23/10/2016

.

ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"

Mantenha as suas finanças sob controlo.
. Como? Assim

Não sabe como controlar o seu dinheiro? Ana R. Bravo explica-lhe como manter as suas finanças sob controlo.

Se sente uma satisfação imediata ao comprar algo por impulso e se “recrimina” a seguir, se não liga às faturas e detesta fazer contas, se não consegue manter um orçamente e não sabe o que fazer para conseguir poupar mais, então este artigo é para si. Ana Rosa Bravo, autora do livro ABC da Poupança, esteve à conversa com o Dinheiro Vivo e dá-lhe agora algumas dicas de como gerir melhor as suas despesas. 
 .

Ana R. Bravo confessa que há muitos anos o seu perfil de consumidora era de uma típica consumista. “Não fazia contas, comprava por impulso e depois tinha dores de cabeça e noites mal dormidas porque o dinheiro faltava para coisas importantes”, conta a autora. No entanto, um dia Ana R. Bravo decidiu entrar numa vida mais regrada: “Decidi aprender e, tal como se diz, o mestre aparece quando o discípulo está pronto, a vida encarregou-se de ajudar. A aprendizagem foi profunda e acabei até por escrever o ABC da Poupança, o resultado desta aprendizagem.”

Durante este caminho de aprendizagem e mudança de vida, a autora aprendeu lições bastante valiosas: 

 1. Percebeu que comprar coisas da forma como o fazia dava-lhe “uma sensação de satisfação apenas de alguns momentos e garantia-me um desassossego de semanas, meses e anos”;

 2. Aprendeu que se continuasse a fazer as mesmas coisas teria sempre os mesmos resultados, “para ter resultados diferentes havia que mudar a abordagem”; 

3. Entendeu que “existem muitas forma de manter as finanças sob controlo, mas a forma de começar é sempre a mesma: fazer contas“; 

 4. Por fim, a autora refere que aprendeu a construir e a manter um orçamento. 

 “Tudo o que está no livro eu pratico e faço um estilo de vida frugal, simples, baseado mais nas necessidades do que nos desejos, embora esses sejam também considerados no orçamento familiar. Por isso, sou uma pessoa poupada, não só no sentido de colocar dinheiro de lado, ou seja, criar poupanças, como também no sentido de usar o nosso rendimento de forma equilibrada e fazendo mais com menos. É isso que ensino e, na minha perspetiva, não há melhor forma de o fazer senão pelo exemplo”, sublinha. 
 .

Para quem quer aprender a gerir melhor as suas despesas, a autora aconselha a leitura de livros de pessoas que já passaram pelas mesmas experiências e criaram metodologias, sugerindo ainda que façam contas, estipulando quanto ganham, quanto gastam, em que é que gastam, estabelecer plafonds para cada área de despesa. Resumindo, é imprescindível que aprendam a fazer um orçamento e a manter-se fiel ao mesmo, “o orçamento é mesmo o passo mais eficaz, a roda já foi inventada há muito tempo e funciona”, declara a especialista em finanças pessoais. 

Desta forma, a autora dá algumas dicas que pode seguir no seu dia-a-dia: 

1. Fazer contas a quanto recebe; 

2. Apurar quanto gasta por mês e em que artigos gasta o seu dinheiro; 

3. Estabelecer objetivos de vida e tomar decisões financeiras de acordo com os mesmos. Por exemplo, se pretende ter um rendimento extra mensal quando se reformar, deverá estabelecer uma poupança mensal para esse efeito, tal pode implicar almoçar fora só um dia por semana e lavar marmita nos dias restantes; 

4. Estabelecer um orçamento realista, que induza todas as áreas da sua vida e todo o tipo de despesas, mesmo aquelas que não são mensais. É importantíssimo que o orçamento contenha uma área para lazer e divertimento ou, como a autora costuma designar, “o orçamento do prazer”; 

5. Fazer bons investimentos, tais como comprar livros especializados que o ensinam a fazer mais com o pouco dinheiro que tem ou, por outras palavras, que o ensinam a”esticar o dinheiro”; 

6. As medidas de poupança em bens e serviços não são exclusivas de quem tem um rendimento mais pequeno, são para todos. “Quem segue um modo de vida organizado consegue ter mais dinheiro. Isto funciona tanto para quem tem um orçamento maior como para quem tem um orçamento menos”, explica Ana Bravo.

Ao longo do tempo, a especialista em finanças pessoais já viu passar por ela diversos tipos de famílias, com diversos tipos de rendimentos e diferentes tipos de funcionamento. “Faço coaching financeiro a famílias com rendimentos de luxo e contas bancárias de sem-abrigo, por outro lado, já vi outras que, com rendimentos mais baixos, conseguem ter os ditos pés-de-meia, que todos os meses incrementam com uma percentagem do seu rendimento. Não é quanto se ganha que determina o nível da nossa poupança, mas sim a forma como pensamos, agimos e, naturalmente, a forma como guardamos o dinheiro dos rendimentos que recebemos”, adianta Ana R. Bravo.

A autora, que já conta com um canal no youtube, colaborou atualmente na edição do Kakebo 2017 – agenda que visa ajudá-lo a organizar as suas contas domésticas – e refere que a agenda só não é útil para quem não a utiliza. 
 .

A coach em finanças avança que as primeiras alterações a nível económico que irão saltar à vista, após começar a usar uma agenda deste formato são: passar a ter consciência da forma como está a usar o dinheiro, o que, por si só, o irá fazer poupar; começará a sentir-se poderoso, visto passar a conseguir controlar o seu dinheiro e não o contrário; estará mais motivado pois, ao utilizar o Kakebo, este relembrá-lo-á dos seus objetivos (seja uma viagem, uma melhor reforma, renovação do guarda-roupa, entre outras); além disso, passará a sentir-se organizado e, acima de tudo, livre, uma vez que esta agenda de contas domésticas o irá colocar no rumo de uma vida financeiramente saudável e sem sobressaltos. 
 
 Segundo Ana R. Bravo, quem quer começar a poupar tem muitos benefícios em usar o Kakebo: 

 1. A agenda lembra-nos o nosso alvo, isto é, o nosso rumo. “Quem não estabelece metas ou objetivos é como um barco à deriva que só para quando encalha ou quando fica sem combustível”; 

 2. Este é um instrumento que permite ter uma visão clara e organizada das nossas finanças, ajudando a seguir o rumo dos objetivos traçados inicialmente; 

3. O Kakebo ajuda a ganhar disciplina nos consumos e a ser constante no que se consome; 

4. Permite que se desenvolva uma melhor consciência sobre a forma de usar o dinheiro e, assim, fazer com que se detete pontos de melhoria ao longo do tempo; 

5. A agenda consegue ainda que ganhe tempo e evite imprevistos pois, na realidade, “num bom orçamento tudo está previsto”; 

6. Por fim, dá dicas importantes de poupança, contribuindo com informações úteis e práticas.

* Aprender é a única maneira de melhor viver.

.

Sem comentários: