29/02/2016

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HOJE NO
"OBSERVADOR"

Estado Islâmico
 novo instrumento de tortura 
para mulheres

O Estado Islâmico desenvolveu um instrumento de metal que “morde” a pele das mulheres que não cumpram as regras de indumentária impostas pelo grupo terrorista no califado.

 O instrumento apelidado de “mordedor” é utilizado para ‘trincar’ a pele de mulheres que são acusadas de não esconder completamente o corpo. As regras impõem que as mulheres usem o véu completo, calças largas, luvas e meias e ainda que sejam acompanhadas por um familiar homem cada vez que saem de casa. A população que conseguiu fugir de Mosul, cidade no Norte do Iraque ocupada pelo auto proclamado Estado Islâmico desde junho de 2014, descreve a situação vivida como um autêntico pesadelo.
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Fugir da cidade é difícil e perigoso. Quem consegue escapar fá-lo através da fronteira com a Síria, de onde depois se dirigem para território curdo. Em declarações ao The Independent Fatima, uma mulher de 22 anos que conseguiu escapar de Mosul depois de várias tentativas falhadas, diz que teve que escapar porque os seus filhos estavam a passar fome e a violência do autoproclamado Estado Islâmico tem aumentado desde o ano passado.

Em relação ao instrumento de tortura, relata que a sua irmã, passado um mês de ter sido castigada ainda tinha cicatrizes e nódoas negras, e descreveu as dores como sendo piores que as de um parto. Outras testemunhas descrevem o instrumento como uma armadilha para animais ou uma mandíbula de metal que corta a pele. Para além da violência, Ghanem, um refugiado de 25 anos, aponta também o facto de os soldados do Estado Islâmico se intrometerem nas vidas quotidianas das pessoas à procura de razões para infligir punições.

As condições de vida em Mosul têm vindo a deteriorar-se rapidamente. Na cidade, sente-se a escassez de comida, medicamentos, combustível, água e eletricidade. O que existe é cada vez mais caro, uma vez que o EI cortou a rede de fornecimento com a Turquia e a Síria.
Os ataques aéreos às zonas de armazenamento de barris de petróleo para exportação e a queda dos preços do crude abalaram a economia do califado. Embora o governo continue a pagar aos funcionários públicos em Mosul, mesmo depois de o território ter sido tomado pelo EI, há muito que o dinheiro deixou de entrar e os salários não chegam, uma vez que a inflação fez com que os preços aumentassem para 5 vezes mais o seu valor original.

O califado no Mosul tem sido alvo de ataques por parte de vários exércitos, como o iraquiano, sírio e curdo. Nenhum destes exércitos é grande, mas contam com o apoio dos EUA e da Rússia, o que dificulta a retaliação por parte do EI. No entanto, o grupo usa a sua experiência em guerrilha, atacando estradas essenciais, como a que liga Homs a Alepo, que o grupo cortou esta semana. Ainda assim, o grupo terrorista tem vindo a mostrar sinais de crescente corrupção e desorganização, que colocam em causa a aplicação das suas próprias regras.

* Como é possível tanta selvajaria.

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