04/06/2015

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543.
Senso d'hoje

FERNANDO CARRILHO
  CHEFE DE DIVISÃO DE GEOFÍSICA
DO INSTITUTO PORTUGUÊS DO
MAR E DA ATMOSFERA
  SOBRE SISMOS

Junto ao território nacional registam-se, em média, mais de mil sismos por ano. Na sua maioria, são terramotos pequenos, que não são sentidos pela população. Quando são maiores, ocorrem a grande distância de terra, por isso os seus efeitos são reduzidos. Dos mil sismos, apenas cinco a 15 são sentidos.

Há períodos de recorrência que nos dão uma ideia da frequência com que ocorre um determinado fenómeno sísmico. Pelo que sabemos, o período de recorrência de um terramoto como o de 1755 é de três a quatro mil anos. Isso não significa que, por ter acontecido há 260 anos, só volte a acontecer daqui a três milénios. É imprevisível. Não sabemos se vai acontecer amanhã ou daqui a uma semana.

Não se consegue prever um sismo. Há alguns indicadores, simplesmente não são generalizáveis. Entre os anos sessenta e oitenta do século passado, a comunidade científica acreditava que era possível desenvolver uma metodologia de previsão sísmica. Tentaram sistematizar os padrões de atividade sísmica, padrões específicos, inclusivamente testaram-se métodos absolutamente empíricos, como a observação do comportamento dos animais. Tentou-se tudo, mas chegou-se à conclusão de que não se consegue prever. Não há padrões suficientes para se conseguir dizer que vai ocorrer um sismo. Os instrumentos funcionam em tempo real, e temos 52 estações em Portugal. 

* Excertos de entrevista ao "NOTÍCIAS MAGAZINE"


** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro. 



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