06/04/2016

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HOJE NO  
"DIÁRIO ECONÓMICO"

O futuro passa por carros 
autónomos, ligados à Internet 
e com inteligência virtual

A condução autónoma deverá tornar-se normal daqui a alguns anos. Graças a esse sistema, haverá mais fluidez no trânsito, uma melhoria da segurança rodoviária, menos ruído e um uso mais eficiente do combustível. Descubra algumas das novidades que estão a chegar.

É um tema que está na ordem do dia e como tal a dissertação sobre ele é quase inevitável. O que hoje conhecemos sobre as tecnologias de apoio à condução nos automóveis serão, num futuro que parece cada vez mais próximo, substituídos por sistemas tecnológicos de condução 100% autónomos. Os veículos autónomos (VA) já circulam pelas ruas – em testes – e prepararam-se para um dia fazerem parte da vida quotidiana.
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Actualmente, a indústria automóvel já está a desenvolver carros ligados à Internet e veículos autónomos, onde o condutor assume um papel secundário. Mas não é apenas o conceito de condução que muda, também o design dos carros do futuro deve ser muito diferente dos actual.

Se por um lado são as metas ambientais que pressionam as construtoras a produzir veículos mais eficientes, apostando em energias alternativas, por outro os objectivos a cumprir ao nível da segurança e da optimização das cidades e recursos reforçam a importância de um automóvel autónomo.

Na Europa, a partir de Março de 2018, a ligação à Internet nos carros passa a ser obrigatória. A partir desta altura os veículos devem estar equipados com um sistema electrónico de alerta, de modo a melhorar a eficácia da intervenção em caso de acidente.

Toda esta revolução está a colocar lado a lado fabricantes de automóveis, gigantes tecnológicos e fornecedores de componentes para carros com um objectivo comum: criar um automóvel autónomo seguro e energeticamente eficiente.

O Económico dá-lhe algumas noções do que se espera que os veículos autónomos façam no futuro.

Autonomia do veículo
A primeira geração de veículos totalmente autónomos encontra-se neste momento em desenvolvimento pelos fabricantes de automóveis e pelos engenheiros de sistemas, com o objectivo geral da sua introdução em 2030.

Empresas como a tecnológica Google e a Nissan estão a investir forte no desenvolvimento de carros autónomos, que podem mesmo dispensar os condutores. A ideia é que estes carros façam uma viagem sozinhos sabendo o caminho, desviando-se de obstáculos e, claro, em segurança.

A BMW, antevendo aquilo que será a tecnologia de mobilidade autónoma para o próximo século do automóvel, apresentou o BMW Vision Next 100, um carro com novas técnicas de construção, tecnologias e moldes de design. Embora disponha de tecnologias autónomas, o Vision Next 100 também pode ser conduzido como um veículo normal, sendo que o interior altera-se consoante o modo escolhido. Em modo de condução autónoma, os bancos convergem para o centro, ao passo que a consola central e o volante retraem-se para criar um interior com mais espaço.

Estacionamento autónomo
Antes de chegarmos à condução autónoma, a Bosch está já a automatizar o estacionamento. Através do ‘smartphone’, o sistema manobra carros em espaços de estacionamento. O sistema de gestão activa conta com sensores colocados no pavimento que indicam se um lugar está ocupado ou não. Esta informação é transmitida em tempo real para um mapa que pode ser acedido via internet, o que permite ao condutor escolher um lugar para estacionar.
Em parceria com a Daimler, a Bosch quer revolucionar o estacionamento. A fabricante de componentes para automóveis quer ter veículos a estacionar por conta própria, voltando ao ponto de partida quando accionado o sistema.

Carros que comunicam
Imagine que está a atravessar um cruzamento e não consegue ver um outro carro que passou o sinal vermelho e vem na sua direcção. Se os carros se comunicassem, o acidente poderia ser evitado já que estes veículos iriam comunicar entre si e automaticamente accionavam os travões.

Esta tecnologia que se intitula Vehicle-to-Vehicle communication (V2V), já está a ser desenvolvida pelos fabricantes, tendo como objectivo reduzir o número de acidentes.

Inteligência virtual
Não há dúvida de que se caminha para um futuro onde os carros se tornam tão inteligentes como os ‘smartphones’. O objectivo é que o veículo, tal como um ‘smartphone’, aprenda mais sobre os hábitos do condutor, como por exemplo, sintonizar automaticamente a rádio que costuma ouvir ou que envie um SMS para o chefe a explicar que está atrasado devido ao trânsito.

Realidade aumentada no pára-brisa
A BMW já usa parte desta tecnologia. Em alguns modelos da marca alemã são exibidas informações básicas do carro, como velocidade, previsão do tempo ou a navegação. No entanto, os fabricantes acreditam que uma tecnologia mais desenvolvida poderia identificar objectos à frente e mostrar outras informações, como a distância até aquele objecto.

Ligação 4G
Um carro do futuro precisa de uma boa ligação à Internet. A melhor forma de o conseguir é através da tecnologia 4G, que permite velocidades altas, capazes de realizar tranquilamente tarefas como ouvir música, ler mapas, e-mails, mostrar previsão do tempo, entre outros.
A Toyota Motor anunciou, recentemente, que a parceria com a Microsoft, que arrancou em 2011, para colocar Internet nos seus veículos vai manter-se por mais cinco anos. O objectivo de ambas passa por criar novos serviços para veículos com ligação à Internet, como por exemplo, permitir criar redes de veículos conectados que podem partilhar informações sobre tráfego e condições climatéricas.

Sistema operativo
Para que serve um carro inteligente e com ligação 4G se não tem um sistema operativo eficaz que consiga gerir todas as tarefas? É aqui que a Google e Apple estão, mais uma vez, a disputar forças para implementar as suas versões de sistemas operativos nos carros.
Hoje já existem alguns modelos de automóveis com os sistemas Android Auto, da Google, e CarPlay, da Apple. Mas aqui ainda há muito para evoluir.

Motor eléctrico
Nos dias de hoje os motores movidos a energia eléctrica já não são uma novidade, mas no futuro podem assumir uma posição bem mais marcante. A norte-americana Tesla deu um passo nessa direcção ao abrir as suas patentes para que qualquer empresa possa usar suas tecnologias. O maior beneficiado será, claramente, o meio ambiente.

* Vem aí uma reviravolta de 360 graus.

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