22/04/2015

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HOJE NO
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Falta de conhecimento afecta a saúde
 de metade dos portugueses

Tem efeitos nos cuidados que devem ter com a sua saúde e dos seus familiares, revela estudo do ISCTE

Realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), do ISCTE, o estudo partiu de um inquérito em Portugal, tendo por base o Inquérito Europeu sobre Literacia em Saúde, que identifica as principais limitações, problemas e entraves da literacia em saúde na sociedade portuguesa. 
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De acordo com os resultados, 49% dos inquiridos têm um índice geral de literacia em saúde baixo (38% têm um nível de conhecimentos “problemático” e 11% têm um nível “inadequado”, o mais baixo da escola).
O estudo destaca que dos restantes, com níveis positivos de literacia, apenas 8,6% apresentaram um nível “excelente” de conhecimentos.
No que respeita especificamente aos “cuidados de saúde”, 45,4% dos inquiridos revelam uma literacia limitada (10,1% e 35,3% tem o nível de literacia “inadequado” ou ”problemático”, respetivamente).
Para a coordenadora do estudo, Rita Espanha, “este pode ser um aspecto preocupante na relação que os portugueses desenvolvem com os prestadores e com o cuidado com a sua própria saúde e dos seus familiares”.
 
APROVEITARAM A ILETERACIA PARA NOS ENGANAR
No âmbito da “prevenção da doença”, Portugal concentra 45,5% dos inquiridos num nível de literacia com limitações, enquanto no capítulo da “promoção da saúde”, estas limitações sobem para os 51,1%.
Rita Espanha destaca que é possível identificar entre os iletrados em saúde um grupo mais vulnerável, constituído maioritariamente por idosos e pessoas menos estudos.
“Os mais baixos níveis de literacia em saúde encontram-se precisamente entre os mais velhos e os menos escolarizados, o que nos remete também para o reconhecimento de alguns grupos mais vulneráveis que são identificados no estudo como sendo o público-alvo a considerar em termos de políticas públicas no campo da promoção da literacia em saúde”, explicou.
Esse grupo mais vulnerável é identificado pela investigadora como sendo o dos indivíduos com 66 ou mais anos, com rendimentos até aos 500 euros, com uma auto-percepção de saúde “má”, os viúvos, os operários, pessoas com doenças prolongadas, os reformados, os que frequentaram no último ano seis ou mais vezes os cuidados de saúde primários e os que se sentem limitados por terem alguma doença crónica.
No lado oposto estão os mais jovens (até aos 45 anos) que concentram tanto o melhor nível de literacia (excelente), como o nível considerado adequado (junção dos dois melhores, excelente e suficiente).

* A iliteracia prejudica a vida das pessoas em tudo, não é só na saúde. A iliteracia é uma responsabilidade de quem governa e quem governa tem proveito com a iliteracia dos portugueses, quanto mais ignorantes mais fáceis de manipular.

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