviões-caça a bordo de porta-aviões para se dedicar à construção de violinos. Mas teve de esperar até ter a sua oportunidade.
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Três anos a tentar bolsas, financiamentos, alguém que o aceitasse como aprendiz. Três anos sozinho, com um livro sobre construção de violinos aberto em cima da bancada, a aprender de forma autodidata. Dez violinos e três anos depois, conseguiu finalmente mostrar o seu trabalho a Étienne Vatelot – «o» luthier da época em França – e foi esse dia, que descreve como «de conto de fadas» que lhe abriu as portas para ir aprender a profissão, vir a ser assistente de Vatelot e lançar depois a própria carreira.

Há apenas três luthiers em Portugal que fazem parte da Entente Internationale des Luthiers et Archetiers, a sociedade internacional que certifica construtores de violinos e arcos. Christian é um deles, os outros dois, pai e filho, estão a cerca de trezentos quilómetros, numa pequena oficina na vila de Anta, em Espinho.

Aqui o ofício é o mesmo, mas a história é muito diferente. Joaquim Capela trabalha ao lado do pai, António, na oficina que foi outrora do avô, Domingos. Dali partem violinos para todos os cantos do mundo, mas a arte da lutheria foi uma herança de família que começou há quase cem anos. E por acaso.

Corria o ano de 1924 quando o violinista e comerciante de violinos Nicolino Milano entrou numa marcenaria em Espinho. O violino que o italiano trazia consigo precisava de reparação e o homem aliou a necessidade à conveniência: desceu do primeiro andar onde estava hospedado ao rés-dochão, onde o senhorio tinha a marcenaria, à procura de quem lhe desse uma mão.
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O marceneiro, pouco dado a esses labores, disse a frase que havia de traçar a vida de três gerações e colocar Portugal no mapa dos construtores de violinos: «Fale ali com aquele moço, o Domingos, que é muito habilidoso para essas coisas.»

Quem o conta é o filho de Domingos, António Capela, 84 anos, há mais de setenta a construir e reparar violinos, violas de arco e violoncelos. «Foi assim que nasceu a dinastia Capela. O Nicolino ficou encantado com a reparação e o meu pai começou a trabalhar para ele. Em agosto de 1924, aos 20 anos, construiu o primeiro violino e nunca mais parou.»

O nome Capela começou a ser conhecido pelas tunas da região, depois chegou ao Conservatório do Porto e depois às orquestras estrangeiras que passavam pelo Casino de Espinho e espalharam o nome além-fronteiras. Hoje, Rostropovich, David Oistrach e Yehudi Menuhin são alguns dos muitos solistas que tocam com instrumentos Capela.

António seguiu as pisadas do pai e aprendeu o ofício ainda em criança. Já jovem estagiou em Paris e Mirecourt e frequentou a Escola Internacional de Construção de Cremona. O filho, Joaquim, hoje com 50 anos, filho e neto de luthier, seguiu as pisadas dos dois: fez o primeiro violino com 13 anos.

Mesmo tantos anos depois, Joaquim e António garantem que ver partir um violino é como ver partir um filho. Há uma certa melancolia no momento em que se fecha a caixa para o despachar. «Se os instrumentos ficam aqui perto, na Europa, é possível que ainda os torne a ver. No outro dia, apareceu aqui para reparação uma viola de arco que fiz há trinta anos para um concurso na Bulgária», diz Joaquim.

«Mas os instrumentos que vão para os Estados Unidos e para o Japão, que são muitos, nunca mais os vejo. E isso causa uma certa tristeza.» E como se passa, afinal, de pedaços de madeira para um violino? Começa precisamente com a escolha dos pedaços de madeira, diz Joaquim Capela. «O fundo, as ilhargas, a cabeça e o braço do violino são madeira de ácer, o tampo é pinho dos alpes italianos.

Depois, escolhe-se o molde, serra-se a madeira e, com plainas, goivas, formões e facas dá-se o contorno e cola-se as peças umas às outras. No fim, enverniza-se.» Dito assim parece fácil. «São precisos bons olhos, boas mãos e bom ouvido musical.»

António Capela garante que há outro «segredo», este, pouco falado: o verniz. «Às vezes ia a Itália e levava violinos para mostrar aos meus colegas. Eles admiravam-nos, experimentavam e depois vinha a pergunta: «Como é que fazes o verniz, Capela?» «E eu respondia: ‘Da mesma maneira que tu fazes o teu.’” E ri-se. «O verniz é o segredo de cada construtor. É importantíssimo na sonoridade do instrumento.» Naturalmente que não nos conta o seu.

Da mesma forma que também não nos contam por quanto vendem os violinos que fazem. Há um valor fixo mas nunca o divulgam para o público em geral. «Quem não é músico tem alguma dificuldade em compreender o valor dos instrumentos, o número pode parecer absurdo», diz Joaquim Capela. «Mas os músicos que vêm ter connosco, por norma já sabem qual é o valor quando nos procuram.»

Já Christian Bayon não tem problemas em partilhar os valores que cobra: vende cada violino por vinte e quatro mil euros. Trabalha sobretudo para a Europa e Rússia e faz questão de um encontro pessoal para entregar o instrumento. Do seu atelier não saem violinos em caixotes.

Também ele sente uma certa quebra de energia quando termina um instrumento – chama-lhe o seu baby-blues – mas garante que não há tristeza nessa partida porque trabalhar a madeira é apenas um caminho para chegar ao que realmente importa: os músicos e a música. «É quando chega às mãos do instrumentista que a verdadeira vida do violino começa. Até lá é só madeira. O melhor instrumento do mundo, sem um músico, não serve para nada.»

Encomendas por telefone também não aceita. Os músicos vêm, ficam dois dias, conversam sobre música e sobre o som desejado, experimentam violinos. E, antes da sua chegada, Christian já ouviu e viu todo o material áudio e vídeo que encontrou sobre o músico. «Ouço-os. O que dizem e como tocam. Tenho de conseguir perceber o que o cliente quer para, tecnicamente, conseguir trabalhar a madeira de forma a conseguir o som que pretende.»

STRADIVARIUS: MITO OU REALIDADE? 
Afinal, os violinos e violoncelos Stradivarius e Guarneri del Gesù, feitos por estes construtores em Cremona, Itália, nos séculos XVII e XVIII, e que chegam a ser vendidos por mais de dois milhões de euros, são ou não os melhores do mundo? O segredo está na madeira, que adquiriu propriedades melhores porque o período entre 1645 e 1715 foi especialmente frio, dizem uns.

O segredo está no verniz, uma fórmula secreta que ninguém conseguiu ainda replicar, dizem outros. 

O segrego está nos fungos da madeira, acrescentam agora outros – sobretudo desde que na Suíça construíram violinos com madeira atacada por fungos geneticamente modificados que conseguem reproduzir a sonoridade dos «Stradi». Ou talvez o segredo fosse «apenas» luthiers geniais.

Mas os Stradivarius e os Guarneri, bem como outros instrumentos antigos, ficam atrás de violinos de construção recente em testes cegos. 

Um artigo publicado em 2014 na revista The Proceedings of the National Academy of Sciences revela que, quando questionados sobre se estavam a tocar um instrumento novo ou antigo, os músicos que os testaram – grandes nomes a nível mundial – acertaram 31 vezes, mas erraram 33.
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 Mito ou não, são instrumentos valiosíssimos. O violoncelo Stradivarius Chevillard – Rei de Portugal, construído em 1725, é, que se saiba, o único Stradivarius em Portugal e está atualmente no Museu da Música, classificado como tesouro nacional. Apenas sai do museu em ocasiões especiais, com segurança 24 horas por dia e escolta policial. O luthier Christian Bayon, que faz a manutenção do instrumento desde os anos noventa, também costuma estar presente.

Mas este instrumento também passou pelas mãos dos Capela. Em 1969, Domingos e António fizeram a reparação do violoncelo, numa altura em que as medidas de segurança eram menores. Quando foram visitados por um repórter do Diário de Notícias (que referiu a reparação que estavam a fazer e o grande valor do instrumento), António e Domingos Capela trataram de acabar o mais rápido possível o trabalho com medo de um roubo. Enquanto não o devolveram, Domingos dormiu com o violoncelo no quarto.

* Artistas fabulosos, tão grandes como os músicos que tocam as peças da arte.

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TELE ROUPA


FONTE:  Canal Q - Inferno

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HOJE  NO 
"i"
O que diz a ciência? 
Na guerra do leite há estudos 
para todos os gostos

Há anos que são destacados os benefícios ligados ao consumo deste produto. Por ser uma fonte de cálcio e de proteínas e um aliado poderoso no combate à osteoporose. Mas há quem diga que todos os estudos a favor são pagos a peso de ouro pelas empresas do setor e garanta que só as pesquisas favoráveis à sua tese são rigorosas e honestas. É o mundo em que vivemos.

Como em quase todos os casos de estudos sobre se devemos comer isto ou aquilo, se faz bem ou não, se os benefícios se sobrepõem ou não a tudo o resto, multiplicam--se análises contra e a favor do consumo de leite.
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Durante anos abundaram anúncios que associavam o consumo de leite a uma vida melhor e cultivavam a ideia de que este produto tinha os mais variados benefícios. E apenas isto: benefícios.

Durante décadas foram apresentados múltiplos estudos, por organizações de nutrição, acerca do bem que fazia ingerir leite regularmente. No entanto, embora o Comité Nacional de Laticínios norte-americano tenha garantido que se tratava de estudos feitos de forma autónoma, muitos questionaram desde cedo a veracidade da garantia dada.

A polémica e as dúvidas ganharam ainda mais dimensão depois de uma pesquisa mostrar que mais de um terço dos estudos sobre leite, divulgados entre 1999 e 2003, tinham recebido financiamento da indústria. Mais: os estudos que haviam sido inteiramente financiados por empresas de laticínios mostravam sempre conclusões que favoreciam todos os interesses das empresas que tinham estado envolvidas nos pagamentos.

A imprensa norte-americana chegou mesmo a referir que algumas das grandes empresas de laticínios gastam milhões todos os anos em verbas dadas a associações de nutrição e ainda a alguns políticos.

Mas, no fim de contas, o leite faz mal?
Continua a ser uma das perguntas para um milhão de euros, até porque há respostas para todos os gostos. A única certeza que existe, no entanto, é que, nos últimos anos, os benefícios frequentemente associados ao leite começaram a ser cada vez mais questionados.

Mas a história mostra que a dúvida que afeta cada vez mais a população mundial, e que já levou muitos a mudarem os seus hábitos, já tinha sido levantada por um investigador da Universidade de Harvard há muitos anos atrás. Mark Hegsted começou a colocar várias interrogações sobre este assunto ainda em 1951.

Com o objetivo de perceber se era necessário consumir tanto leite como era avançado por muitos, Mark decidiu fazer uma experiência e analisou quais eram os níveis de cálcio de um grupo de prisioneiros do Peru. Apesar de ter sido baseado numa amostra reduzida e composta apenas por elementos do sexo masculino, o nutricionista acabou por concluir que, afinal, não era necessário o consumo de leite que se tinha enraizado na cultura do país.
 
Mas falamos de um estudo que quase não teve impacto, apesar de as conclusões serem controversas. O governo continuou a recomendar o consumo de leite e a população continuou a consumir.
Mas o passar dos anos foi trazendo novos estudos, a maioria a alertar para a possibilidade de o leite não ter tantos efeitos positivos como as pessoas continuavam a pensar que tinha. Um dos investigadores que mais trabalhos desenvolveram na área acabou por ser Walter Willett, também ele de Harvard.

Numa das experiências que fez acabou mesmo por afirmar que quem consumia mais leite estava mais exposto à possibilidade de vir a ter problemas de saúde do que quem optava por um consumo muito mais moderado.

Os anos passaram, sempre com múltiplos estudos a favor e contra. Em 2014, a Universidade de Uppsala, na Suécia, voltava ao tema e dava destaque a um trabalho que revelava que beber três copos por dia não só não ajudava a fortalecer os ossos como aumentava o risco de morrer mais cedo. No caso dos homens, um outro estudo revelou, por exemplo, que os homens que, durante um teste, tinham bebido dois copos por dia, apresentaram o dobro do risco de desenvolver cancro da próstata.

Mais recentemente, já em 2015, a polémica voltava a instalar-se depois de aparecerem alguns cientistas a sublinhar a importância de parar o consumo de leite. Na publicação “Medical Association Pediatrics”, o cientista David Ludwig sublinhou várias vezes que os humanos não têm necessidade nutricional de consumir leite de origem animal, tentando destronar os argumentos de que o leite é essencial como fonte de cálcio, essencial na formação dos ossos.

Mas nem só o argumento do cálcio é usado por quem defende o consumo deste produto, que entrou na alimentação humana há mais de 8 mil anos. Muitos sublinham a riqueza em carboidratos, vitamina B12 e potássio, além de ser uma importante fonte de proteínas. A tentar pressionar a balança para o lado dos argumentos a favor, vários estudos sublinharam ainda que a prova de que o leite é essencial é o facto de ter de ser usado para a sobrevivência dos bebés que, por um motivo ou por outro, não podem beber leite materno. A somar a isto vem ainda a importante prevenção da osteoporose.

Mas também aqui voltam a surgir diferentes correntes de pensamento, porque o argumento da alimentação dos bebés serve para que muitos sublinhem o facto de o leite materno ser o único adequado para os humanos. Outro argumento é o facto de existir um grande número de pessoas que mostram ter dificuldade em digerir o produto.

Seja como for, a maioria dos autores dos vários estudos que já foram publicados acabaram por pedir alguma cautela na interpretação das conclusões que têm vindo a ser apresentadas, tanto contra como a favor. Também não falta quem defenda que são necessários mais estudos para aprofundar o assunto.

* Nós preferimos não beber leite, não conhecemos nenhum lobby que faça insistente campanha contra o consumo de leite, pelo contrário existem muitos a favor que chegam a comprar jornalistas e políticos.


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