30/03/2016

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HOJE NO    
"CORREIO DA MANHÃ"

Médico termina greve de fome
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 Rui Teixeira não poderia continuar a acompanhar os seus doentes. 

 Ao fim de nove dias sem ingerir qualquer alimento, o médico Rui Teixeira decidiu suspender a greve de fome que encetou no passado dia 21 de março. O clínico recebeu esta quarta-feira, 30 de março, uma comunicação da direção do Hospital de Abrantes a informá-lo que não poderia continuar a acompanhar os seus doentes enquanto estivesse em greve de fome, e a solicitar-lhe que se sujeitasse a um exame para avaliar as suas condições físicas e psicológicas. 
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"Eu compreendo perfeitamente a posição do hospital, porque eu, mesmo involuntariamente, poderia estar a prejudicar os meus doentes, e isso é um risco que eu não quero de forma alguma correr", disse Rui Teixeira ao CM. "Opto por continuar a acompanhar os meus doentes, mesmo tendo que desistir do protesto, porque considero que isso é o mais importante para mim", acrescentou o clínico, que se diz "muito grato" por todo o apoio que recebeu desde o momento em que tornou pública a sua situação. 

Recorde-se que este médico do quadro do Hospital de Abrantes entrou em greve de fome por ter sido burlado por uma empresa de prestação de serviços médicos que lhe deve mais de 8 mil euros por horas trabalhadas nas urgências do Hospital de Santarém, entre junho e setembro de 2014. 

A empresa, a RPSM, Serviços Médicos Unipessoal, foi condenada pelo Tribunal do Barreiro ao pagamento de cerca de 150 mil euros a 30 médicos que estavam na mesma situação que Rui Teixeira, mas que ainda não pagou um tostão por se encontrar em processo de insolvência e pelo facto da sócia gerente não ter qualquer bem em seu nome pessoal. 

Dinheiro seria para doar Rui Teixeira confessa que, apesar da exposição pública do caso e das manifestações de apoio que recebeu por estes dias, não tem grande esperança em reaver a verba que lhe é devida. 

Caso venha a receber, o dinheiro será doado na totalidade a uma instituição particular de solidariedade social, garante. "Tanto a mim como aos meus colegas, o dinheiro fez falta naquela altura. Deixámos de investir em nós, tirando alguns cursos e formações, mas agora isso já está ultrapassado", explicou o médico, sublinhando que nunca encetou o protesto pelo dinheiro, mas sim para chamar a atenção para a ineficácia e a lentidão da justiça portuguesa.

* Quando é que o governo acaba com este tipo de empresas,autênticas vampiras dos profissionais de saúde. A gaja, se não tem dinheiro para pagar é burlona, tem de ir presa.

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