12/07/2016

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HOJE NO
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Governo em tournée pelo país: 
Costa presta contas amanhã

A oposição acusa o governo de andar em campanha eleitoral, mas António Costa não parece disposto a deixar a fórmula que inaugurou como autarca, com sessões públicas para explicar as suas políticas

António Costa inaugurou na Câmara de Lisboa as reuniões descentralizadas. O conceito era o de levar o autarca e vereadores a correr as freguesias na cidade para prestar contas aos munícipes. No governo, Costa já usou esta mesma fórmula para explicar aos portugueses o Orçamento do Estado de 2016. Cerca de cinco meses depois, o primeiro-ministro volta às sessões públicas para explicar as suas políticas.
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 Ontem, António Costa pôs os ministros numa volta a Portugal para debates abertos a quem quis participar neles. Houve sessões em todos os distritos do Continente, numa iniciativa que foi anunciada pelo PS como uma forma de “prestar contas aos portugueses”.

MINISTROS DE NORTE A SUL
Em Braga, coube ao ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, responder às questões do público; em Cascais, o palco ficou para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Capoulas Santos, ministro da Agricultura, foi à Lourinhã, e Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, esteve em Leiria, enquanto o ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, esteve em Alpiarça (Santarém).
Pastas como as Finanças, a Justiça, a Educação e a Administração Interna foram representadas por secretários de Estado, e não por ministros. No caso das Finanças, por exemplo, foi o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, quem deu as explicações em Évora no dia em que Mário Centeno esteve em Bruxelas, na reunião do Eurogrupo que antecedeu o encontro do Ecofin que hoje decidirá se Portugal sofrerá ou não sanções por ter ultrapassado o limite dos 3% de défice em 2015.

Manual da geringonça
Além das sessões mais marcadas pelas políticas setoriais que cada representante do governo explicou ontem pelo país, houve ainda uma sessão especial sobre o funcionamento da geringonça.

Pedro Nuno Santos esteve ontem no Porto para uma conferência com o título “O que é que a geringonça tem”. Com a função de articular as relações com os parceiros da esquerda que apoiam o governo na Assembleia da República, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares foi responder às dúvidas sobre como se consegue manter a estabilidade em constantes negociações com BE, PCP e PEV.
Em março, Pedro Nuno Santos ainda dizia em entrevista à TSF que o termo inventado por Vasco Pulido Valente e popularizado por Paulo Portas para descrever a solução de governação à esquerda não lhe agradava. “Isto não é uma geringonça!”, reclamava na altura. Seis meses passados sobre a tomada de posse de António Costa, a maioria parlamentar está tão à vontade com a expressão que a usou no título e nos cartazes que anunciaram a sessão de ontem no Porto.

COSTA EXPLICA-SE
Depois destas sessões, a bola passa para António Costa, que estará amanhã na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal para responder às perguntas dos presentes.
A sessão tem início marcado para as 21h e deve durar até à meia-noite. Acontece um dia depois da reunião do Ecofin que pode decidir a aplicação de sanções a Portugal, pelo que o momento pode ser particularmente complicado de gerir para o primeiro-ministro. Apesar disso, Costa continua convencido de que este modo próximo de comunicar é o mais eficaz e deve continuar a apostar neste tipo de contacto com o eleitorado.

* O Governo PSD/CDs andou 4 anos em campanha eleitoral, mentiu, omitiu, encobriu e até teve um ministro comissionista, a geringonça está a sepultá-lo devagarinho, fizeram buracos no caixão para os vermes virem vomitar cá fora.
Levar o governo às populações é boa ideia, oxalá sejam melhores os resultados.

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