20/01/2015

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Impacto do franco suíço continua
 a alastrar na Europa 

Credit Suisse Group e Saxo Bank A/S aumentam a lista de companhias financeiras europeias a declarar que a decisão da Suíça de terminar a ligação da moeda nacional ao euro tem impacto nos seus lucros, relata a Bloomberg. Saxo Bank diz ter previsto problemas com o franco suíço e prepara-se para novos choques.
 
O Saxo Bank, sedeado em Copenhaga, declarou poder vir a sofrer perdas irrecuperáveis com a decisão do banco central suíço de pôr fim à indexação do franco ao euro e diz estar a preparar-se para novos choques. Em entrevista telefónica à Bloomberg, o CFO (administrador financeiro) do banco afirmou terem previsto esta situação: "Avisámos os clientes em Setembro, quando revimos em alta a margem [de segurança] para o franco". Na altura, os investidores ficaram insatisfeitos, mas hoje "só desejava que tivéssemos aumentado ainda mais", afirma Steen Blaafalk.
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A partir de amanhã, o banco vai requerer aos clientes que guardem uma margem de segurança ainda maior nos investimentos – não apenas em francos, mas também em euros, libras, dólares e ienes - preparando-se para choques a curto prazo maiores. "Prevemos uma mudança de paradigma nos mercados financeiros", escreveu o banco numa carta endereçada aos clientes, citada pela Bloomberg. As medidas de alívio quantitativo que podem ser anunciadas pelo BCE esta semana e as eleições na Grécia também colocam riscos, considera o banco.

Na Suíça, o segundo maior banco do país, Credit Suisse, declarou ontem que as variações cambiais podem prejudicar os resultados, dependendo em parte de "acções compensatórias" que possam ser tomadas. Até agora a volatilidade no mercado cambial ainda não teve um impacto material nos rácios de capital, afirmou o banco à agência noticiosa. O banco do grupo Julius Baer afirma que, apesar de não ter sofrido perdas nas primeiras duas sessões após a decisão do banco central suíço, planeia tomar as "medidas adequadas" para defender os lucros, relata a Bloomberg.

"Isto ainda não acabou", afirma Andreas Venditti, analista na Vontobel Securities AG, à Bloomberg. "O impacto vai depender da rapidez das companhias a reagir e da profundidade das suas acções", diz Venditti.

Na quinta-feira, 15 de Janeiro, o banco central da Suíça anunciou que iria desistir da ligação entre o franco e a moeda única, que determinava um câmbio mínimo de 1,20 francos suíços por euro. A medida surpreendeu os mercados e está a causar perdas em vários bancos e empresas com activos ligados à economia suíça.

* Por detrás das justificações económicas e financeiras há outras veladas intenções.


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