20/03/2015

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 NINGUÉM É
INSUBSTITUÍVEL?

Na sala de reuniões de uma multinacional o director nervoso fala com a sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:
"Ninguém é insubstituível" .
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores entreolham-se, alguns abaixam a cabeça.
Ninguém ousa falar.

De repente um braço levanta-se e o director  prepara-se para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim.
- E Beethoven ?
- Como? - o director  encara-o confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível, quem substituiu Beethoven?
Silêncio.....
O funcionário fala então:
- Ouvi essa estória um destes dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal os gestores das  empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam a achar que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro que o substiua.
Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont?  Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Eusébio? José Saramago? Fernando Pessoa? Eça de Queiroz? Albert Einstein? Picasso?  etc...
Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram o seu talento brilhar, e, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcçionado para alguma coisa. 
Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus 'erros/ deficiências' .
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo , se Picasso era instável , Caymmi preguiçoso , Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico, Pessoa esquizóide ...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis  melodias inesquecíveis, textos assombrosos, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes empresariais e políticos mudar o olhar sobre a equipa e canalizar meios para  descobrir os pontos fortes de cada membro.
Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se um empresário , ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipa corre o risco de ser aquele tipo de líder/técnico, que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo, e na sua gestão  o mundo teria perdido todos estes talentos.
Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam rectos não haveriam montanhas, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados . . . apenas peças.
Portanto convém lembrar,  cada um de nós é um talento único...
 
Interiorize: "Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso."

* Desconhecemos a autoria do texto.


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