20/07/2016

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HOJE NO
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Investidores pagam 
para emprestar dinheiro a Portugal

Portugal levou hoje a cabo duas emissões de dívida de curto prazo e, numa das operações, os juros conseguidos foram negativos. Embora não seja inédito, isto significa que os investidores estão a pagar para emprestar dinheiro ao país.

Segundo dados divulgados hoje pelo IGCP, o organismo que gere a dívida pública, foi feita uma emissão de Bilhetes do Tesouro com maturidade de seis meses – a dívida emitida hoje por Portugal é reembolsada  em janeiro de 2017.
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O Estado colocou 544 milhões de euros nesta modalidade, tendo conseguido uma taxa negativa em 0,003%. Na última operação semelhante, feita em maio deste ano, tinha tido juros positiva de 0,021%, recorda Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.


“Não sendo a primeira vez que Portugal emite dívida de curto prazo a taxas negativas – até já as emitiu mais negativas -  é o sinal de que este ambiente de baixas taxas de juro, com os países mais prósperos com taxas negativas, faz da a dívida portuguesa uma alternativa menos negativa para os investidores. Na Alemanha, a dívida a 1 ano tem um juro negativo de 0,65%”, explica o gestor.
A explicação para os investidores aceitaram taxas negativas, acrescenta, é a de que “não há alternativas melhores”. E, embora paguem para emprestar dinheiro, esperam que valor dos títulos de dívida suba nos próximos meses e daí possa vir algum rendimento.
Além da operação a seis meses, o IGCP concretizou uma emissão de dívida a 12 meses. Nestes Bilhetes do Tesouro com maturidade em Julho de 2017, a taxa foi de 0,038% - o que compara compara com a taxa de 0,043% do último leilão semelhante. Nesta modalidade, foram colocados 1360 milhões de euros.
“Nem se esperava outra coisa – as duas emissões de dívida de curto prazo correram bem para o Estado português, com as taxas de juro a descer em ambos os prazos, conseguindo mesmo ir a taxas negativas nos 6 meses.  O leilão correu bem ainda porque houve uma procura dentro do que é habitual e o montante colocado até ficou acima do pretendido”, conclui Filipe Silva.

* Portugal ainda corre riscos financeiros graves, não tanto pela gestão mas pelo ódio visceral do aglomerado Popular Europeu, que não perdoa aos novos governantes o atrevimento de o contestar, tal era o sibilino  rastejar do governo de Passos Coelho.
Mas a notícia é boa.


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