26/09/2015

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 HOJE NO
 "RECORD"

Mundial de estrada:
 Seleção preparada para 
"fazer o impossível" na prova de fundo

O trio de luxo que, no domingo, vai representar Portugal na prova de fundo dos Mundial de estrada, em Richmond (Estados Unidos), está preparado para "fazer o impossível" e tentar conquistar o segundo "arco-íris". 

"Repetir-se o título de campeão do Mundo é possível. Basta estarmos cá para isso ser possível, mas sabemos que não é fácil, que vai ser muito complicado. Cá estaremos para fazer o impossível. Nós os três estamos em excelente forma", assegurou à agência Lusa Nelson Oliveira que, juntamente com Rui Costa, campeão em Florença'2013, e José Gonçalves, irá tentar trazer o ouro para Portugal.
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A estrear-se no Mundial, depois de ser uma figura omnipresente nas fugas da última Volta a Espanha, José Gonçalves, que reconheceu à Lusa estar a viver um sonho, resumiu as suas expetativas a "tentar fazer o melhor possível", mas não escondeu estar já a acusar o cansaço das últimas competições, um fator que pode ser crucial num percurso de 259,2 quilómetros.

"Penso que vai ser uma corrida bastante seletiva, os últimos quilómetros têm três subidas curtas, que com o acumular dos quilómetros vai-se fazer muito exigente. Penso que a partir das últimas três voltas a corrida vai acelerar. Prevê-se chuva para esse dia, o que ainda vai complicar mais as coisas", prosseguiu Nelson Oliveira.

O traçado de 16,2 quilómetros de Richmond (Vírgina), que será percorrido por 16 vezes, tem as suas principais dificuldades - que, ainda assim, são pouco exigentes - concentradas na parte final, o que alarga consideravelmente o leque de candidatos.

Enquanto Gonçalves (Caja Rural) arrisca apontar John Degenkolb, Peter Sagan, Arnaud Démare, Alejandro Valverde e Vincenzo Nibali, o futuro ciclista da Movistar é mais cauteloso.

"Favoritos há muitos, todas as seleções, praticamente, têm um. Num circuito como este é preciso ter sorte e ousadia. Tudo depende de cada um, da sua forma. Com um percurso assim, pode lá estar o [Philippe] Gilbert, o atual campeão do Mundo [Michal Kwiatkowski]. Depois há muitos outros que se dão bem com os 'pavés' e com as subidas inclinadas e as grandes seleções têm muitos corredores que podem controlar e fazer a corrida para os seus líderes. Um favorito a ganhar não se pode dizer qual é", defendeu.

Já Rui Costa, que falou à assessoria de imprensa da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), considera que os favoritos são homens como John Degenkolb, Simon Gerrans e Peter Sagan.

"A seleção belga é muito forte, destacando-se o Greg van Avermaet e o Philippe Gilbert. Há conjuntos muito fortes, mas também equipas mais pequenas, com dois ou três corredores que podem estar na discussão. Acredito que será uma corrida muito aberta, visto que há muitas seleções com vários homens, que irão abrir o jogo nas últimas duas ou três voltas", perspetivou.

Sobre uma eventual candidatura, o antigo campeão mundial confessou, em declarações à FPC, que o Mundial é sempre um objetivo, prometendo dar o seu melhor, mas recordando que o percurso não é perfeito para as suas caraterísticas.

"O traçado é muito idêntico ao do Grande Prémio do Québec, mas lá foram 200 quilómetros e aqui são 260. Quando se passa a barreira dos 250 as coisas mudam muito, é quase uma linha vermelha, que separa quem tem pernas e quem não tem. Eu espero encontrar-me bem neste dia tão importante", concluiu.

A prova de fundo do Mundial de Richmond tem início marcado para às 9 horas locais, mais cinco horas em Portugal continental.

* Somos pouco  ambiciosos, queremos os 3 primeiros lugares.

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