16/03/2015

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HOJE NO  
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Hepatite C. 
Maioria dos 1133 doentes tratados 
já não tem o vírus

Vários doentes receberam o telefonema do Hospital Curry Cabral a dizer que tinham medicação para a hepatite C. Uma notícia que causou um sentimento de alegria incalculável.

Faz esta terça-feira um mês que os dois medicamentos inovadores - sofosbuvir e ledispavir -, com taxas de cura de 95%, passaram a ser comparticipados pelo Estado e a estarem disponíveis no hospital.
De acordo com o "Diário de Notícias", 1133 doentes com hepatite C receberam os dois remédios inovadores da Gilead. O que dá uma média de 49 pessoas por dia. 

Luís Figueiredo, de 46 anos, é um dos doentes que já recebeu o tratamento. E, apesar dos  pequenos efeitos secundários, como a irritabilidade, sente que a sua vida está a mudar. "Havia um desespero de estar à espera do dia de ter os comprimidos na mão. Senti o peso do mundo a sair-me de cima. A vida já mudou. Dia 18 vou fazer a primeira análise de controlo. Sinto que funciona, pois sinto-me bem. Espero que a carga viral esteja negativa, que foi coisa que nunca consegui com os dois tratamentos que fiz anteriormente", garantiu ao mesmo jornal.
Desde o início do ano que o Infarmed autorizou mais de 1400 tratamentos para esta doença nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. 
Com o acordo para os remédios da Gilead mudaram também as regras de acesso. Agora são os hospitais que dão autorização directa aos pedidos feitos pelos médicos e têm cinco dias para o fazer. 
Ainda de acordo com o "Diário de Notícias", o prazo está a ser cumprido. O financiamento, que antes do compromisso era suportado apenas pelos hospitais, tem agora uma linha de funcionamento própria.
Quase todos os que tiveram acesso aos novos tratamentos deram negativo. 

* É preciso algum cuidado com a euforia, melhor partilhar contentamento porque os doentes livres do vírus não estão livres de lesões hepáticas severas. 

** O dr. Rosalvo de Almeida escreveu no "PÚBLICO" em 16/02/15, um artigo de que agora lhe proporcionamos um pequeno excerto:  
Os vírus não são todos iguais – alguns têm genomas diferentes dos outros e, por isso, respondem de modo diferente aos tratamentos. Os novos tratamentos não atuam sobre a insuficiência hepática, a cirrose ou o cancro hepático. As pessoas lá em casa precisam de saber que a cura da infeção vírica não é o mesmo que a cura da doença hepática e que, por vezes, os tratamentos chegam tarde, sem que haja culpados desse atraso.

*** Pode também ler o artigo neste blogue no dia 17/02/15, na etiqueta "PENCA NO SÍTIO" inserido às 20 horas.


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