15/09/2015

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HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Rendimento das famílias portuguesas caiu
. mais do que o PIB nos últimos oito anos

Em Portugal, o rendimento das famílias diminuiu 5,4% desde 2007, enquanto o PIB caiu 4,4%. Uma evolução contrária à média dos países da OCDE, onde o rendimento das famílias cresceu acima do PIB.

Portugal ainda não recuperou os níveis pré-crise de riqueza nacional e de rendimento disponível das famílias. Esta é uma das conclusões de um estudo da OCDE, divulgado esta terça-feira, 15 de Setembro, que mostra também que, em Portugal, o ritmo de queda do rendimento disponível das famílias, desde 2007, foi superior ao ritmo de contracção do PIB. 
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Do primeiro trimestre de 2007 aos primeiros três meses de 2015 – ou seja, em oito anos – o PIB per capita de Portugal caiu 4,4% enquanto o rendimento disponível das famílias per capita desceu 5,5%.

Portugal contraria, assim, a tendência dos países da OCDE onde o aumento do rendimento das famílias superou, em média, o crescimento do PIB.  

Os dados do painel de indicadores da OCDE mostram que o rendimento disponível das famílias per capita aumentou 8,1% entre o primeiro trimestre de 2007 e os primeiros três meses deste ano, enquanto o crescimento do PIB per capita da OCDE foi de apenas 3,2% no mesmo período.

"Na maioria dos países da OCDE, o PIB caiu drasticamente no início da crise financeira, enquanto o rendimento real das famílias mostrou mais resistência devido aos estabilizadores automáticos e às políticas de apoio", refere Martine Durand, chefe do gabinete estatístico da OCDE.

No entanto, acrescenta o responsável, "isso mascara o facto de os padrões divergirem entre os países, com o poder de compra a permanecer abaixo dos níveis pré-2007 numa série de países, incluindo Áustria, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha, e o facto de, desde 2010, o crescimento do PIB per capita ultrapassar o crescimento dos rendimentos na maioria dos países da OCDE".

No período entre Janeiro e Março deste ano, o rendimento das famílias cresceu, em média, 0,8% nos países da OCDE, o dobro do crescimento do PIB, que foi de apenas 0,4%.

Segundo os dados da OCDE, a subida mensal dos rendimentos foi particularmente acentuada na Dinamarca, onde cresceram 5,9%, num período em que o PIB per capita avançou 0,4%. Em França, o poder de compra aumentou 1,2%, enquanto o PIB per capita subiu 0,6%. O crescimento dos rendimentos disponíveis foi considerável também em Espanha (1,6%), Portugal (2,3%) e Holanda (1,7%).

* A situação económica dum país tem no "Rendimento Familiar" um dos principais parâmetros de avaliação, o painel da OCDE é esclarecedor quanto a Portugal e quanto o governo fez para asfixiar a família portuguesa, de conivência com a troika, pois claro.


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