30/12/2015

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Créditos irregulares do BES abriram
. buraco de 2.000 milhões no Novo Banco

Os créditos irregulares concedidos pelo BES sob a gestão de Ricardo Salgado abriram um buraco de 2.000 milhões no Novo Banco. Perdas da responsabilidade do banco “mau” motivaram sacrifício dos credores institucionais.
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Os créditos irregulares concedidos pelo BES e que passaram para o Novo Banco em Agosto de 2014 representam um buraco de 2.000 milhões de euros para a instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha. Em causa estão, para o Banco de Portugal, empréstimos concedidos sob a gestão de Ricardo Salgado que não respeitavam as regras do próprio banco e não beneficiavam de garantias, entre outras irregularidades, apurou o Negócios.
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Uma parte das perdas causadas por estes financiamentos foi já reconhecida pelo Novo Banco e está incluída nos prejuízos que a instituição apresentou no ano passado e até ao final de Setembro deste ano. Mas uma grande fatia do buraco estará reflectido nas contas do último trimestre de 2015 que, sabe o Negócios, se deterioraram de forma significativa, e ainda pesará nos resultados de 2016.

Em 2014, o banco perdeu 497,6 milhões de euros e nos primeiros nove meses deste ano acumulou prejuízos individuais de 552 milhões de euros. Estes resultados negativos incluem perdas relacionadas com aqueles créditos cuja situação irregular só foi detectada já em 2015, ou seja, vários meses depois da medida de resolução aplicada ao BES e da transferência destes empréstimos para o Novo Banco.

Para o Banco de Portugal, a causa destas perdas, que penalizam os rácios de solidez do Novo Banco, foi a principal razão para a entidade liderada por Carlos Costa ter optado por cobrir estes prejuízos ainda no quadro do processo de resolução decidido a 3 de Agosto. Daí que tenha decidido esta terça-feira, 29 de Dezembro, retirar do Novo Banco e reenviar para o BES as emissões de obrigações seniores detidas exclusivamente por investidores institucionais.

A deliberação do supervisor vai implicar a perda total do valor investido pelos detentores destes títulos. "Esta medida é necessária para assegurar que, conforme estipulado no regime de resolução, os prejuízos do BES são absorvidos, em primeiro lugar, pelos accionistas e pelos credores daquela instituição e não pelo sistema bancário ou pelos contribuintes", justificou o Banco de Portugal em comunicado.

* Será que o TDT (trafulha disto tudo) vai pagar?

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