19/09/2015

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Estudo mostra porque motivo 
os países europeus acolhem
 "cérebros" portugueses

Um estudo realizado por vários investigadores de instituições de Ensino Superior nacionais sobre a "fuga de cérebros" de Portugal para países europeus concluiu que os locais que absorvem portugueses "confiam" no sistema educativo português.

O estudo chama-se "Brain Drain and Academic Mobility from Portugal to Europe" (BRADRAMO), que em português pode traduzir-se por "Êxodo de competências e mobilidade académica de Portugal para a Europa" e foi feito através de um questionário online a uma amostra intencional e não aleatória composta por 1.011 portugueses detentores de um diploma de Ensino Superior que estivessem a trabalhar ou a residir noutro país europeu ou que o tivessem feito nos seis anos anteriores.
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Em declarações à agência Lusa, o coordenador do BRADRAMO, Rui Gomes, explicou que o conceito de "êxodo" é muito próximo de uma decisão definitiva em que existe uma perda para o país emissor e um ganho do lado do país receptor, por oposição à noção de "diáspora" que significa trocas tendencialmente iguais entre os países.

Rui Gomes destacou de entre vários aspectos o "indicador de confiança no sistema educativo português", garantindo que "não existe de todo neste estudo referência a dificuldades [mencionadas pelos portugueses que decidem emigrar] relacionadas com a formação inicial".

"Há um reconhecimento de que as competências adquiridas foram importantes na capacidade de obter boas posições no sistema económico, académico e cultural dos países de emigração, lugares não conseguidos em Portugal", descreveu Rui Gomes que falava à margem da conferência "Fuga de Cérebros: A Mobilidade Académica e a Emigração Portuguesa Qualificada" que hoje está a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

O coordenador do BRADRAMO avançou que os portugueses que decidem partir para outros países da Europa "sentem valorizadas as suas competências profissionais e por oposição sentem uma enorme desvalorização do diploma internamente", dai que, continuou, "os factores de realização pessoal" assumam "um valor tão elevado" na motivação para ir para fora.

O BRADRAMO teve início em 2013, sendo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), bem como por fundos europeus, e envolve investigadores de três universidades portuguesas - Coimbra, Porto e Lisboa -, bem como de vários centros de investigação.

Além da análise dos dados e da troca de reflexões através da apresentação de outros estudos sobre temas semelhantes, hoje também foi lançado um livro que tem como base os resultados do BRADRAMO, nomeadamente o facto de a emigração ter "efeitos claros" no emprego, uma vez que 36,1% dos inquiridos estavam desempregados em Portugal e apenas 3,8% se encontram nessa situação no país de destino.

Por outro lado a emigração está também associada a um aumento dos rendimentos, uma vez que mais de 70% dos inquiridos declararam que recebiam m Portugal um salário inferior a 1.000 euros, enquanto mais de metade aufere um montante superior a 2.000 euros no país de destino.

O livro chama-se "Fuga de cérebros: retratos da emigração portuguesa qualificada", estando compilados 20 retratos sociológicos de pessoas entrevistadas para este estudo que também revela dados que os responsáveis consideram "curiosos" como que 27% dos inquiridos não se declara como emigrantes, 34% diz ser "cidadão do mundo" e 32% diz ver a mobilidade como "uma opção".

* É na verdade um ÊXODO, graças à incompetência e à ignorância deste governo, raros irão ser os que regressam a Portugal, costuma dizer-se "o meu país é a terra onde me tratam bem".


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