05/05/2016

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HOJE NO    
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Metade dos administradores de empresas
. não estão prontos para enfrentar crise

Que empresas têm uma visão clara da crise e quais as que estão prontas para lidar com isso? Mais de 300 membros do conselho de administração compartilharam pontos de vista de todo o mundo. Pesquisa global da Deloitte aponta que 76% dos entrevistados acreditam que suas empresas responderiam efectivamente a uma eventual crise, mas menos de 49% têm-se preparado.
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Mais de três quartos dos membros dos conselhos de administração das empresas em todo o mundo confiam, assim, na capacidade das suas organizações em lidar com situações de crise, mas não sentem que eles e as suas empresas estejam completamente preparados para esses momentos, conclui um estudo promovido pela Deloitte e realizado pela Forbes Insights “Uma crise de confiança”.

Segundo este estudo, menos de metade (49%) dos executivos inquiridos referem que as suas organizações dispõem dos recursos e processos para lidar, da melhor forma, com uma crise.
“A maioria das empresas irá enfrentar uma crise a certa altura do seu percurso. É uma questão de “quando” e não “se”, refere Nuno Belo, partner de consultoria da Deloitte.

Segundo este responsável, “os membros dos conselhos de administração devem articular-se com as suas equipas de gestão para garantir que existe um entendimento comum dos riscos que a organização apresenta maior nível de vulnerabilidade a eventuais crises”. Nuno Belo considera ainda que é igualmente importante assegurar que esse alinhamento resulta no reforço efectivo dos processos e sistemas utilizados para detectar e prevenir situações adversas.

Entre as principais conclusões do estudo da Deloitte destaca-se a diferença entre “sentir-se preparado” e “estar preparado”: Mais de três quartos dos inquiridos (76%) acreditam que as suas empresas responderiam de forma eficaz caso amanhã surgisse uma crise.

Contudo, apenas 49% dos membros dos conselhos de administração afirmam que as suas empresas recorrem à monitorização ou a planos de comunicação interna para prever possíveis problemas. Igual percentagem afirma que as suas empresas possuem guias de resposta a cenários de crise. Um número ainda menor (32%) confirma que as suas organizações participam em simulações de crise ou em acções de formação sobre o tema.

Danos na reputação corporativa no topo das vulnerabilidades
O estudo da Deloitte conclui ainda que danos na reputação corporativa estão no topo da lista de maiores vulnerabilidades, seguido pelo crime informático, ou cibercrime.

De acordo com os inquiridos, as áreas de crise que os fazem sentir mais vulneráveis são a reputação corporativa (73%) e o cibercrime (70%). Dois terços (66%) também identificam como vulneráveis as áreas relacionadas com a cadeia de abastecimento, com aspectos regulatórios e associados a desastres naturais.

Quando questionados sobre áreas específicas de crise, os membros dos conselhos de administração estavam mais propensos a reconhecer a sua vulnerabilidade, do que quando mencionaram que tinham um plano para enfrentá-la. Por exemplo, 73% indicaram a reputação como uma vulnerabilidade, mas apenas 39% referiram que tinham um plano definido para abordá-la.

A Deloitte conclui ainda no estudo que existe uma reduzida articulação entre os elementos da administração e a equipa de gestão. Menos de metade dos inquiridos (49%) indica que se articularam com as equipas de gestão para compreender como a organização se tem preparado para a crise. Apenas metade revela que os administradores e a equipa de gestão têm conversas regulares e específicas sobre a prevenção de crise.

Também menos de um terço (30%) dos membros dos conselhos de administração das organizações que enfrenta crises afirma que a reputação foi recuperada em menos de um ano. Cerca de 60% refere que demoraram quatro anos ou mais a recuperar. As crises financeiras e operacionais exigem também um longo período de recuperação.

“É evidente que a preparação e a resistência à crise tem de ser um assunto mais predominante nas agendas das reuniões de administração. Embora a abordagem possa variar de empresa para empresa, administradores e gestores não devem subestimar o desafio que é preparar uma organização para uma crise”, segundo Nuno Belo.

O estudo global realizado pela Forbes Insights, em parceria com a Deloitte, foi conduzido com o objectivo de avaliar o nível de preparação das grandes organizações para responder a uma crise. Desta análise fizeram parte mais de 300 membros dos conselhos de administração de empresas que representam as principais indústrias e regiões geográficas, a nível mundial.

* Em resumo, 51% dos administradores de grandes empresas atingiram o patamar da incompetência, pois quem navega só com bom tempo não é marinheiro.


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