27/03/2015

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 HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Sábios do PS constroem modelo 
para testar efeitos das medidas

O trabalho que está a ser desenvolvido pelo grupo de “12 sábios” que servirá de base ao programa económico do PS “permite debater com a Comissão Europeia uma interpretação inteligente do Tratado Orçamental”. O cenário final servirá de base ao programa do PS.
A equipa de "12 sábios", economistas e juristas, escolhida pelo líder do PS António Costa está a construir aquilo que designa como uma "ferramenta" para avaliar o efeito económico e financeiro de cerca de duas dúzias de medidas. Um trabalho que permitirá construir uma proposta de medidas coerentes com efeitos quantificados.
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Num encontro com jornalistas esta sexta-feira, 27 de Março, em que esteve presente o líder do PS António Costa, Mário Centeno, que falou em nome da equipa de economistas, fez questão de sublinhar que "não é um modelo de previsão" mas sim "uma ferramenta que permite avaliar o efeito quantitativo de medidas".

O objectivo é, com o modelo macroeconómico, chegar a um conjunto de medidas coerentes que permitam aumentar o crescimento da economia e do emprego respeitando o quadro institucional europeu. "O conjunto de medidas que estará consagrado no cenário final é compatível com a nossa participação na Zona Euro", disse Mário Centeno.  

António Costa considera que esta metodologia, de quantificação de um conjunto de medidas coerentes, "permite debater com a Comissão Europeia uma interpretação inteligente do Tratado Orçamental". O cenário final com as medidas será divulgado sob a forma de relatório no início do mês de Abril.

O Negócios revela esta sexta-feira que o exercício que resultará num relatório tentará acabar com a austeridade cumprindo o Tratado orçamental. Com as medidas que estão a testar tentam chegar a um conjunto de actuações políticas que permitem atingir o crescimento máximo sem violar as regras europeias.

O líder do PS escusou-se a identificar medidas concretas considerando que "têm de ser vista no seu conjunto para garantir a sua coerência".  Por exemplo, disse, para existir um aumento do rendimento disponível é preciso avaliar como é que isso incide sobre as empresas e sobre o Estado.

Um exercício quantitativo para um programa de Governo
Os economistas estão a partir das hipóteses definidas pelo FMI e pela Comissão Europeia e estão a usar as previsões da Comissão Europeia que vão até 2019. Utilizam depois um modelo linear e testam os efeitos das medidas quantificando as diferenças face ao cenário base da Comissão Europeia.

"Não estamos a fazer previsões", sublinha Mário Centeno. O modelo, diz, "é uma ferramenta analítica para avaliar o impacto de cada medida e da conjugação das várias medidas.

Um dos poucos exemplos que identificaram como tendo sido testado foi a redução da taxa de IVA da restauração para 13%. Mas escusaram-se a revelar qual o efeito final tendo sido possível apenas perceber que, sem mais nada, permitia que a taxa de crescimento do PIB passasse dos 1,9% em 2016, previstos pela Comissão Europeia, para 2%. Um resultado que não se pode considerar final nem se pode admitir que seja consagrado.

A partir do trabalho que está a ser desenvolvido pelos economistas será construído um cenário final que terá por base um conjunto de medidas que deverão depois passar pela avaliação política. O relatório final deverá ser divulgado no início de Abril.  

* Sábios ou sabichões?


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