28/06/2016

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Juncker quis saber o que faz 
ainda o Ukip em Bruxelas.
 “Agora já não riem", respondeu Farage

O líder do partido da independência do Reino Unido fez um discurso desafiador no Parlamento Europeu, classificando o resultado do referendo do Brexit como "sísmico" e acusando os eurodeputados de nunca terem tido um emprego.

O Parlamento Europeu esteve esta manhã no centro da discussão política em torno da saída do Reino Unido da União Europeia, com o presidente da Comissão Jean Claude Juncker e o líder do partido independentista Nigel Farage a trocarem argumentos azedos sobre o Brexit.
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O líder do britânico Ukip defendeu que a saída do Reino Unido da União Europeia, validada no referendo da passada quinta-feira, não será a única desvinculação do clube dos 28 e que a partir de agora os restantes países da UE olharão para o país de Sua Majestade como uma referência.

"Agora oferecemos um farol de esperança aos democratas em todo o continente europeu… O Reino Unido não será o último Estado-membro a deixar a UE", afirmou Nigel Farage esta terça-feira, 28 de Junho, no Parlamento Europeu.

As declarações de Farage seguiram-se a uma recepção áspera do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, que no rescaldo do "Leave" votado por 52% dos eleitores no referendo, perguntou aos eurodeputados britânicos: "O que fazem aqui?".

"Devemos respeitar a democracia britânica e a forma como expressaram a sua opinião", afirmou Jean-Claude Juncker. A afirmação do presidente da Comissão Europeia foi aplaudida apenas pelos parlamentares do UKIP.

Depois, Juncker parou o seu discurso, olhou para os membros do UKIP e dirigindo-se directamente a estes deputados afirmou: "É a última vez que aplaudem aqui." "De alguma forma estou realmente surpreendido que estejam aqui. O povo britânico votou a favor da saída. Porque estão aqui? [Why are you here?]", perguntou, entre aplausos dos restantes membros do Parlamento Europeu.
O político britânico não desarmou ao longo da sua intervenção, relembrando o percurso longo de defesa da saída do Reino Unido da esfera da União. "Quando eu cheguei aqui há 17 anos e disse que queria liderar uma campanha para que a Grã-Bretanha saísse da União Europeia, vocês riram-se de mim. Bem, tenho de dizer que agora vocês já não riem, pois não?", questionou desafiador, classificando o resultado do referendo como "sísmico".

Farage acusou ainda o projecto europeu de estar em "negação" e de ter uma moeda única "débil": "A razão pela qual vocês estão tão zangados está patente em todas as reacções irritadas desta manhã – vocês, enquanto projecto político, estão em negação". E deu os exemplos do "empobrecimento imposto" à Grécia e da crise dos refugiados no Mediterrâneo para justificar a acusação.

O líder independentista chegou mesmo a ser repreendido pelo presidente do Parlamento, Martin Schulz, depois de ter pedido uma atitude "sensível e de gente crescida" para negociar uma parceria diferente entre Reino Unido e UE e questionado o percurso dos eurodeputados. Ainda assim, reconheceu que "não ter um acordo é melhor para o Reino Unido do que o acordo podre que temos agora".

"Eu sei que quase nenhum de vocês teve alguma vez um emprego nas vossas vidas ou trabalhou num negócio ou em comércio ou alguma vez criou um emprego", deixou ainda, entre protestos e aplausos das bancadas. 

* Arrufos de primas donas, depois à noite vão para os copos todos juntos.

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