19/01/2015

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

WSJ: 
Arnaut ajudou Goldman Sachs
 a angariar dinheiro para o BES

Goldman Sachs tem perdas de quase 700 milhões de euros depois de ter dado um empréstimo de 835 milhões ao BES, em Julho. Arnaut terá ajudado à angariação dos fundos. Em Agosto o banco colapsou. 

Foi um trabalho concertado de vários meses que permitiu que o Goldman Sachs emprestasse 835 milhões de euros ao BES no Verão passado, num esforço conjunto entre responsáveis do Goldman para manter negócios com o banco.
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E José Luís Arnaut, antigo ministro de Durão Barroso, foi um dos vários políticos que Ricardo Salgado contactou. Arnaut, que é um dos vice-presidentes da Goldman, em seguida, ofereceu ao BES a ajuda da Goldman para conseguir os fundos, conta o "Wall Street Journal".

Foi um dos 'partners' da Goldman, António Esteves, também português e responsável na Goldman pelas ligações com os bancos europeus e empresas públicas, que ajudou a constituir uma equipa para criar uma estrutura complexa para conseguir o empréstimo, segundo pessoas próximas que o WSJ não identifica.

A ajuda foi dada no início de Julho mas pouco mais de um mês depois, a 3 de Agosto, deu-se a derrocada do BES.

O negócio foi aprovado por, pelo menos, três comités da Goldman, compostos por banqueiros séniores que deveriam medir o risco de prejudicar a reputação do banco.

A angariação do capital foi feita através da criação de uma empresa, a Oak Finance Luxemburg, pelo Goldman e pelo BES. A transacção seria do conhecimento dos responsáveis da Goldman Sachs Internacional.

O propósito da Oak Finance, escreve o WSJ, era financiar um empréstimo prometido pelo BES à petrolífera venezuelana. Ao Goldman também serviu os interesses já que o banco norte-americano tentava reforçar as suas relações com o Governo daquele país.

A Goldman na passada semana avcabou por admitir as perdas do empréstimo, de 680 milhões de euros. É que o Banco de Portugal transferiu a dívida das contas do Novo Banco para o BES, que ficou com os activos tóxicos. O prejuízo também afecta alguns clientes do Goldman Sachs e foi contabilizado nas contas do primeiro trimestre do banco norte-americano.

Os responsáveis da Goldman esperavamque o empréstimo feito através da Oak à petrolífera estatal Venezuelana permitisse ao BES recuperar alguma saúde financeira mas isso não acontecceu. O Goldman, contudo, continuava a reforçar no capital do BES, tendo 2,27% do capital.

É essa participação acconista que não permite que as perdas fiquem no Novo Banco: a lei diz que qualquer accionista qualificado (mais de 2% do capital) serão os últimos a reaver as suas perdas.

O Diário Económico tentou contactar José Luís Arnaut, mas o advogado não esteve disponível.

* Existirão mais conexões, é só ter paciência para as ver emergir.


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