06/11/2016

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ESTA SEMANA NA  
"SÁBADO"

As queixas mais estranhas 
dos turistas em Lisboa

Turistas que dizem vir da Alemanha, mas que mais parecem ter chegado de Marte, compradores de drogas falhados, deficientes sem noção do espaço e do tempo... São muitos os casos que fazem da esquadra do Comando Metropolitano de Lisboa, sediada no Palácio Foz, na baixa da cidade, a mais peculiar da capital. 
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Vocacionada para receber - e resolver - as denúncias dos turistas, é comandada pela subcomissária Carina Sousa. A maioria das queixas lá apresentadas respeita a furtos por carteiristas e a roubos de oportunidade. Os números têm vindo a aumentar, mas, segundo Carina Sousa, "não são directamente proporcionais ao aumento de turistas". Estas são algumas das histórias mais estranhas com que a equipa hoje constituída por 44 agentes já teve de lidar.

A alemã de outra galáxia
O assunto era grave: uma turista alemã queixava-se do rapto das suas duas filhas menores. Os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) ouviram-na com atenção. Até que a conversa tomou um rumo transcendental, quando a queixosa decidiu fazer duas revelações-surpresa: 1) tinha sido inseminada artificialmente por Deus; 2) as suas crianças haviam sido "raptadas" por telepatia. Face a este cenário, os agentes seguiram o protocolo e facilitaram o contacto da turista com a Embaixada da Alemanha. E terá sido sem grande surpresa que receberam o telefonema do funcionário consular que a recebeu, informando-os de que, provavelmente, a cidadã teria problemas psíquicos. Outro alemão, este ano, entrou na esquadra para denunciar uma situação igualmente estranha: estava a ser seguido por antenas, radares e satélites. Depois de sair, ainda telefonou para acrescentar que "agora mesmo" se encontrava a ser perseguido pelo FBI americano.


O desaparecido da cadeira de rodas
Em Agosto, uma turista, que lhes confessou ter perdas de memória, não sabia onde estava o marido, que se deslocava em cadeira de rodas. Os agentes andaram às voltas com a mulher, cuja aflição aumentava a cada segundo, dada a iminência da partida do cruzeiro em que viajavam. Após buscas intensas, lá descobriram o turista e contactaram o comandante da embarcação, que acedeu a atrasar a partida e recebeu o casal. Já depois de os polícias virarem costas, os passageiros, informados da causa do atraso, vieram às varandas bater palmas aos agentes. A resposta foi um toque da sirene policial.

A operação Find iPhone
Duas turistas italianas dormiram com a janela aberta e acordaram sem o seu smartphone. Como tinham possibilidade de o localizar através da aplicação Find iPhone, pediram ajuda aos agentes para as ajudarem a resgatá-lo. Resultado: o aparelho foi recuperado e um suspeito foi detido na posse desse e de outros telemóveis e tablets que não lhe pertenciam.

O haxixe da farmácia
Há relatos estranhos, alguns respeitantes a burlas muito particulares. Uma delas: um conjunto de turistas tentou comprar haxixe e percebeu que, afinal, era louro prensado com graxa. A pergunta do agente era inevitável: "Quer mesmo queixar-se à polícia que tentou comprar droga?"

Perdidos na tradução
Há alguns anos, uma turista italiana foi levada no carro-patrulha para o Comando da PSP. Não parava de gritar com os agentes, e mesmo quando chegou à esquadra de turismo continuou a vociferar contra quem lhe aparecia à frente. É que, quando tinha abordado os polícias, a sua única preocupação era… encontrar uma casa de banho.

* Para sorrir ao domingo, também é preciso.

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