27/01/2015

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

José Rodrigues dos Santos  diz que 
não generalizou críticas aos gregos

Direcção de informação defende o jornalista. Protestos contra a cobertura da RTP multiplicaram-se em vários meios.

José Rodrigues dos Santos rejeita as críticas que têm sido feitas à cobertura jornalística que realizou às eleições gregas. No centro da polémica estão várias intervenções do jornalista da RTP ao longo da campanha e no dia das eleições que levaram o partido da esquerda radical Syriza ao poder. Em particular, uma reportagem em que relaciona a generalidade dos gregos com a corrupção.
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UM GRANDE PROFISSIONAL
"Muitos dos gregos que passam a pé diante da casa do ex-ministro da Defesa são paralíticos. Ou melhor, subornaram um médico para obterem uma declaração fraudulenta de deficiência, que lhes permita receber mais um subsidiozinho", referiu.

José Rodrigues dos Santos defende-se: "Pelo que percebi, toda a crítica se centra numa frase que curiosamente não pronunciei. Em que sítio se ouviu a frase de que os gregos "eram todos paralíticos"? É que eu fui verificar a reportagem e o que lá está é "muitos" gregos, o que me parece ligeiramente diferente de "todos".

"Também foram feitas reportagens sobre "muitos" sem-abrigo vítimas da crise e não se pode concluir que "muitos" sem-abrigo queira dizer que todos os gregos são sem abrigo. Ou pode?", continua.

Contactada, a direcção de informação da RTP defende o trabalho que considera ter sido "profissional e de qualidade". O director de informação da televisão pública, José Manuel Portugal, afirma "absoluta confiança nos enviados especiais da RTP". "Quando um enviado especial está uma semana no terreno, a avaliação tem de ser feita em conjunto. Foi um retrato bastante interessante", argumenta o director de informação.

Questionado, José Manuel Portugal subscreve o jornalista contra os críticos: "Se conhecessem a Grécia, percebiam que não inventou nada. É uma escolha feita por um repórter experimentadíssimo".

José Manuel Pureza, ex-deputado do Bloco de Esquerda, foi uma das vozes críticas que se fez ouvir na própria RTP Informação, onde foi convidado para analisar os resultados eleitorais. "Houve uma cobertura que passou por momentos de grande infelicidade e estou a utilizar as palavras mais brandas que eu consigo", disse.

Contactada, a direcção do Bloco disse não ter intenção de dar seguimento às críticas, nomeadamente através de uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Alguns anónimos optaram por criticar o trabalho nas redes sociais, acusando Rodrigues dos Santos de utilizar uma linguagem parcial. Já outros endereçaram os seus protestos ao provedor do telespectador da RTP. Até a meio da tarde de ontem, Jaime Fernandes já tinha recebido mais de uma dezena de queixas de pessoas "manifestando um profundo desagrado" e "objectivamente zangadas", revelou ao Diário Económico. O provedor referiu ainda que vai agora analisar as gravações.

* Há eminências pardas lusitanas que tentam ser mais helénicos que os gregos. José Rodrigues dos Santos formulou uma opinião sobre a corrupção na Grécia, tão verdadeira, que hoje o novo governo grego confirma, ao incluir na equipa um ministro de Estado de Luta Contra a Corrupção.
Os críticos perderam uma oportunidade para não abrir a boca, entrou mosca e saíu asneira. Se a inveja fosse tinha...


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