24/07/2016

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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 Os rankings das escolas 
são realmente válidos?



FONTE: EURONEWS


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6-BLASPHEMY



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18-FAZER MAGIA

A MÁGICA DO COPO E DA MOEDA



FONTE: ComoFaz

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5-BLASPHEMY



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XXII-ERA UMA VEZ O HOMEM


2- A BELLE EPOQUE



* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.


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4-BLASPHEMY



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Shubhendu Sharma


  Cultivar uma floresta

no quintal



As florestas não precisam ser reservas naturais longínquas, isoladas do convívio humano. 
Ao contrário, podemos cultivá-las onde estamos, até mesmo em cidades. 
O ecoempreendedor e TED Bolsista Shubhendu Sharma cultiva miniflorestas, ultradensas e biodiversas com espécies nativas em áreas urbanas traçando o solo, micróbios e biomassa para impulsionar o processo de crescimento natural.
Acompanhe a sua descrição de como cultivar uma floresta de 100 anos em apenas dez e aprenda o que é preciso para entrar nessa festinha selvagem.

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3-BLASPHEMY



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CELMIRA MACEDO

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 Deficiência: 
Séculos de estórias 
de (des)encantar

Reza a lenda que as representações sociais da deficiência têm vindo a mudar. Que a era da rejeição, do secretismo, do silêncio e do preconceito começam a colapsar, dando lugar a formas de atuação centradas em ações, atitudes e comportamentos positivos face à diversidade. Mas será mesmo assim?

Convido a uma viagem no tempo, até aquele em que as pessoas com deficiência eram simplesmente eliminadas: enquanto na Grécia Antiga eram isoladas nas montanhas, em Roma era prática corrente atirá-las ao rio, por não representarem a perfeição física. Os únicos que eram poupados, os cegos, eram-no por se acreditar que possuíam poderes sobrenaturais e capacidades divinas, ainda que provindas do espírito do mal.

Na Idade Média, o desenvolvimento das religiões monoteístas e, sobretudo, o exercício da caridade por grupos religiosos, pressionam a sociedade para o respeito pelo direito à vida. O infanticídio deixou de ser uma prática corrente, contudo não eram reconhecidos quaisquer direitos a pessoas com deficiência, mas acreditava-se que se fossem bem tratadas, se obtinha um lugar no céu.

Por altura da industrialização e do iluminismo encontram-se referências a postos de trabalho ocupados por pessoas com deficiência na área fabril. Este é um período marcado pelas primeiras tentativas de educar pessoas com deficiência, sendo as primeiras escolas de ordem religiosa (mas separados da restante população).

É a partir da segunda metade do século XX, sobretudo após a segunda guerra mundial, com a valorização dos direitos humanos, que começam a surgir os conceitos de igualdade de oportunidades, direito à diferença, justiça social e solidariedade, introduzidos por conceções jurídico-políticas e sociais de Organizações como a ONU, a UNESCO, a OMS, a OCDE, o Conselho da Europa, etc. As pessoas com deficiência passam a ser consideradas como detentoras dos mesmos direitos e deveres de todos os seus concidadãos e, entre eles, o direito à participação na vida social e à consequente inclusão escolar e profissional.

Voltando à história e analisando a sociedade atual, pouco parece ter mudado em séculos ou trata-se de uma mudança mais aparente que profunda. Só não os atiramos ao rio porque deixou de ser legal, pois se assim não fosse nem sei o que poderia acontecer.

Esta história (como se de um conto se tratasse) começa desde cedo, na família, lugar se socialização por excelência, onde se desenvolvem as primeiras atitudes rumo à autodeterminação desta população. Prolonga-se na escola onde é preciso acreditar na intervenção e qualidade educativa de TODOS e na passagem pensada, estruturada e bem definida da vida pós-escolar. Tudo isto é ficção ou realidade?

Diria que em alguns lugares estamos ao nível da idade média (para ser simpática), a diferença é que não é o lugar ao céu que se procura, mas o lugar ao sol. Tudo dá demasiado trabalho e nós queremos um emprego.

Também me parece curioso que há séculos atrás, no início da industrialização, já se falava em educação. Volvidos tantos anos como se compreende que a maioria dos alunos com necessidades especiais, com razoável nível de funcionalidade, saiam da escola sem qualquer tipo de alfabetização, formação ou meios de se tornarem autónomos na vida ativa?

Por falar em vida ativa e no acesso ao emprego as medidas do IEFP quase os “oferece”, mas o problema está em quem os (não) quer receber. Onde estamos nós a errar…

Termino esta reflexão, um esboço desta estória de (des)encanto, de final em aberto e que ainda poderá ter um final feliz. Era uma vez um grupo de cidadãos excluídos, a quem se construíram rampas, sobre quem se fizeram leis, mas que continuam a ser tratados como cidadãos de segunda, porquê? Cabe a cada um de nós dar bom desfecho a este conto, sim porque o problema é também nosso!

* Presidente da associação Leque

IN "DELAS"
22/07/16

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938.UNIÃO


EUROPEIA



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2-BLASPHEMY



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As águas cobiçadas do 
Mar da China Meridional



FONTE:AFPBr


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VIII-VISITA GUIADA


CONVENTO DE CRISTO/3

TOMAR



* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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1-BLASPHEMY



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Montserrat Caballé

Habanera (Carmen)




Bizet

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ESTA SEMANA NO
 "SOL"

Gertraud M, vive na Áustria, 
e converteu-se ao islamismo. 

Foi depois de ser diagnosticada com cancro que a mulher passou a usar o véu islâmico para se “sentir mais perto de Alá.
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Quando os médicos lhe disseram que tinha entre três meses de vida a um ano Gertraud decidiu usar o véu para “estar mais perto de Alá”, disse a mulher, citada pelo jornal Express.

Quem não gostou da decisão de Gertraud foi o seu chefe que acabou por despedir a mulher – alegando que o véu perturba a comunicação no local de trabalho.
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Depois da decisão do chefe, Gertraud decidiu recorrer à Justiça e processou o seu chefe.

O supremo Tribunal da Áustria acabou por dar razão ao chefe de Gertraud.

* Consideramos que escolha e uso do vestuário são do foro privado de cada um, não vemos diferença entre o ridículo do véu seja ele qual for e a cueca à mostra. Se qualquer peça de vestuário ocultar o rosto, pode criar problemas ao nível da segurança segurança.

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SEIS ANINHOS


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ESTA SEMANA NO  
"EXPRESSO"

Comissão Europeia desmente suspensão de 16 fundos estruturais em Portugal

Fonte da Comissão esclarece que existência de uma lista de fundos estruturais nada tem a ver com cortes a aplicar a Portugal

A informação sobre o corte de 16 fundos estruturais em Portugal não é correta”, afirmou este sábado fonte da Comissão Europeia ao Expresso. “A Comissão só irá tomar qualquer decisão depois do processo de diálogo estrutural com o Parlamento, processo esse que nem sequer terá início num futuro próximo”.
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“A carta limita-se a listar os fundos de que Portugal beneficia, mas isso não significa que todos eles - ou até apenas um - venham a ser afetados. No documento é, aliás, evidenciada a abertura da Comissão Europeia para esse diálogo estrutural e a vontade de encontrar uma solução equilibrada, que tenha em conta todos os aspetos socio-económicos”, acrescentou a mesma fonte.

Foi divulgado este sábado o conteúdo da carta enviada pelo vice-presidente da Comissão, o finlandês Jyrki Katainen, ao presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. Nela, é proposta a abertura de um “diálogo estruturado” em setembro entre estas duas entidades, para que seja definido “o âmbito e a dimensão” da suspensão de financiamento que serve como sanção pela violação do limite de 3% do défice estabelecido nas regras comunitárias.

Na carta, divulgada pela SIC ao princípio da tarde e a que a Lusa também teve acesso, argumenta-se que as regras dos Fundos Estruturais “preveem que partes destes Fundos sejam suspensos se o Conselho decidir que um Estado membro não tomou ações efetivas em resposta a recomendações emitidas no contexto do procedimento dos défices excessivos”.

Inicialmente, foi dito que a Comissão Europeia preparava-se para propor ao Parlamento Europeu a suspensão de 16 fundos estruturais em Portugal, que são financiados por Bruxelas, como sanção por não ter sido respeitado o limite do défice público de 3% do PIB.

* Um desmentido importante

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 OS FACTOS












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ESTA SEMANA NO 
"DINHEIRO VIVO"
"Once a Day" 

Básicos que de básico não têm nada

Cansada de procurar básicos que compusessem o armário e facilitassem a mala de viagem, Rita desafiou Guilherme a criar um negócio.

Rita e Guilherme desconhecem o que passou pela cabeça do sr. Francisco no dia em quando os recebeu, pela primeira vez, na fábrica que tem em Santo Tirso. É ele a terceira parte deste trio: desde o primeiro dia, garante a produção dos 20 modelos diferentes da coleção de estreia da Once a Day, a marca lançada este ano pela estudante de marketing e publicidade e pelo sócio, licenciado em gestão e com um mestrado em empreendedorismo. 

Rita Xavier, 21 anos, estudante do 2.ºano de marketing e publicidade no IADE, sempre gostou de moda mas foi apenas numa viagem, que fez com Guilherme à Indonésia. que se deu conta de que, no armário, não tinha básicos que a ajudassem a organizar uma mochila leve e que desse para as duas semanas de aventura, sem necessidade de grandes combinações de cores e padrões. 
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“Pensei que o melhor era levar tudo branco, preto e cinzento, para poder levar três calções e quatro t-shirts. Fui à procura e não encontrei nada. Ainda por cima estava contente porque era altura de saldos, pensei que houvesse ainda mais produtos a um preço mais baixo, mas nada. Não havia branco e preto, tudo tinha cortes estranhos. Lá arranjei três, levei-os mas quando voltei foram para o lixo, já não havia condições para continuar a usar”, conta Rita. Foi nessa altura que a estudante percebeu a necessidade de procurar uma marca que tivesse os básicos que fazem falta. E a um preço acessível. 

Com Guilherme, 25 anos, falaram com algumas amigas e pessoas da família e perceberam que Rita não era caso único. O passo seguinte foi começar a criar as peças. Neste processo, Rita – que desenhou todos os modelos lançados pela Once a Day – contou com a ajuda preciosa da equipa de estilismo da Lanidor, parceira investidora no projeto e “verdadeira mentora” da passagem da ideia à prática.
“A família da Rita está ligada ao grupo Lanidor e, nesse aspecto, foi bom termos o know-how”, conta Guilherme. A ideia foi “estranhamente muito bem recebida. Apresentámos o projeto em busca do primeiro investimento da Lanidor, de maneira a contarmos com os serviços ao cliente e logística partilhados. Foi quase como um primeiro empurrão. (…) Toda a gente achou que fazia falta uma marca assim no mercado. Seguiu-se a parte de começar a arranjar uma solução, coisas boas com investimento moderado para não ser muito arriscado”, diz Rita. Os primeiros esboços começaram a ser desenhados há cerca de um ano, tempo suficiente para apresentarem o projeto ao investidor, procurarem fornecedores, aprovarem as amostras e começarem a vender online. Foi nessa altura que conheceram o sr. Francisco.

 “Portugal tem essa coisa boa das quantidades: se fossemos para países como a China ou a Índia, não iam aceitar as nossas encomendas porque são pequenas. Como trabalhos ainda em pequenas fábricas, aceitam-nas, encaixam a nossa dentro das grandes produções”, conta Rita. Na fábrica de Santo Tirso é diferente. “Se estão a trabalhar com linha branca, aproveitam e fazem 20 t-shirts para nós.E é muito por aí. Quando fizemos a produção, estava a acabar uma de 40 mil peças para a Inditex. O sr. Francisco passa de 40 mil saias para uma produção de 40 t-shirts. Ele sabe como faz e nós precisamos desta flexibilidade dos fornecedores para ir recebendo feedback e encontrarmos o produto perfeito”. Isso mesmo. É que, desde o primeiro dia, é nisso que Guilherme e Rita estão focados: encontrar o product market fit, o produto adequado ao mercado.

“Temos vindo a alterar desde setembro. Queremos estar sempre a evoluir. O que queremos não é mais uma marca de roupa mas uma solução para quem gosta de moda.

Básicos que toda a gente quer sem medo do ‘não posso ter porque tens igual’”, conta Rita. Desse trabalho conjunto nasceram pouco mais de 20 modelos em três cores base – branco, preto e cinzento -, muitos deles produzidos apenas em tamanho único. “Depois de desenhada a coleção, definimos a estratégia e, na parte dos preços, percebemos logo que seria uma boa estratégia ter preços mais justos e acessíveis, de maneira a tornar a marca conhecida pela qualidade”, conta Rita. 
Isto significa que as margens da Once a Day rondam valores que representam cerca de um terço das margens geralmente praticadas por outros negócios de moda (cerca de 15%). 

Com um investimento inicial de 10 mil euros, financiados pela Lanidor, a Once a Day espera ainda este ano conseguir devolver todo o investimento inicial da empresa, provada da sustentabilidade de um negócio pensado com margens muito abaixo das praticadas pela grande maioria das marcas de roupa. “Inicialmente achávamos que o target da marca seriam mulheres entre os 16 e os 25 anos mas temos vindo a perceber que também mas não só”. 

 As primeiras peças produzidas pela fábrica do Sr. Francisco, 100% algodão e feitas em Portugal, foram apresentadas no Summer Market Stylista, organizado pela blogger Maria Guedes, e que junta cerca de 100 marcas, na maioria dos casos portuguesas. A experiência, contam Rita e Guilherme, não podia ter sido mais elucidativa no que toca à validação do produto no mercado.

“Ainda nem tínhamos a produção toda mas fomos testar a reação e ver se era mesmo um problema. Lá percebemos que o nosso target era mais alargado e que as pessoas acima dos 50 anos também queriam peças deste género. Percebemos que, além de haver um problema, aquela nossa ideia parceria ser a solução”, detalha Guilherme. Além dos mercados, a Once a Day vende online e procura agora os primeiros parceiros para estar presente em lojas multimarca. Os planos de expansão passam também pela aposta no mercado externo e, a médio prazo, pela abertura da primeira loja oficial da marca, que deverá acontecer dentro de um ano. “Queremos que as pessoas se sintam bem arranjadas mesmo usando um básico. Trabalhámos muito os detalhes dos modelos e toda a comunicação é muito direcionada para a moda. 

A Once a Day é uma marca de básicos que de básico não tem nada”. ° Once a Day ° Projeto começou a ser pensado em 2015, na sequência de uma viagem dos dois sócios à Ásia ° A marca tem cerca de 20 produtos criados para a primeira coleção ° A maior parte das peças são de tamanho único ° Investimento foi feito pela Lanidor. Retorno deverá ser alcançado ainda este verão.

* História de sucesso que desejamos continuidade.


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PERIGO CALOR

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FONTE: DIRECÇÃO GERAL DE SAÚDE

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ESTE MÊS NO
  "NOTÍCIAS MAGAZINE"

O poder de uma boa asneira

Este artigo pode conter linguagem suscetível de ferir a sensibilidade de alguns leitores.

Por que diabo cai tão mal dizer merda num jantar de avós quando, em tempos, mandar alguém para o diabo era a pior ofensa de todas? E como se exprime uma emoção verdadeiramente forte a não ser com asneiras? São intensas, proibidas, poderosas. Maiores do que quaisquer palavras, por isso lhes chamam palavrões. Está avisado, leitor!

Poucas palavras traduzem tão bem um sentimento de dor, raiva e até alegria do que um palavrão solto na altura certa. O cônjuge rompe connosco, ai queria tanto que resultasse mas não dá? «Querias porra nenhuma, vai-te foder!» Entramos na cozinha ensonados para fazer café e esbarramos no armário? «Merda, quem é que deixou a porta aberta?» Dizer asneiras é uma coisa desgraçada: levamos a infância sem poder pronunciá-las e o resto da vida fascinados pelo seu poder. Um estudo publicado em dezembro de 2015 na Language Sciences (University of Southern Denmark) diz mesmo que quem sabe muitas asneiras tem o resto do vocabulário mais desenvolvido do que as pessoas pouco fluentes em obscenidades. Não há medo do ridículo que resista a um bom palavrão. Ainda assim, se tiver menos de 18 anos ou for leitor para se ofender, é melhor não ler este artigo.

«As asneiras são especiais. Têm uma ligação mais profunda com as nossas emoções do que quaisquer outras palavras», garante-nos Melissa Mohr, especialista inglesa em literatura medieval e renascentista e autora de Holy Sh*t: A Brief History of Swearing (Grande M*rda: Uma Breve História do Asneiredo). «As pessoas usam-nas para insultar – são particularmente boas por carregarem tanto conteúdo emocional –, mas também para aliviar ou exprimir emoções extremas de felicidade, tristeza, surpresa.» Ao contrário do que seria de prever, contribuem para fortalecer a coesão entre membros de um grupo: vários estudos referem um aumento da moral no trabalho entre funcionários que se juntam para praguejar contra a gerência. «Podem ainda ser termos de afeição: os homens britânicos chamam-se muitas vezes cunt (cona) uns aos outros, da mesma forma que os afro-americanos se tratam por nigger (preto) entre si.»
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E o que é, afinal, uma asneira? «É vocabulário insultuoso que integra a linguagem do dia-a-dia de quase toda a gente», define Filipa Jardim Silva, psicóloga clínica da Oficina de Psicologia. O sentido surge sempre num contexto cultural e depende dos mecanismos de conservação da língua: «Os palavrões flutuam de época para época e de cultura para cultura. Uma expressão pode ter um significado forte em dado lugar ou momento histórico e perdê-lo noutros.» Melissa Mohr concorda, acrescentando que o inverso também ocorre quando palavras comuns adquirem o estatuto de palavrão. «Na Idade Média, profundamente religiosa, não havia nada pior do que jurar pelas chagas de Cristo ou mandar alguém para o diabo.» Hoje são os insultos raciais e homofóbicos os mais ofensivos, por estarmos mais empáticos com os outros, ao passo que as asneiras sexuais são o legado de um tempo em que era esta a maior preocupação social.

«Apesar de serem tabu máximo na época vitoriana, foram os romanos que nos deram a atual medida para o obsceno, baseada nos seus próprios palavrões em torno do corpo, partes íntimas e atos sexuais. Mais ainda aos portugueses, já que muitas das vossas asneiras provêm diretamente do latim.» Caralho, por exemplo, deriva de caraculu e significa pequena estaca. «O termo passou a ser usado para designar o membro do touro na antiguidade», explica o jornalista Luiz Costa Junior no livro Com a Língua de Fora – A Obscenidade por Trás de Palavras Insuspeitas. Do membro do touro para o do homem foi um passo. Outra explicação (não consensual) refere o caralho como a cesta no alto dos mastros das caravelas, onde os marinheiros avistavam terra ou eram postos de castigo, daí a expressão ir para o caralho. E que locução transmite melhor a grandeza de algo do que “para caralho”? «Estou fulo para caralho. Gosto de ti para caralho. Esse gajo é chato como o caralho!»

Tanta emotividade ligada às asneiras 
deve-se sobretudo, segundo Filipa Jardim Silva, ao facto de habitarem no sistema límbico, «os porões da cabeça», enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo do neocórtex, a parte sofisticada da massa cinzenta. «É essa a região que controla as nossas emoções básicas e regula os impulsos, a zona mais primitiva em nós, e também por isso os palavrões estão tão associados a funções orgânicas, sexuais e reprodutoras», diz. 

O senso-comum sugere serem mais comuns entre o sexo masculino, no Norte do país e em adolescentes, mas nenhum estudo sociolinguístico sobre o assunto (dos poucos que temos) sustenta esta ideia. Pelo contrário, ressalva João Veloso, coordenador do Centro de Linguística da Universidade do Porto. A realidade é bem mais democrática.

«Os palavrões são transversais a todos os extratos económicos, classes sociais e gerações. Acontece que as pessoas com um acesso mais intensivo à escolaridade ou às normas da boa educação são treinadas para refrear o seu uso, pelo que dispõem de uma noção consciente das circunstâncias em que é aceitável usarem-nos», explica o linguista e professor do departamento de Estudos Portugueses e Românicos da Faculdade de Letras do Porto. As diferenças entre regiões/países/culturas resultam de a carga simbólica atribuída a cada palavra variar muito: o que é pejorativo num lado pode não sê-lo noutro. «A partir do momento em que o império romano foi cristianizado, a tradição dos banhos públicos desapareceu e o tabu social perante a nudez gerou um tabu linguístico face a certas partes do corpo, ainda hoje vivo nos países de tradição católica.» De resto, não há nenhuma cultura que não tenha o seu reservatório de palavrões. «Qualquer dicionário bem feito e que não tenha sido censurado os traz. Todos temos conhecimento desse reportório lexical. O que muda é a utilização mais criativa ou mais privada que fazemos dele.»

Do tal estudo de vocabulário publicado na Language Sciences fez parte o norte-americano Timothy Jay, professor de psicologia do Massachusetts College of Liberal Arts e perito em linguagem tabu. Jay passou as últimas três décadas a anotar palavrões que ouvia em lugares públicos, constatando serem palavras que não é suposto dizermos e, por isso, tão poderosas. Concluiu também que a aprendizagem começa cedo, logo aos 2 anos, e aos 11 ou 12 as crianças já conhecem tantas asneiras como os adultos. «Não merece grande preocupação, até porque os mais novos não sabem o significado dos termos, apenas que os pais ficam chateados por ouvirem dizê-los», tranquiliza. E não havendo nada que se possa fazer para evitar, o melhor é ensinar-lhes como e onde é aceitável usar asneiras, para garantir que não vão chamar nomes à professora ou passar por malcriados. «Na verdade, elas substituem efetivamente expressões infantis de fúria, como morder e berrar.»

Mohr recorda ainda um estudo de Richard Stephens, professor na Universidade de Keele, Reino Unido, e vencedor de um IgNobel em 2010 por descobrir que dizer palavrões alivia a dor física, sobretudo em quem os diz pouco. Outro estudo de 2014, realizado em Itália, concluiu que os políticos eram mais bem vistos pela opinião pública quando asneiravam, uma vez que pareciam emocionalmente mais envolvidos no que diziam e, portanto, mais confiáveis. E não, o mundo não seria um lugar melhor se as pessoas parassem de dizer asneiras. «Livrarmo-nos das palavras com as quais exprimimos ódio não acaba com o ódio em si, a agressão ou o conflito», observa. Por outro lado, perderíamos a chave para trabalhar estas emoções e uma válvula de escape fundamental, dado que dizer asneiras é o mais próximo que temos da violência sem que haja contacto físico. «Elas são catárticas. Aliviam como nenhuma palavra comum consegue.» Há coisas fodidas.

A RAIZ DAS ASNEIRAS
Levaram tempo a ser “dicionarizadas”, por serem consideradas menores ou desprezíveis, mas já integram o dicionário online Priberam ou as mais recentes edições do Dicionário Editora da Língua Portuguesa (Porto Editora).

Merda. Em latim merda, não significa só excremento como raiva, repulsa, falta de qualidade. O nojo associado à palavra prende-se com o nosso desejo de não tocar ou comer, sublinha a médica inglesa Valerie Curtis no artigo Is Hygiene in Our Genes? (Está a Higiene nos Nossos Genes?).
Cu. Asneira mais sintética não há, apesar de se ter desdobrado num enfático «Vai levar no cu», capaz de evacuar a nossa irritação. É a parte da agulha onde se enfia a linha, com a ranhura, daí o ainda mais específico «Vai apanhar no olho do cu».
Puta. Vem do latim putta e significa meretriz, apesar do original querer dizer menina e ser uma divindade agrícola romana protetora da poda. As sacerdotisas fariam rituais de fertilidade que podem explicar esta ligação ao sexo.
Foder. Do latim futuĕre, ter relações sexuais, ganhou a conotação negativa de deixar/ficar em mau estado por associação a violações e doenças. Também usado como foda-se, dasse, fodeu e fodeu de vez, a forma mais definitiva.
Boceta. De buxis. Consta que as romanas guardavam os valores em pequenas caixas de madeira de buxo redondas ou ovais a que chamavam bocetas. Uma metáfora evidente para as partes genitais femininas, o tesouro da mulher.
Porra. A semelhança com alho-porro (allium porrum) não é coincidência, já que o vegetal é fálico e segrega um líquido como o sémen (ou esporra, ou porra). Outra teoria é a de que seria uma arma de guerra medieval, também conotada com pénis e esperma.
Cona. Em latim cunnus. Terá tido origem no termo latino para rede e refere-se ao órgão sexual feminino, dando ainda origem às variações conanas, coninhas, conaça e enconar (qual delas a mais feia?).

FAMOSOS ADEPTOS DE PALAVRÕES
Jorge Amado. O escritor brasileiro adorava expressões politicamente incorretas como papar (ter relações), fechar a cancela (aposentar-se sexualmente), levantar cacete (ter uma ereção) ou dar a maricotinha (sinónimo de tomar no cu, esclarece o próprio).
William Shakespeare. Da próxima vez que ler Romeu e Julieta, saiba que o autor foi tremendamente insultuoso ao escrever «Que a peste invada as casas de ambos», numa altura em que surtos de peste negra continuavam a ameaçar a Europa no século XVI.
Jennifer Lawrence. A atriz de Jogos da Fome é conhecida por ser asneirenta. Desafiada pelo apresentador Conan O’Brien a dizer quantas pudesse em 30 segundos, a 100 dólares cada uma, somou quase cinco mil euros que reverteram para beneficência.
Pink. A cantora assume dizer os seus palavrões de vez em quando. Tal como o marido, a estrela de motocrosse Carey Hart, principal responsável pelo linguajar lá de casa. E a filha de 4 anos, Willow. «Ela di-las baixinho quando julga que ninguém está a ouvir.»
Miley Cyrus. Tem sido apelidada de “rainha dos palavrões” por muitos fãs aborrecidos com a faceta imoderada da jovem cantora. Além de insinuações sexuais e gestos lascivos, solta a língua em todos os discursos que faz, no palco e fora dele.
Madonna. Em março de 1994, usou a palavra foder e seus derivados 14 vezes no programa de David Letterman, fazendo deste episódio o mais censurado de sempre na história dos talk shows. A artista sabe inclusivamente asneiras em português.

* Bom p'ra c......!


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CADEIRA CURRICULAR



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ESTA SEMANA NA  
"SÁBADO"

Ir à escola no intervalo da quimioterapia

Sessões individuais por Skype, testes no hospital e apoio de professores no IPO. Quando o cancro muda a vida de uma criança, a esperança pode estar nas aulas

O exame nacional de Física e Química chegou ao Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto escoltado pela polícia. À espera da prova, numa sala do piso térreo do hospital, estavam dois professores vigilantes e apenas um estudante do 11º ano: Alexandre Curopos, de 17 anos. 
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Durante três horas – teve direito a meia hora extra por estar doente – respondeu "às questões que sabia" e saiu "confiante num resultado para passar". Depois, regressou ao isolamento no serviço de Pediatria, onde entrara pela primeira vez seis meses antes, em Janeiro de 2014. "Deixei de ir às aulas quando comecei a fazer quimioterapia, no início desse ano. Tive 6,5 a Física e Química, mas como a nota do 1º período eram boa (17), acabei a disciplina com 13", diz, explicando que o enunciado da prova foi transportado pelas autoridades de segurança como acontece em todas as escolas.

O diagnóstico de Alexandre chegara a 31 de Dezembro de 2013: linfoma de Burkitt, um cancro agressivo, cuja extensão pode duplicar em apenas 24 horas. "Sentia uma dor de barriga forte e, como não passava, fui ao hospital", conta o adolescente, que três dias depois da prova de Física e Química, fez a de Geometria Descritiva. "A minha irmã explicou-me a matéria e dessa vez tive 17,5 valores", constata Alexandre

Mesmo doente conseguiu entrar na licenciatura em Engenharia Informática. Está, neste momento, na época de avaliações do 2º semestre – e o linfoma parece ter ficado para trás. "Levo uma vida completamente normal", afirma o agora voluntário no IPO.
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Em 10 meses de internamento, nos quais fez sete ciclos de quimioterapia e um autotransplante (usando as próprias células), passou por períodos longos de isolamento. "A escola foi fundamental nesse processo de recuperação, tal como a família e os amigos", considera o pai, Henrique Curopos. "Havia dias em que não era possível, mas quando o Alexandre estava bem-disposto estudava e tinha aulas individuais por Skype."

Maria de Jesus Moura, directora da unidade de Psicologia do IPO de Lisboa, diz que a escola é determinante. "Mantém os projectos de vida das crianças. A dada altura tudo se concentra na doença: há sintomas, tratamentos, amigos e familiares que fazem visitas e falam sobre o tema. A escola é uma maneira de quebrar este contacto constante. Tem uma função adaptativa e, ao mesmo tempo, de protecção."

Há escola no hospital
Por se tratar de uma doença que altera profundamente o quotidiano das crianças, que as debilita e deixa sequelas físicas (perda temporária de cabelo, de sobrancelhas, inchaço, etc.), os IPOs de Lisboa e do Porto criaram escolas nos seus edifícios – em cada uma há três professores.

"Algumas crianças mantêm a escolaridade de forma regular com a instituição de origem", explica a docente Dina Ribeiro, do IPO de Lisboa. "Outros necessitam de uma intervenção mais complexa – nestes casos temos um papel mais regular e incisivo", acrescenta.
Em Lisboa e no Porto, alunos de várias idades reúnem-se no mesmo espaço para tirar dúvidas, resolver exercícios ou desenvolver actividades didácticas. Às vezes fazem testes. "A escola de origem envia-nos o enunciado e eles resolvem aqui", diz Dina Ribeiro.

Cada aluno tem um plano curricular adaptado ao tratamento e ao ano escolar. "É preciso encontrar o momento e a forma de apoiar cada um. Não temos um programa rígido. Muitas vezes estão connosco e são chamados para um tratamento ou consulta", explica a mesma professora. António Teixeira, do IPO do Porto, afirma: "Não temos um programa obrigatório. O nosso papel ultrapassa em muito o do professor tradicional."

A lei portuguesa prevê que as crianças com cancro continuem a ter um acompanhamento académico que as mantenha intelectualmente activas – mesmo em tratamento. Em Janeiro, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse que o Governo estava a trabalhar num diploma para regulamentar o acesso destas crianças à escola. O gabinete do ministro disse à SÁBADO não ter ainda novidades sobre o tema.

Em alguns casos o apoio é feito à distância. Foi o que aconteceu a Teresa Madeira, de 8 anos, que deixou de ir à escola em Outubro, quando lhe detectaram uma leucemia. "Entre tratamentos e idas ao IPO, assiste às aulas por Skype, faz perguntas à professora e interage com os colegas. Se projectarem alguma coisa no quadro, aparece também no ecrã da Teresa", conta a mãe, Florbela Pires.

"Habitualmente começam às 9h e normalmente deixo-a sozinha nesse período – seria assim em circunstâncias normais. Só intervenho se houver uma falha tecnológica", refere a advogada.
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As aulas fazem-na feliz. "Ficou triste com a perspectiva de não acompanhar os colegas. Por isso é importante para ela passar de ano", conta Florbela Pires, sublinhando que a filha não se incomoda com a falta de cabelo. "Foi outra menina do IPO que disse à Teresa que ela ia ficar careca. O pai mostrou-lhe fotos de cantoras e actrizes que também faziam quimioterapia e ela reagiu bem." Neste momento, está na última fase do tratamento (manutenção) e, pouco antes de as aulas terminarem, voltou aos Salesianos do Estoril para visitar os amigos. "Estavam todos numa grande excitação. Ela pediu -lhes para fazerem uma fila: deu abracinhos a todos. Ofereceram-lhe um livro e a directora chamou-a ao palco para lhe dar as boas-vindas", recorda Florbela.

Como vai ser o futuro?
A maioria dos tratamentos contra o cancro infantil não tem hoje um impacto cognitivo nos doentes, garante Filomena Pereira (na foto), directora do serviço de pediatria do IPO de Lisboa. "Os pacientes com hipóteses de apresentarem défices cognitivos são os que fazem radioterapia ao sistema nervoso central, mas esta opção terapêutica abrange cada vez menos crianças", refere a oncologista.

O que é comum a quase todos as crianças com cancro é a fadiga. "Muitas continuam a queixar-se do cansaço, mesmo depois do tratamento. É claro que isso pode prejudicar os resultados escolares", diz a psicóloga Maria de Jesus Moura.

Não foi o caso de Frederica Peixoto (na foto), de 13 anos. Apesar da leucemia e de dois episódios em que esteve à beira da morte, continua a ser a melhor da turma, mesmo a fazer quimioterapia. "Era aluna de quadro de mérito e continua assim", diz a mãe, Susana do Canto.

Uma das grandes preocupações dela quando soube que estava doente foram os estudos. "Tinha medo de chumbar", acrescenta.

No último ano lectivo, Susana do Canto deslocou-se todas as semanas à escola da filha, na Portela, concelho de Loures. "Ia buscar ou entregar trabalhos ou fichas", conta. Frederica transitou para o 9º ano com o apoio dos professores do IPO de Lisboa e com a ajuda de aulas individuais por Skype. "Rende mais assim do que com a turma", diz a adolescente, que chegou ao fim do ano lectivo com quatros e cincos. "A melhor nota foi num teste de Ciências: 100%", conta, assumindo as saudades da escola. "Ainda não sei se volto em Setembro."

Fazer desenhos e pedir ajuda
Ao contrário de Frederica, José Ramos, de 15 anos, regressou à escola durante o tratamento. Depois de uma cirurgia delicada em que lhe removeram um tumor cerebral maligno, a mãe e as professoras do IPO conseguiram convencê-lo a voltar em Setembro de 2015. A véspera, porém, foi passada a chorar. José tinha medo de enfrentar os colegas – caminhava com dificuldade e estava sem cabelo. "Deixou de mover o lado esquerdo, depois da operação. Cai muitas vezes e está muito magro", explica a mãe, Mónica Ramos. "Às vezes dizia-me que não tinha amigos – tinham-se afastado." Apesar disso, a nova turma na escola de Marinhais, Salvaterra de Magos, surpreendeu-o. "O director de turma apresentou-o como um aluno normal. Isso foi importante." 
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A pensar precisamente no regresso, o Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) desenvolve acções de formação em escolas. "Os professores e os auxiliares não sabem como receber o aluno, como lidar emocionalmente com ele. Têm muitas dúvidas: devem protegê-los de perguntas? Podem manter o nível de exigência?", explica Patrícia Gomes (na foto), psicóloga responsável pelo projecto, sugerindo que devem agir naturalmente. Paralelamente, tentam sensibilizar as outras crianças da turma. "É importante explicar-lhes o que é o cancro – em casos de leucemia, por exemplo, deve desenhar-se o corpo humano num papel de cenário para eles perceberam que a doença está pelo organismo todo", aconselha. E acrescenta: "Às vezes aparecem com soluções engraçadas: ‘Então e se lhes tirássemos o sangue e puséssemos um novo?"

A acção de três semanas, implementada até agora em três escolas do distrito do Porto, também pretende esclarecer os pais dos alunos saudáveis. "Por mais estranho que pareça, há quem acredite que o cancro é contagioso", nota a especialista.

Enquanto o processo decorre, prepara-se o doente. "Dizemos-lhe que tem os amigos à espera, apresentamo-lo como um super-herói. E no dia do regresso, pomos-lhe uma capa e tiramos fotos", diz Patrícia Gomes. Há que ter sempre em conta a idade da criança. "Nos mais novos, a preocupação é o afastamento dos cuidadores e dos amigos. Os mais velhos centram-se na ideia de dor e sofrimento. Alguns intelectualizam a doença e sabem exactamente o que têm. Interpretam análises e exames." 
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João Rocha, de 14 anos, domina bem os termos médicos. Ainda não voltou ao colégio, em Vila Nova de Cerveira (frequenta o 9º ano), mas está optimista quanto à recuperação. A 18 de Setembro de 2015 detectaram-lhe um linfoma, que se manifestou com dores intensas no ombro. "A médica disse-me que a minha cura tinha duas vertentes: uma parte competia-lhe a ela e à medicina; a outra cabia-me a mim e ao meu ânimo. Respondi-lhe logo: ‘Dra., trate da sua parte porque a minha está assegurada.’"

* Histórias de arrepiar e encantar.


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