31/07/2017

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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2-SUBTILEZAS
PODER E MANIPULAÇÃO
por JACOB PETRY



RESUMO ANIMADO


FONTE: IlustradaMente


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4-SAIAS BAILADORAS



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MINUTOS DE

CIÊNCIA/147


ESCADA DAS UNIDADES DE MEDIDA

COMPRIMENTO, ÁREA E VOLUME



FONTE: MATEMÁTICA RIO

 * Para a semana estamos em férias por isso esta bela série regressa em Setembro.

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 XII-MEGA MÁQUINAS

3- AS MAIORES MÁQUINAS
DO MUNDO


*Interessante série reveladora da quase perfeição mecânica, notável produção da NG.

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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ROSÁRIO GAMBOA

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Resistir

Resistir não é suportar; não é o não redondo de uma oposição sem conteúdo, nem a tristeza vazia e fatalista.

Resistir é uma prova de vida, de ação efetiva por uma transformação do presente.

Há gente que luta e morre na Venezuela. No dia 16 deste mês, 7,5 milhões de pessoas responderam ao apelo da Oposição democrática ao regime (mesa de Unidade Democrática) e numa votação fora do quadro legal instituído, desceram às ruas, enfrentando milícias populares violentas, dizendo não à convocatória para o dia 30 de uma Assembleia Constituinte que visa alterar a Constituição e reforçar o poder do ditador vigente. A Oposição convocou uma greve geral para anteontem e ontem, numa tentativa de "ofensiva final". Mas o ditador insano não cede; antes assegura que a par da Guarda Nacional vai colocar mais 230 soldados na rua.

Resiste-se na Venezuela, o país de maiores reservas petrolíferas do Mundo, que já foi a mais próspera economia da América Latina, agora transformado num caos económico e político, onde a fome, a inflação na ordem dos 800%, falta de salubridade e a violência alastram. Mas resiste-se. A consciência do valor da liberdade e democracia como condições de paz e bem-estar económico e social não são uma abstração teórica, mas uma ferida em carne viva.

Em 9 de julho, desaguou, em Istambul, a Marcha da Justiça. Durou 25 dias, durante os quais foram percorridos 425 Km. Quando a marcha se iniciou em Ancara, eram apenas algumas dezenas de pessoas; depois eram mil, depois milhares, e, no fim, um milhão. Sob sol intenso da praça de Maltepe, Kemal Kiliçdaroglu, líder da Oposição secularista, marchou sozinho, ladeado por um cordão humano, assumindo como único pregão: adalet (justiça). Durante o último ano, depois da simulada tentativa de um golpe falhado, 50 mil pessoas foram presas, 5 mil permanecem detidas (ente elas, a diretora da Amnistia Internacional na Turquia), 150 mil (entre jornalistas, professores, militares...) foram suspensos ou despedidos, o Estado confiscou bens pessoais no valor de milhões de euros e assumiu o controlo quase total da Comunicação Social.

Resiste-se na Turquia, na China, nos barcos da morte, no Sudão, nas paredes apertadas da xenofobia, na brutalidade da ignorância e da banalidade do mal, na solidão da dor cá dentro ou lá fora. E em cada gesto de resistência há o preservar de uma esperança e o terrível silêncio de quem não quer ver ou ouvir.

PRESIDENTE DO POLITÉCNICO DO PORTO

IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
28/07/17

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1308.UNIÃO



EUROPEIA



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3- A Pirâmide de Gizé


FONTE: O UNIVERSO DO DOCUMENTÁRIO

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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O Mundo daqui a 1000 anos 




FONTE: Ridddle BR


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Teresa Salgueiro

Dá-me o braço e anda dai


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Não deixar
ninguém para trás


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Igreja nos EUA gera medo
 e afeta famílias no Brasil



FONTE: AP Archive

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BIBLIOBURRO


 

Luis Soriano, professor numa pequena cidade, La Gloria, Colombia tem passado os últimos 17 anos da sua vida a arranjar livros para as crianças das aldeias rurais, que transporta nos seus burricos.
Para mais informação, visite www.ayokaproductions.org .

enviado por D.A.M.

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ATÉ O CAVALO
 TÁ PARVO!



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84-NO GINÁSIO
TREINO FUNCIONAL INTENSO
COM O PESO DO CORPO/1

COM PROF.MARCELO RAMOS




FONTE: EXERCÍCIO EM CASA

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1322
Senso d'hoje
KATHERINE JIN
CIENTISTA
CO-FUNDADORA DA "KINNOS"
"Vencer os preconceitos sexistas
pode ser uma luta árdua"



FONTE: ONU BRASIL

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CACHORRICES


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BOM DIA


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9-TEATRO
FORA "D'ORAS"

II-AQUI HÁ  
FANTASMAS 



Consta que uma casa senhorial está assombrada. Então o Professor Hermes decide fazer uma experiência em que anda a magicar há muito tempo: testar a pílula da coragem. Escolhe um pobre diabo, o Chichas, para cobaia, e promete-lhe 150 contos em troca de ele passar lá a noite. Leva o Chichas e a uma enfermeira para a casa assombrada e pede a um colega que se disfarce de fantasma para assustar o homem. Só que há outros fantasmas lá em casa. Uma comédia escrita e encenada por Henrique Santana, gravada com público sob a direcção de televisão de Pedro Martins. Do elenco fazem parte, para além do próprio Henrique Santana, Rita Ribeiro, Armando Cortez, Maria Helena Matos, Henrique Santos, Carlos Quintas, Luís Alberto, António Feio, Cristina de Oliveira, José Raposo e Francisco Vaz. Uma peça de arrepiar.
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30/07/2017

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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12-ESTIAGENS


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III-SEGUNDOS FATAIS
3- O NAUFRÁGIO
DO COURAÇADO
BISMARK

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores. .

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11-ESTIAGENS


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XX -ERA UMA VEZ O ESPAÇO


2- OS HUMANOIDES


* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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10-ESTIAGENS


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Lair Ribeiro

CURCUMA
O Mais Poderoso
Anti-inflamatório Natural


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9-ESTIAGENS



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MÁRIO RAMIRES

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O coletivo de Parvos

Se António Costa não tivesse tido uns dias de férias em Palma de Maiorca, dir-se-ia que estava a precisar delas. E está. Porque, afinal, foram só uns dias e à boa maneira de boa parte do bom povo português também para o primeiro-ministro as férias devem parecer-lhe sempre curtas.

Se não, vejamos.

No sábado, em Coimbra, numa iniciativa do PS para assinalar a passagem de mais um aniversário sobre a manifestação da Fonte Luminosa no Verão Quente de 1975, António Costa saiu-se com uma frase verdadeiramente espantosa, que, pasme-se, teve muito pouca ou quase nenhuma reação.

Disse o primeiro-ministro na qualidade de líder do PS: «A melhoria das contas públicas não foi feita à custa dos portugueses mas em benefício de todas e de todos os portugueses».

Como é que é?

Importa-se de repetir?

E não é que repetiu?

E não é que até pretendeu justificar? Disse: «Aquilo que temos provado neste ano e meio é que é possível baixar a carga fiscal, melhorar a qualidade do ensino, melhorar a qualidade do Serviço Nacional de Saúde, aumentar a despesa social e, mesmo assim, termos tido o défice mais baixo da nossa democracia».

E vai de lá e ainda reforçou com vários «exemplos» de ‘melhorias’ nos serviços públicos.

Só pode ser deste verão tão quente.

Dias depois, com o país outra vez a arder e o descontrolo e descoordenação do comando novamente posto a nu, o mesmo líder do PS mas agora na qualidade de primeiro-ministro fez saber que esteve duas horas na Autoridade de Proteção Civil. E mais outra hora a dar uma conferência de imprensa ladeado por uma visivelmente esgotada ministra e por um mumificado secretário de Estado da Administração Interna.

Aí, e em suma, fez de bombeiro rodeado de chamas por todos os lados: pazada à direita (miserável pelo «aproveitamento político» da tragédia), areia para a esquerda (que lá aprovou a reforma florestal), mangueirada de água para onde estava virado (porque «a polémica só surge quando decidiram especular e acusar o Governo de estar a esconder a lista [de vítimas dos incêndios], que é só das acusações mais parvas»).

E com ar sério e grave acrescentou que as alterações havidas na Proteção Civil nada têm a ver com os resultados dramáticos a que assistimos e continuamos a assistir. Porque, metaforizou, isto não é como no futebol «nem se trata de saber quem é que marca o pénalti».

Bom, desta vez a expressão não foi ‘melhoria dos serviços públicos’ - seria demasiado topete -, mas sim «confiança nos serviços do Estado» - que não deixa de ser indecoroso.

Porque, pelo que o Ministério Público apurou «até ao momento», morreram pelo menos 64 pessoas. E houve quase 200 feridos - embora também neste caso ainda não se conheça lista alguma.
Como já aqui escrevi e agora repito, felizmente que numa tragédia desta natureza e com tais dimensões não houve nem há registo de um único desaparecido.

Isto claro, citando os ‘critérios’ e, uma vez mais, falando de vítimas cuja ‘causa direta’ da desgraça tenha sido o incêndio.

Porque, ao que parece, a senhora atropelada quando fugia do fogo morreu vítima de... atropelamento. E o senhor internado na sequência de inalação de fumos veio a morrer vítima de... pneumonia. O MP está a investigar.

Na lógica destes senhores, tecnicamente, quem se atirou das janelas das torres gémeas do WTC não terá sido vítima do ataque terrorista do 11 de setembro mas sim de... suicídio.

Uma vez mais, voltamos aos conceitos de diretos e indiretos, que tão bem o Governo sabe usar.
Como provado está pela frase de Costa em Coimbra e pelos dados da execução orçamental divulgados esta semana.

Os impostos diretos baixaram? É um facto! E os indiretos? Subiram, claro. Mas, para o primeiro-ministro e apoiantes, como são indiretos não contam.

A carga fiscal não desagravou coisa nenhuma. Aumentou! Aliás, como resulta evidente da execução orçamental, embora, para o Governo e seus parceiros, o aumento da receita fiscal deva resultar naturalmente de uma ‘melhoria dos serviços do Estado’, ou seja da maior eficácia da máquina fiscal.

Pois sim.

Já agora, os reformados e pensionistas a quem o Governo devolveu reformas e pensões ficaram a saber esta semana que a Caixa Geral de Depósitos vai passar a cobrar-lhes comissões pela manutenção das contas. Metade do que cobra a banca privada - argumentam os senhores da Caixa. Pois, só que se trata do banco público e, em muitos casos, as comissões são superiores ao valor reposto na reforma ou pensão.
Curioso que nem o Governo, nem o BE ou o PCP - que tanto barulho fazem contra decisões de gestão de empresas privadas - nada disseram ou protestaram.

Também aqui, e uma vez mais, o Estado indiretamente tira o que  diretamente diz que devolveu.
É um embuste.

Ou, indiretamente, o que António Costa está a chamar à maioria das portuguesas e dos portugueses - para usar a terminologia de esquerda que tanto lhe é cara - é que são, somos, um coletivo de parvos.
Ou, pelo menos, julgam-nos assim.

E lá terão os seus motivos.

IN "SOL"
29/07/17

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1307.UNIÃO



EUROPEIA



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8-ESTIAGENS


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7-A CIÊNCIA  EM FOCO
GRANDES QUESTÕES



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XXVII-VISITA GUIADA


Museu Militar/2

LISBOA - PORTUGAL


* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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7-ESTIAGENS



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Ma mère l'Oye (suite)

Maurice Ravel

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 SÓ MESMO VENDO


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1-Falência e Recuperação de Empresas


FONTE: Saber Direito

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MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA

FALA-SE POUCO DESTE CRIME



FONTE: EURONEWS


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DúvidaCruel
Beijo na boca transmite cárie?



FONTE: Manual do Mundo

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Açorda de camarão
com Legumes Salteados


De: Necas de Valadares
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CARTÕES CONTUNDENTES





















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1321
Senso d'hoje
MONIKA QUEISSER
REPONSÁVEL PELA
POLÍTICA SOCIAL DA OCDE
"Não é a reforma que
compensa os problemas
sofridos ao longo da vida"



FONTE: EURONEWS

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PORQUE SOMOS

UMA GRAÇA


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BOM DIA


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9-TEATRO
FORA "D'ORAS"

I-AQUI HÁ  
FANTASMAS 



Consta que uma casa senhorial está assombrada. Então o Professor Hermes decide fazer uma experiência em que anda a magicar há muito tempo: testar a pílula da coragem. Escolhe um pobre diabo, o Chichas, para cobaia, e promete-lhe 150 contos em troca de ele passar lá a noite. Leva o Chichas e a uma enfermeira para a casa assombrada e pede a um colega que se disfarce de fantasma para assustar o homem. Só que há outros fantasmas lá em casa. Uma comédia escrita e encenada por Henrique Santana, gravada com público sob a direcção de televisão de Pedro Martins. Do elenco fazem parte, para além do próprio Henrique Santana, Rita Ribeiro, Armando Cortez, Maria Helena Matos, Henrique Santos, Carlos Quintas, Luís Alberto, António Feio, Cristina de Oliveira, José Raposo e Francisco Vaz. Uma peça de arrepiar.
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29/07/2017

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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XXXVI-SEM VERGONHA

PERGUNTA DE RUA/2

O que aprendeu com
a sua mãe sobre sexo



ATÉ AO PRÓXIMO SÁBADO

A NOSSA FICÇÃO
A MÓNICA MOREIRA LIMA, jornalista de profissão não chegavam as notícias comezinhas do quotidiano, nem que fosse uma bomba de neutrões.
Pensou, pensou, engendrou equipa tão louca como ela, baratinou os maiorais da TV GUARÁ e "amadrinhou"o "SEM VERGONHA" programa despudorado tão ao nosso gosto, cheio de pimenta por todo o lado, sem qualquer grosseria e divertido.
Ela só pode ser inteligente e boa!

O QUE DIZ A AUTORA
O Sem Vergonha é o programa mais polémico e irreverente da TV brasileira. Já rendeu vídeos para os quadros Top Five do CQC e Passou na TV do Agora é Tarde, ambos da BAND. Foi tema de uma matéria de duas páginas na maior revista de circulação nacional, a VEJA. E culminou com uma entrevista antológica ao Rafinha Bastos, no Agora é Tarde. Todos os programas estão disponíveis no blog e no YouTube. Não recomendo sua exibição para menores de 18 (anos ou cm) para evitar traumas futuros. Falo de sexo sem pudor, sem frescuras, sem meias palavras, sem eufemismos e com muito bom humor. Advertimos que o Sem Vergonha pode provocar ereções involuntárias e uma vontade irreprimível de dar, sem restrições de orifícios.


FONTE: TV GUARÁ
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6-ESTIAGENS



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Medidor de Ondas


FONTE: PROGRAMA "Donos Disto Tudo"  RTP/1
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5-ESTIAGENS



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2- COLESTEROL
A GRANDE FARSA




* Trabalho extraordinário exibido na RTP1, a 16/07/17. Conclui hoje.

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4-ESTIAGENS


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A INVASÃO DOS
JAVALIS RADIOACTIVOS



FONTE: NERDOLOGIA

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3-ESTIAGENS



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FERNANDA CÂNCIO

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 Linchamentos gentis 
e outras desventuras

Não tinha qualquer intenção de escrever sobre Gentil Martins; prefiro não perder tempo com fanáticos. E assim seria, se não me tivesse dado conta de que as reações aos pronunciamentos do ex bastonário numa entrevista ao Expresso incluem colunas de opinião em que quem os criticou é apelidado de "Gestapo", "Stasi", e "turba linchadora", ou o atual bastonário não tivesse dito coisas que não podem passar em branco.

Chamar Gestapo a alguém por se indignar com o facto de GM ter chamado anormais e doentes aos homossexuais é uma justa homenagem ao fanatismo do cirurgião pediatra: só a alguém igualmente incapaz de pensar fora da fobia ocorreria usar o nome da polícia nazi, associada à morte de milhares de homossexuais, para denominar os que se indignam por haver quem use em relação a este grupo o mesmo tipo de terminologia que os nazis usaram. E quem fala em "linchamento" de GM a propósito do que se considera ser a reação furiosa "das redes sociais" tem o mau gosto de fazer de conta que não sabe que linchamento, na acepção fatal do termo, é o que sucedeu a miríades de homossexuais ao longo da história humana - e sucede ainda hoje, como GM e os seus defensores não podem ignorar.

Porque, cabe relembrar, nunca ninguém foi exterminado ou linchado por apelidar os homossexuais de "anormais" ou "desviantes". Já quem mata e lincha homossexuais usa sempre esses termos. Estamos entendidos sobre quem cala e persegue e lincha quem e quanto ao potencial danoso das palavras de GM? Basta aliás, para perceber o que está em causa, questionar se algum dos que tanto defendem "o direito de opinião" de GM o faria se este, em vez de chamar "anomalia" à homossexualidade, tivesse dito o mesmo dos judeus - também durante séculos considerados "errados" e "doentios". Quem destas pessoas viria nesse caso a público invectivar os críticos de GM por exigirem um pronunciamento da Ordem em vez de se limitarem a "refutar" a sua "opinião"? Deixemo-nos de tergiversações: quem defende GM e aquilo que classifica como "o seu direito a expressar opiniões" apenas o faz por considerar aceitável a que expressou. Ou não se encarniçaria contra os que opinaram sobre a "opinião" de GM considerando-a ela sim anómala do ponto de vista científico e um desvio dos seus deveres enquanto médico.

É muito simples: foi como médico que GM deu a entrevista. A Ordem dos Médicos tem um mandato legal, público, para certificar que os profissionais por ela autorizados agem de acordo com as regras deontológicas e científicas em vigor; que não praticam o charlatanismo ou difundem falsidades científicas e ideias sobre saúde contrárias às legis artis e prejudiciais para a comunidade. Não é uma opção da Ordem; é uma obrigação. E tal como abriu um procedimento em relação a Manuel Pinto Coelho por este ter dado uma entrevista (também ao Expresso) a dizer que se deve beber água do mar e que usar protetor solar é um erro, não pode não o fazer face a um médico que qualifica a homossexualidade como anomalia, portanto doença ou afeção, e "desvio de personalidade", pronunciando-se publicamente com termos que pertencem à especialidade de psiquiatria, que não é a sua, e contra o consenso científico desta. Aliás o Conselho Nacional da OM fez um comunicado público, há pouco mais de um mês, a acusar Pinto Coelho de "defender práticas que podem constituir um atentado à saúde" (curioso, não se deu por qualquer movimento de defesa da "liberdade de expressão" deste clínico), acusação que o atual bastonário, Miguel Guimarães, repetiu numa entrevista ao Expresso anteontem. Mas, questionado sobre se o que GM disse é igualmente um atentado à saúde pública, foi muito mais cauteloso: "É uma questão diferente. (...) São [declarações] más para um grupo de pessoas que podem sentir-se segregadas". Para o bastonário, pelos vistos, o facto de as afirmações do médico GM não terem fundamento científico, serem discriminatórias e validarem discriminações não é um problema de saúde pública, é "de um grupo de pessoas". Ficamos a saber que para este sucessor de GM algo que afeta "só" os homossexuais não é um problema da comunidade.

A ideia, que tantos martelam nos media, de que é "preciso" defender uma "liberdade de expressão" entendida como a liberdade de um discurso discriminatório que atente gratuitamente contra a dignidade de indivíduos ou grupos não é só uma ideia estúpida e desonesta nos tempos em que esse discurso domina, com toda a virulência, as caixas de comentários e as tais "redes sociais". É uma ideia contrariada pela própria Constituição e pela Carta Europeia dos Direitos Fundamentais, pactos escritos da nossa comunidade que valorizam mais (e bem) a dignidade humana - portanto a liberdade de ser - que a liberdade de dizer. Porque o nosso princípio básico civilizacional é o respeito mútuo, a ideia de que o outro vale tanto como eu, tem os mesmos direitos, é igual a mim. Não tenho por isso o direito de o agredir a não ser em legítima defesa; não tenho porque sentir-me agredida pela sua mera existência. Esse sentimento, o de alguém se sentir ameaçado pelo que considera outro, é que é uma anomalia. Alimentá-lo, credibilizá-lo e tentar lucrar com ele é a negação de tudo o que estamos a tentar construir desde Auschwitz.

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
24/07/17

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