11/12/2014

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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15-ACIDEZ 
FEMININA
EX-NAMORADA





A IMPRESCINDÍVEL TATY FERREIRA 

* Uma produção "ACIDEZ FEMININA" - BRASIL



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 O CRATO

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OS MOCADINHOS






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HOJE NO
"RECORD"

Presidente da Federação Russa 
suspende funções na IAAF

O presidente da Federação de Atletismo da Rússia, Valentin Balakhnichev, suspendeu esta quinta-feira as suas funções como tesoureiro da federação internacional (IAAF), depois de ter sido implicado num documentário de televisão sobre o doping no seu país. 
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O organismo que rege o atletismo mundial precisa que Balakhnichev, igualmente membro do Conselho da IAAF, tomou a decisão enquanto aguarda as conclusões da Comissão de Ética.

A 3 de dezembro, o canal alemão ARD exibiu um documentário, com vários depoimentos de agentes desportivos e com um retrato do atletismo russo, apresentado como crivado de doping e de corrupção massiva.

O documentário "Doping confidencial: como a Rússia fabrica os seus vencedores" acusa o país de dopar massivamente os seus desportivas e de controlar as amostras de sangue testadas.

O presidente do COI, o alemão Thomas Bach, avisou na semana passada que o organismo terá uma "política de tolerância zero", caso as acusações de doping generalizado dos atletas russos sejam provadas.

A Rússia manifestou-se disponível para acolher os observadores da Agencia Mundial Antidoping (AMA) para investigar as acusações.

* Valentin discípulo de Putin, e é parecidim.

** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.


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XXIII- O UNIVERSO
 
2- ATAQUE DOS

 ASTERÓIDES




 * As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.



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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

4,4 milhões em contratos 
ilegais na Gaianima 

A Gaianima fez obras e contratou serviços ilegalmente em 2012 e em 2013 sem ter dinheiro. A auditoria à empresa conclui que os gestores desrespeitaram reiteradamente a lei e deixaram 4,4 milhões em dívida que não podem ser pagos.

A avaliação da situação económico-financeira da empresa municipal Gaianima, em processo de liquidação desde 2013, é arrasadora para a anterior gestão. 
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Os auditores acusam o Conselho de Administração, composto por Ricardo Almeida (presidente), Angelino Ferreira e João Vieira Pinto (administradores não-executivos), de violarem as regras de contratação pública e a lei dos compromissos à revelia da ordem do então presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, e dos pareceres negativos dos serviços jurídicos da própria Gaianima.

* O João Vieira Pinto é o mesmo que é director na Federação Portuguesa de Futebol e deu dois murros num árbitro no mundial da Coreia, mas a presunção de inocência existe. Uma animação.

** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.


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2.QUAL O PROBLEMA
COM A NUDEZ




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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Caixa Geral de Aposentações passa
 a ser tutelada por Mota Soares

Governo diz que quer promover ganhos através de “regras iguais”, mas acrescenta que não haverá fusão de estruturas, partilha de dirigentes ou maior convergência nas regras de pensões. 
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A Caixa Geral de Aposentações (CGA), que gere o sistema de pensões dos funcionários públicos, vai passar a ser gerida pelo ministério do Emprego e Segurança Social, que até aqui geria o do sector privado.

A decisão foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, de acordo com o comunicado divulgado à imprensa.
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"Esta medida visa a instituição de regras uniformes de organização, de gestão e de funcionamento da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações, de forma a reduzir as ineficiências existentes e potenciar a eficácia através da aplicação de regras idênticas", refere o Governo, num curto comunicado publicado após a reunião do Conselho de Ministros. Questionado, o Executivo não explicou que "regras idênticas" pretende promover.

Em Bruxelas, o ministro sublinhou, no entanto, que este processo não deve ser confundido como uma fusão dos dois sistemas, uma ideia que chegou a ser ponderada durante o processo de ajustamento.

"É muito importante referir que o que existe é uma passagem da tutela da Caixa Geral de Aposentações para o Ministério da Segurança Social, não é uma integração dos dois sistemas. Os dois sistemas são sistemas diferentes - o sistema da Segurança Social é um sistema dos trabalhadores que estão no privado; o sistema da CGA é um sistema dos trabalhadores em funções públicas".

Fonte oficial do gabinete de Mota Soares esclareceu que não está prevista  fusão de estruturas, nem a criação de uma gestão única, garantia que ganha relevância numa altura em que Mota Soares enfrenta a contestação de sindicatos e oposição devido à dispensa de 700 trabalhadores no Instituto da Segurança Social.

Na Caixa Geral de Aposentações estão inscritos os funcionários públicos com vínculo ao Estado que foram admitidos até 2006. Os mais recentes já estão inscritos na Segurança Social e sob as mesmas regras que vigoram no sector privado.

Nos últimos anos, sob a tutela das Finanças, o Governo aprofundou o processo de convergência das regras de formação e atribuição da pensão, através da harmonização da idade da reforma (que subiu para os 66 anos) ou das penalizações sofridas por pensão antecipada.

Ainda há, no entanto, diferenças na fórmula de cálculo. Em 2013, o Governo sustentou que estas diferenças poderiam ser corrigidas com um corte transversal de 10% no valor das pensões dos antigos funcionários públicos, mas a medida foi chumbada pelo Tribunal Constitucional. O gabinete de Mota Soares diz que não estão previstas novas alterações à legislação que aprofundem este processo de convergência.

* O desastre eminente.

** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.



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JOSÉ SARAMAGO

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De como a Personagem Foi Mestre 
e o Autor Seu Aprendiz
 
O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever. Às quatro da madrugada, quando a promessa de um novo dia ainda vinha em terras de França, levantava-se da enxerga e saía para o campo, levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade se alimentavam ele e a mulher. Viviam desta escassez os meus avós maternos, da pequena criação de porcos que, depois do desmame, eram vendidos aos vizinhos da aldeia. Azinhaga de seu nome, na província do Ribatejo. Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro. No Inverno, quando o frio da noite apertava ao ponto de a água dos cântaros gelar dentro da casa, iam buscar às pocilgas os bácoros mais débeis e levavam-nos para a sua cama. Debaixo das mantas grosseiras, o calor dos humanos livrava os animaizinhos do enregelamento e salvava-os de uma morte certa. 

Ainda que fossem gente de bom carácter, não era por primores de alma compassiva que os dois velhos assim procediam: o que os preocupava, sem sentimentalismos nem retóricas, era proteger o seu ganha-pão, com a naturalidade de quem, para manter a vida, não aprendeu a pensar mais do que o indispensável. Ajudei muitas vezes este meu avô Jerónimo nas suas andanças de pastor, cavei muitas vezes a terra do quintal anexo à casa e cortei lenha para o lume, muitas vezes, dando voltas e voltas à grande roda de ferro que accionava a bomba, fiz subir a água do poço comunitário e a transportei ao ombro, muitas vezes, às escondidas dos guardas das searas, fui com a minha avó, também pela madrugada, munidos de ancinho, panal e corda, a recolher nos restolhos a palha solta que depois haveria de servir para a cama do gado. E algumas vezes, em noites quentes de Verão, depois da ceia, meu avô me disse: "José, hoje vamos dormir os dois debaixo da figueira". Havia outras duas figueiras, mas aquela, certamente por ser a maior, por ser a mais antiga, por ser a de sempre, era, para toda as pessoas da casa, a figueira. Mais ou menos por antonomásia, palavra erudita que só muitos anos depois viria a conhecer e a saber o que significava... 

No meio da paz nocturna, entre os ramos altos da árvore, uma estrela aparecia-me, e depois, lentamente, escondia-se por trás de uma folha, e, olhando eu noutra direcção, tal como um rio correndo em silêncio pelo céu côncavo, surgia a claridade opalescente da Via Láctea, o Caminho de Santiago, como ainda lhe chamávamos na aldeia. Enquanto o sono não chegava, a noite povoava-se com as histórias e os casos que o meu avô ia contando: lendas, aparições, assombros, episódios singulares, mortes antigas, zaragatas de pau e pedra, palavras de antepassados, um incansável rumor de memórias que me mantinha desperto, ao mesmo tempo que suavemente me acalentava. Nunca pude saber se ele se calava quando se apercebia de que eu tinha adormecido, ou se continuava a falar para não deixar em meio a resposta à pergunta que invariavelmente lhe fazia nas pausas mais demoradas que ele calculadamente metia no relato: "E depois?". Talvez repetisse as histórias para si próprio, quer fosse para não as esquecer, quer fosse para as enriquecer com peripécias novas. Naquela idade minha e naquele tempo de nós todos, nem será preciso dizer que eu imaginava que o meu avô Jerónimo era senhor de toda a ciência do mundo. 

Quando, à primeira luz da manhã, o canto dos pássaros me despertava, ele já não estava ali, tinha saído para o campo com os seus animais, deixando-me a dormir. Então levantava-me, dobrava a manta e, descalço (na aldeia andei sempre descalço até aos 14 anos), ainda com palhas agarradas ao cabelo, passava da parte cultivada do quintal para a outra onde se encontravam as pocilgas, ao lado da casa. Minha avó, já a pé antes do meu avô, punha-me na frente uma grande tigela de café com pedaços de pão e perguntava-me se tinha dormido bem. Se eu lhe contava algum mau sonho nascido das histórias do avô, ela sempre me tranquilizava: "Não faças caso, em sonhos não há firmeza". Pensava então que a minha avó, embora fosse também uma mulher muito sábia, não alcançava as alturas do meu avô, esse que, deitado debaixo da figueira, tendo ao lado o neto José, era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras. Foi só muitos anos depois, quando o meu avô já se tinha ido deste mundo e eu era um homem feito, que vim a compreender que a avó, afinal, também acreditava em sonhos. Outra coisa não poderia significar que, estando ela sentada, uma noite, à porta da sua pobre casa, onde então vivia sozinha, a olhar as estrelas maiores e menores por cima da sua cabeça, tivesse dito estas palavras: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer". Não disse medo de morrer, disse pena de morrer, como se a vida de pesado e contínuo trabalho que tinha sido a sua estivesse, naquele momento quase final, a receber a graça de uma suprema e derradeira despedida, a consolação da beleza revelada. 
Estava sentada à porta de uma casa como não creio que tenha havido alguma outra no mundo porque nela viveu gente capaz de dormir com porcos como se fossem os seus próprias filhos, gente que tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito, gente, e este foi o meu avô Jerónimo, pastor e contador de histórias, que, ao pressentir que a morte o vinha buscar, foi despedir-se das árvores do seu quintal, uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver.

Muitos anos depois, escrevendo pela primeira vez sobre este meu avô Jerónimo e esta minha avó Josefa (faltou-me dizer que ela tinha sido, não dizer de quantos a conheceram quando rapariga, de uma formosura invulgar), tive consciência de que estava a transformar as pessoas comuns que eles haviam sido em personagens literárias e que essa era, provavelmente, a maneira de não os esquecer, desenhando e tornando a desenhar os seus rostos com o lápis sempre cambiante da recordação, colorindo e iluminando a monotonia de um quotidiano baço e sem horizontes, como quem vai recriando, por cima do instável mapa da memória, a irrealidade sobrenatural do país em que decidiu passar a viver. 

A mesma atitude de espírito que, depois de haver evocado a fascinante e enigmática figura de um certo bisavô berbere, me levaria a descrever mais ou menos nestes termos um velho retrato (hoje já com quase oitenta anos) onde os meus pais aparecem: "Estão os dois de pé, belos e jovens, de frente para o fotógrafo, mostrando no rosto uma expressão de solene gravidade que é talvez temor diante da câmara, no instante em que a objectiva vai fixar, de um e de outro, a imagem que nunca mais tornarão a ter, porque o dia seguinte será implacavelmente outro dia... Minha mãe apoia o cotovelo direito numa alta coluna e segura na mão esquerda, caída ao longo do corpo, uma flor. Meu pai passa o braço por trás das costas de minha mãe e a sua mão calosa aparece sobre o ombro dela como uma asa. Ambos pisam acanhados um tapete de ramagens. A tela que serve de fundo postiço ao retrato mostra umas difusas e incongruentes arquitecturas neoclássicas". E terminava: "Um dia tinha de chegar em que contaria estas coisas. Nada disto tem importância, a não ser para mim. Um avô berbere, vindo do Norte de África, um outro avô pastor de porcos, uma avó maravilhosamente bela, uns pais graves e formosos, uma flor num retrato - que outra genealogia pode importar-me? a que melhor árvore me encontraria?"

Escrevi estas palavras há quase trinta anos, sem outra intenção que não fosse reconstituir e registar instantes da vida das pessoas que me geraram e que mais perto de mim estiveram, pensando que nada mais precisaria de explicar para que se soubesse de onde venho e de que materiais se fez a pessoa que comecei por ser e esta em que pouco a pouco me vim tornando. Afinal, estava enganado, a biologia não determina tudo, e, quanto à genética, muito misteriosos deverão ter sido os seus caminhos para terem dado uma volta tão larga... À minha árvore genealógica (perdôe-se-me a presunção de a designar assim, sendo tão minguada a substância da sua seiva) não faltavam apenas alguns daqueles ramos que o tempo e os sucessivos encontros da vida vão fazendo romper do tronco central, também lhe faltava quem ajudasse as suas raízes a penetrar até às camadas subterrâneas mais fundas, quem apurasse a consistência e o sabor dos seus frutos, quem ampliasse e robustecesse a sua copa para fazer dela abrigo de aves migrantes e amparo de ninhos. 

Ao pintar os meus pais e os meus avós com tintas de literatura, transformando-os, de simples pessoas de carne e osso que haviam sido, em personagens novamente e de outro modo construtoras da minha vida, estava, sem o perceber, a traçar o caminho por onde as personagens que viesse a inventar, as outras, as efectivamente literárias, iriam fabricar e trazer-me os materiais e as ferramentas que, finalmente, no bom e no menos bom, no bastante e no insuficiente, no ganho e no perdido, naquilo que é defeito mas também naquilo que é excesso, acabariam por fazer de mim a pessoa em que hoje me reconheço: criador dessas personagens, mas, ao mesmo tempo, criatura delas. Em certo sentido poder-se-á mesmo dizer que, letra a letra, palavra a palavra, página a página, livro a livro, tenho vindo, sucessivamente, a implantar no homem que fui as personagens que criei. Creio que, sem elas, não seria a pessoa que hoje sou, sem elas talvez a minha vida não tivesse logrado ser mais do que um esboço impreciso, uma promessa como tantas outras que de promessa não conseguiram passar, a existência de alguém que talvez pudesse ter sido e afinal não tinha chegado a ser.  

Agora sou capaz de ver com clareza quem foram os meus mestres de vida, os que mais intensamente me ensinaram o duro ofício de viver, essas dezenas de personagens de romance e de teatro que neste momento vejo desfilar diante dos meus olhos, esses homens e essas mulheres feitos de papel e tinta, essa gente que eu acreditava ir guiando de acordo com as minhas conveniências de narrador e obedecendo à minha vontade de autor, como títeres articulados cujas acções não pudessem ter mais efeito em mim que o peso suportado e a tensão dos fios com que os movia. 

Desses mestres, o primeiro foi, sem dúvida, um medíocre pintor de retratos que designei simplesmente pela letra H., protagonista de uma história a que creio razoável chamar de dupla iniciação (a dele, mas também, de algum modo, do autor do livro), intitulada Manual de Pintura e Caligrafia, que me ensinou a honradez elementar de reconhecer e acatar, sem ressentimento nem frustração, os meus próprios limites: não podendo nem ambicionando aventurar-me para além do meu pequeno terreno de cultivo, restava-me a possibilidade de escavar para o fundo, para baixo, na direcção das raízes. As minhas, mas também as do mundo, se podia permitir-me uma ambição tão desmedida. Não me compete a mim, claro está, avaliar o mérito do resultado dos esforços feitos, mas creio ser hoje patente que todo o meu trabalho, de aí para diante, obedeceu a esse propósito e a esse princípio. 

Vieram depois os homens e as mulheres do Alentejo, aquela mesma irmandade de condenados da terra a que pertenceram o meu avô Jerónimo e a minha avó Josefa, camponeses rudes obrigados a alugar a força dos braços a troco de um salário e de condições de trabalho que só mereceriam o nome de infames, cobrando por menos que nada a vida a que os seres cultos e civilizados que nos prezamos de ser apreciamos chamar, segundo as ocasiões, preciosa, sagrada ou sublime. Gente popular que conheci, enganada por uma Igreja tão cúmplice como beneficiária do poder do Estado e dos terratenentes latifundistas, gente permanentemente vigiada pela policia, gente, quantas e quantas vezes, vítima inocente das arbitrariedades de uma justiça falsa. 

Três gerações de uma família de camponeses, os Mau-Tempo, desde o começo do século até a Revolução de Abril de 1974 que derrubou a ditadura, passam nesse romance a que dei o título de Levantado do Chão, e foi com tais homens e mulheres do chão levantados, pessoas reais primeiro, figuras de ficção depois, que aprendi a ser paciente, a confiar e a entregar-me ao tempo, a esse tempo que simultaneamente nos vai construindo e destruindo para de novo nos construir e outra vez nos destruir. Só não tenho a certeza de haver assimilado de maneira satisfatória aquilo que a dureza das experiências tornou virtude nessas mulheres e nesses homens: uma atitude naturalmente estóica perante a vida. Tendo em conta, porém, que a lição recebida, passados mais de vinte anos, ainda permanece intacta na minha memória, que todos os dias a sinto presente no meu espírito como uma insistente convocatória, não perdi, até agora, a esperança de me vir a tornar um pouco mais merecedor da grandeza dos exemplos de dignidade que me foram propostos na imensidão das planícies do Alentejo. O tempo o dirá.

Que outras lições poderia eu receber de um português que viveu no século XVI que compôs as "Rimas" e as glórias, os naufrágios e os desencantos pátrios de "Os Lusíadas", que foi um génio poético absoluto, o maior da nossa literatura, por muito que isso pese a Fernando Pessoa, que a si mesmo se proclamou como o Super-Camões dela? Nenhuma lição que estivesse à minha medida, nenhuma lição que eu fosse capaz de aprender, salvo a mais simples que me poderia ser oferecida pelo homem Luís Vaz de Camões na sua estreme humanidade, por exemplo, a humildade orgulhosa de um autor que vai chamando a todas as portas à procura de quem esteja disposto a publicar-lhe o livro que escreveu, sofrendo por isso o desprezo dos ignorantes de sangue e de casta, a indiferença desdenhosa de um rei e da sua companhia de poderosos, o escárnio com que desde sempre o mundo tem recebido a visita dos poetas, dos visionários e dos loucos. Ao menos uma vez na vida todos os autores tiveram ou terão de ser Luís de Camões, mesmo se não escreverem as redondilhas de "Sôbolos rios"... Entre fidalgos da corte e censores do Santo Ofício, entre os amores de antanho e as desilusões da velhice prematura, entre a dor de escrever e a alegria de ter escrito, foi a este homem doente que regressa pobre da Índia, aonde muitos só iam para enriquecer, foi a este soldado cego de um olho e golpeado na alma, foi a este sedutor sem fortuna que não voltará nunca mais a perturbar os sentidos das damas do paço, que eu pus a viver no palco da peça teatro chamada Que farei com este livro?, em cujo final ecoa uma outra pergunta, aquela que importa verdadeiramente, aquela que nunca saberemos se alguma vez chegará a ter resposta suficiente: "Que fareis com este livro?". Humildade orgulhosa, foi essa de levar debaixo do braço uma obra-prima e ver-se injustamente enjeitado pelo mundo. Humildade orgulhosa também, e obstinada, esta de querer saber para que irão servir amanhã os livros que andamos a escrever hoje, e logo duvidar que consigam perdurar longamente (até quando?) as razões tranquilizadoras que acaso nos estejam a ser dadas ou que estejamos a dar a nós próprios. Ninguém melhor se engana que quando consente que o enganem os outros...

Aproximam-se agora um homem que deixou a mão esquerda na guerra e uma mulher que veio ao mundo com o misterioso poder de ver o que há por trás da pele das pessoas. Ele chama-se Baltasar Mateus e tem a alcunha de Sete-Sóis, a ela conhecem-na pelo nome de Blimunda, e também pelo apodo de Sete-Luas que lhe foi acrescentado depois, porque está escrito que onde haja um sol terá de haver uma lua, e que só a presença conjunta e harmoniosa de um e do outro tornará habitável, pelo amor, a terra. Aproxima-se também um padre jesuíta chamado Bartolomeu que inventou uma máquina capaz de subir ao céu e voar sem outro combustível que não seja a vontade humana, essa que, segundo se vem dizendo, tudo pode, mas que não pôde, ou não soube, ou não quis, até hoje, ser o sol e a lua da simples bondade ou do ainda mais simples respeito. 
São três loucos portugueses do século XVIII, num tempo e num país onde floresceram as superstições e as fogueiras da Inquisição, onde a vaidade e a megalomania de um rei fizeram erguer um convento, um palácio e uma basílica que haveriam de assombrar o mundo exterior, no caso pouco provável de esse mundo ter olhos bastantes para ver Portugal, tal como sabemos que os tinha Blimunda para ver o que escondido estava... E também se aproxima uma multidão de milhares e milhares de homens com as mãos sujas e calosas, com o corpo exausto de haver levantado, durante anos a fio, pedra a pedra, os muros implacáveis do convento, as salas enormes do palácio, as colunas e as pilastras, as aéreas torres sineiras, a cúpula da basílica suspensa sobre o vazio. Os sons que estamos a ouvir são do cravo de Domenico Scarlatti, que não sabe se deve rir ou chorar... Esta é a história de Memorial do Convento, um livro em que o aprendiz de autor, graças ao que lhe vinha sendo ensinado desde o antigo tempo dos seus avós Jerónimo e Josefa, já conseguiu escrever palavras como estas, donde não está ausente alguma poesia: "Além da conversa das mulheres, são os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. Mas são também os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o céu é o resplendor que há dentro da cabeça dos homens, se não é a cabeça dos homens o próprio e único céu". Que assim seja.

De lições de poesia sabia já alguma coisa o adolescente, aprendidas nos seus livros de texto quando, numa escola de ensino profissional de Lisboa, andava a preparar-se para o ofício que exerceu no começo da sua vida de trabalho: o de serralheiro mecânico. Teve também bons mestres de arte poética nas longas horas nocturnas que passou em bibliotecas públicas, lendo ao acaso de encontros e de catálogos, sem orientação, sem alguém que o aconselhasse com o mesmo assombro criador do navegante que vai inventando cada lugar que descobre. Mas foi na biblioteca da escola industrial que O Ano da Morte de Ricardo Reis começou a ser escrito... Ali encontrou um dia o jovem aprendiz de serralheiro (teria então 17 anos) uma revista - "Atena" era o título - em que havia poemas assinados com aquele nome e, naturalmente, sendo tão mau conhecedor da cartografia literária do seu país pensou que existia em Portugal um poeta que se chamava assim: Ricardo Reis. Não tardou muito tempo, porém, a saber que o poeta propriamente dito tinha sido um tal Fernando Nogueira Pessoa que assinava poemas com nomes de poetas inexistentes nascidos na sua cabeça e a que chamava heterónimos, palavra que não constava dos dicionários da época, por isso custou tanto trabalho ao aprendiz de letras saber o que ela significava. Aprendeu de cor muitos poemas de Ricardo Reis ("Para ser grande sê inteiro/Põe quanto és no mínimo que fazes"), mas não podia resignar-se, apesar de tão novo e ignorante, que um espírito superior tivesse podido conceber, sem remorso este verso cruel: "Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo". Muito, muito tempo depois, o aprendiz, já de cabelos brancos e um pouco mais sábio das suas próprias sabedorias, atreveu-se a escrever um romance para mostrar ao poeta das "Odes" alguma coisa do que era o espectáculo do mundo nesse ano de 1936 em que o tinha posto a viver os seus últimos dias: a ocupação da Renânia pelo exército nazista, a guerra de Franco contra a República espanhola, a criação por Salazar das milícias fascistas portuguesas. Foi como se estivesse a dizer-lhe: "Eis o espectáculo do mundo, meu poeta das amarguras serenas e do cepticismo elegante. Disfruta, goza, contempla, já que estar sentado é a tua sabedoria..."

O Ano da Morte de Ricardo Reis terminava com umas palavras melancólicas: "Aqui, onde o mar se acabou e a terra espera". Portanto, não haveria mais descobrimentos para Portugal, apenas como destino uma espera infinita de futuros nem aos menos inimagináveis: só o fado do costume, a saudade de sempre, e pouco mais... Foi então que o aprendiz imaginou que talvez houvesse ainda uma maneira de tornar a lançar os barcos à água, por exemplo, mover a própria terra e pô-la a navegar pelo mar fora. Fruto imediato do ressentimento colectivo português pelos desdéns históricos de Europa (mais exacto seria dizer fruto de um meu ressentimento pessoal...), o romance que então escrevi - Jangada de Pedra- separou do continente europeu toda a Península Ibérica para a transformar numa grande ilha flutuante, movendo-se sem remos, nem velas, nem hélices em direcção ao Sul do mundo, "massa de pedra e terra, coberta de cidades, aldeias, rios, bosques, fábricas, matos bravios, campos cultivados, com a sua gente e os seus animais", a caminho de uma utopia nova: o encontro cultural dos povos peninsulares com os povos do outro lado do Atlântico, desafiando assim, a tanto a minha estratégia se atreveu, o domínio sufocante que os Estados Unidos da América do Norte vêm exercendo naquelas paragens... 
Uma visão duas vezes utópica entenderia esta ficção política como uma metáfora muito mais géneros e humana: que a Europa, toda ela, deverá deslocar-se para o Sul, a fim de, em desconto dos seus abusos colonialistas antigos e modernos, ajudar a equilibrar o mundo. Isto é, Europa finalmente como ética. As personagens da Jangada de Pedra- duas mulheres , três homens e um cão - viajam incansavelmente através da península enquanto ela vai sulcando o oceano. O mundo está a mudar e eles sabem que devem procurar em si mesmos as pessoas novas em que irão tornar-se (sem esquecer o cão, que não é um cão como os outros...). Isso lhes basta.

Lembrou-se então o aprendiz de que em tempos da sua vida havia feito algumas revisões de provas de livros e que se na Jangada de Pedratinha, por assim dizer, revisado o futuro, não estaria mal que revisasse agora o passado, inventando um romance que se chamaria História do Cerco de Lisboa, no qual um revisor, revendo um livro do mesmo título, mas de História, e cansado de ver como a dita História cada vez é menos capaz de surpreender, decide pôr no lugar de um "sim" um "não", subvertendo a autoridade das "verdades históricas". 
Raimundo Silva, assim se chama o revisor, é um homem simples, vulgar, que só se distingue da maioria por acreditar que todas as coisas têm o seu lado visível e o seu lado invisível e que não saberemos nada delas enquanto não lhes tivermos dado a volta completa. De isso precisamente se trata numa conversa que ele tem com o historiador. Assim: "Recordo-lhe que os revisores já viram muito de literatura e vida, O meu livro, recordo-lhe eu, é de história, Não sendo propósito meu apontar outras contradições, senhor doutor, em minha opinião tudo quanto não for vida é literatura, A história também. A história sobretudo, sem querer ofender, E a pintura, e a música, A música anda a resistir desde que nasceu, ora vai, ora vem, quer livrar-se da palavra, suponho que por inveja, mas regressa sempre à obediência, E a pintura, Ora, a pintura não é mais do que literatura feita com pincéis, Espero que não esteja esquecido de que a humanidade começou a pintar muito antes de saber escrever. Conhece o rifão, se não tens cão caça com o gato, ou, por outras palavras, quem não pode escrever, pinta, ou desenha, é o que fazem as crianças, O que você quer dizer, por outras palavras, é que a literatura já existia antes de ter nascido, Sim senhor, como o homem, por outras palavras, antes de o ser já o era, Quer-me parecer que você errou a vocação, devia era ser historiador, Falta-me o preparo, senhor doutor, que pode um simples homem fazer sem o preparo, muita sorte já foi ter vindo ao mundo com a genética arrumada, mas, por assim dizer, em estado bruto, e depois não mais polimento que primeiras letras que ficaram únicas, 
Podia apresentar-se como autodidacta, produto do seu próprio e digno esforço, não é vergonha nenhuma, antigamente a sociedade tinha orgulho nos seus autodidactas, Isso acabou, veio o desenvolvimento e acabou, os autodidactas são vistos com maus olhos, só os que escrevem versos e histórias para distrair é que estão autorizados a ser autodidactas, mas eu para a criação literária nunca tive jeito, Então, meta-se a filósofo, O senhor doutor é um humorista, cultiva a ironia, chego a perguntar-me como se dedicou à história, sendo ela tão grave e profunda ciência, Sou irónico apenas na vida real, Bem me queria a mim parecer que a história não é a vida real, literatura, sim, e nada mais, Mas a história foi vida real no tempo em que ainda não se lhe poderia chamar história, Então o senhor doutor acha que a história e a vida real, Acho, sim, Que a história foi vida real, quero dizer, Não tenho a menor dúvida, Que seria de nós se o deleatur que tudo apaga não existisse, suspirou o revisor". Escusado será acrescentar que o aprendiz aprendeu com Raimundo Silva a lição da dúvida. Já não era sem tempo.
Ora, foi provavelmente esta aprendizagem da dúvida que o levou, dois anos mais tarde, a escrever O Evangelho segundo Jesus Cristo. É certo, e ele tem-no dito, que as palavras do título lhe surgiram por efeito de uma ilusão de óptica, mas é legítimo interrogar-nos se não teria sido o sereno exemplo do revisor o que, nesse meio tempo, lhe andou a preparar o terreno de onde haveria de brotar o novo romance. Desta vez não se tratava de olhar por trás das páginas do "Novo Testamento" à procura de contrários, mas sim de iluminar com uma luz rasante a superfície delas, como se faz a uma pintura, de modo a fazer-lhe ressaltar os relevos, os sinais de passagem, a obscuridade das depressões. Foi assim que o aprendiz, agora rodeado de personagens evangélicas, leu, como se fosse a primeira vez, a descrição da matança dos Inocentes, e, tendo lido, não compreendeu. Não compreendeu que já pudesse haver mártires numa religião que ainda teria de esperar trinta anos para que o seu fundador pronunciasse a primeira palavra dela, não compreendeu que não tivesse salvado a vida das crianças de Belém precisamente a única pessoa que o poderia ter feito, não compreendeu a ausência, em José, de um sentimento mínimo de responsabilidade, de remorso, de culpa, ou sequer de curiosidade, depois de voltar do Egipto com a família. 
Nem se poderá argumentar, em defesa da causa, que foi necessário que as crianças de Belém morressem para que pudesse salvar-se a vida de Jesus: o simples senso comum, que a todas as coisas, tanto às humanas como às divinas, deveria presidir, aí está para nos recordar que Deus não enviaria o seu Filho à terra, de mais a mais com o encargo de redimir os pecados da humanidade, para que ele viesse a morrer aos dois anos de idade degolado por um soldado de Herodes... Nesse "Evangelho", escrito pelo aprendiz com o respeito que merecem os grandes dramas, José será consciente da sua culpa, aceitará o remorso em castigo da falta que cometeu e deixar-se-á levar à morte quase sem resistência, como se isso lhe faltasse ainda para liquidar as suas contas com o mundo. O "Evangelho" do aprendiz não é, portanto, mais uma lenda edificante de bem-aventurados e de deuses, mas a história de uns quantos seres humanos sujeitos a um poder contra o qual lutam, mas que não podem vencer. Jesus, que herdará as sandálias com que o pai tinha pisado o pó dos caminhos da terra, também herdará dele o sentimento trágico da responsabilidade e da culpa que nunca mais o abandonará, nem mesmo quando levantar a voz do alto da cruz: "Homens, perdoai-lhe porque ele não sabe o que fez", por certo referindo-se ao Deus que o levara até ali, mas quem sabe se recordando ainda, nessa agonia derradeira, o seu pai autêntico, aquele que, na carne e no sangue, humanamente o gerara. 

Como se vê, o aprendiz já tinha feito uma larga viagem quando no seu herético "Evangelho" escreveu as últimas palavras do diálogo no templo entre Jesus e o escriba: "A culpa é um lobo que come o filho depois de ter devorado o pai, disse o escriba, Esse lobo de que falas já comeu o meu pai, disse Jesus, Então só falta que te devore a ti, E tu, na tua vida, foste comido, ou devorado, Não apenas comido e devorado, mas vomitado, respondeu o escriba".

Se o imperador Carlos Magno não tivesse estabelecido no Norte da Alemanha um mosteiro, se esse mosteiro não tivesse dado origem à cidade de Münster, se Münster não tivesse querido assinalar os mil e duzentos anos da sua fundação com uma ópera sobre a pavorosa guerra que enfrentou no século XVI protestantes anabaptistas e católicos, o aprendiz não teria escrito a peça de teatro a que chamou In Nomine Dei. Uma vez mais, sem outro auxílio que a pequena luz da sua razão, o aprendiz teve de penetrar no obscuro labirinto das crenças religiosas, essas que com tanta facilidade levam os seres humanos a matar e a deixar-se matar. E o que viu foi novamente a máscara horrenda da intolerância, uma intolerância que em Münster atingiu o paroxismo demencial, uma intolerância que insultava a própria causa que ambas as partes proclamavam defender. Porque não se tratava de uma guerra em nome de dois deuses inimigos, mas de uma guerra em nome de um mesmo deus. Cegos pelas suas próprias crenças, os anabaptistas e os católicos de Münster não foram capazes de compreender a mais clara de todas as evidências: no dia do Juízo Final, quando uns e outros se apresentarem a receber o prémio ou o castigo que mereceram as suas acções na terra, Deus, se em suas decisões se rege por algo parecido à lógica humana, terá de receber no paraíso tanto a uns como aos outros, pela simples razão de que uns e outros nele crêem. A terrível carnificina de Münster ensinou ao aprendiz que, ao contrário do que prometeram, as religiões nunca serviram para aproximar os homens, e que a mais absurda de todas as guerras é uma guerra religiosa, tendo em consideração que Deus não pode, ainda que o quisesse, declarar guerra a si próprio...

Cegos. O aprendiz pensou: "Estamos cegos", e sentou-se a escrever o Ensaio sobre a Cegueira para recordar a quem o viesse a ler que usamos perversamente a razão quando humilhamos a vida, que a dignidade do ser humano é todos os dias insultada pelos poderosos do nosso mundo, que a mentira universal tomou o lugar das verdades plurais, que o homem deixou de respeitar-se a si mesmo quando perdeu o respeito que devia ao seu semelhante. Depois, o aprendiz, como se tentasse exorcizar os monstros engendrados pela cegueira da razão, pôs-se a escrever a mais simples de todas as histórias: uma pessoa que vai à procura de outra pessoa apenas porque compreendeu que a vida não tem nada mais importante que pedir a um ser humano. O livro chama-se "Todos os Nomes". Não escritos, todos os nossos nomes estão lá. Os nomes dos vivos e os nomes dos mortos.

Termino. A voz que leu estas páginas quis ser o eco das vozes conjuntas das minhas personagens. Não tenho, a bem dizer, mais voz que a voz que elas tiverem. Perdoai-me se vos pareceu pouco isto que para mim é tudo.

Prémio Nobel:
Discurso de José Saramago na Academia Sueca
Estocolmo, 7 de Outubro de 1998 

Produzido por PTC © 2014.


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360.UNIÃO


EUROPEIA



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HOJE NO
"DESTAK"

Paulo Portas considera greve na TAP
 "ato de egoísmo" 

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, considerou na quinta-feira a greve anunciada na TAP para os últimos dias de 2014 um "ato de egoísmo" para com a economia portuguesa, salvaguardando não querer substituir-se às tutelas setoriais. 
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Num jantar de Natal com as concelhias do CDS-PP de Lisboa, o líder centrista destacou os incómodos para os cidadãos e as possíveis perdas para a empresa transportadora aérea portuguesa. "É, lamento dizê-lo, um ato de egoísmo face a uma economia que está a esforçar-se enormemente para recuperar e sair da crise", afirmou. 

* O altruísmo do sr. Portas quando ameaçou demitir-se, custou ao país uns bons milhões de euros.

** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.


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 TIMOR LOROSAE



* Não fora a enorme corrupção que impera no território...
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 I-TERCEIRO REICH


6 - ASCENÇÃO



ÚLTIMO EPISÓDIO


A História não se repete, acontece. Para sabermos mais de nós, enquanto passageiros da terra, não podemos ignorar os momentos mais felizes(?) ou os mais tenebrosos da história do homem.

* Contém imagens pesadas


** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
 



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HOJE NO
"i"

Sociedade tem tendência para “estereotipar negativamente” a pobreza

Segundo o estudo, para combater os estereótipos é importante evitar emitir juízos de valor, fazer generalizações e julgar pelas aparências, mas desenvolver atitudes de tolerância, abertura à mudança e respeito pelo outro

A sociedade tem tendência para “estereotipar negativamente” as situações de pobreza, atribuindo as suas causas a questões de ordem individual e comportamental, concluiu um estudo hoje divulgado, no Porto.
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“É como se a pessoa em situação de pobreza fosse a única responsável por isso”, disse à Lusa a socióloga Cláudia Albergaria, uma das responsáveis pelo projecto “Bem-me-Quer; Mal-me-Quer – O impacto das representações sociais na luta contra a pobreza”.

Citações como “a pessoa encontra-se em situação de pobreza porque não quer trabalhar”, “quer viver à custa dos subsídios”, “é malandra” ou “é preguiçosa” são estereótipos e preconceitos que têm “muitos” impactos e a “diferentes níveis” na vida das pessoas, revela o estudo.

A visão da pobreza com base em “pressupostos negativos” vai condicionar a actuação dos técnicos na elaboração de um plano de inclusão, apoio, orientação ou acompanhamento das pessoas, podendo haver a tendência de se criar “bons e maus pobres”.

“Temos de ter respeito pela pessoa humana enquanto detentora de liberdade para fazer com o seu dinheiro o que quer, mesmo vindo de apoio público, porque é um direito e não uma escola”, frisou a socióloga.

Por este motivo, a investigadora considerou “fundamental” sensibilizar a população para esta problemática porque “há muitas realidades de pobreza”.

Na opinião de Cláudia Albergaria, a crise económica trouxe uma alteração da “imagem da pobreza” porque incluiu grupos que estavam “relativamente protegidos” destas situações, apresentando-se de forma “muito diversificada”.

“Se a pobreza sempre teve muitos rostos, agora tem muitos mais”, disse.
Actualmente, a sociedade está a “desculpabilizar mais” as pessoas que estão a entrar em situação de pobreza porque não lhe atribuem culpa individual em detrimento do social.
Segundo o estudo, para combater os estereótipos é importante evitar emitir juízos de valor, fazer generalizações e julgar pelas aparências, mas desenvolver atitudes de tolerância, abertura à mudança e respeito pelo outro.

O projecto “Bem-me-Quer; Mal-me-Quer – o impacto das representações sociais na luta contra a pobreza em Portugal” desenvolveu-se entre Novembro de 2013 e Dezembro de 2014, sendo promovido pela Rede Europeia Anti-Pobreza.

O objectivo geral centrou-se na realização de uma investigação para analisar as representações sociais que técnicos e dirigentes de instituições públicas e privadas, que trabalham na área social, têm relativamente aos fenómenos de pobreza e exclusão social.

O método de análise foi qualitativo, incluindo análise documental e entrevistas exploratórias a pessoas que tiveram ou têm responsabilidades na área social.

* O consumismo feroz promovido no consulado do primeiro-ministro Silva ampliou as distancias e avolumou estigmas entre as classes sociais, a partir daí os pobres são responsáveis pela sua condição e não porque os mais ricos são cada vez mais ricos atirando para o lixo os outros "tendencialmente" humanos em boas condições para serem explorados.


** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.


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Jailhouse Rock
"Nada porreiro pá"

(versão José Sócrates)


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HOJE NO
"A BOLA"

Luís Figo levou sorrisos 
a centenas de crianças

Foi um dia muito especial para centenas de crianças de instituições de solidariedade social e de escolas inseridas em bairros problemáticos. O antigo internacional português Luís Figo, através da sua fundação, levou a magia desta quadra a muitos jovens de Lisboa e arredores através do Circo de Natal, no Coliseu dos Recreios.
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Esta é uma tradição que se repete há vários anos e que, nas palavras de Luís Figo, constitui um motivo de «orgulho» para todos os que estão envolvidos na fundação, criada em 2003.

«É um orgulho podermos dar a estas crianças um dia feliz e tentar fazer com que elas entrem nesta época natalícia da melhor forma possível. As crianças são o futuro, e, se conseguirmos, através dos nossos projetos, proporcionar uma oportunidade para que no futuro elas dirijam o nosso país, isso será extremamente positivo», afirmou o antigo internacional português, à margem deste evento solidário.

* Tanto no campo como fora dele, um exemplo

** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.


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 Ciência vs Música




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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"

Açores entre os destinos turísticos
 mais sustentáveis do mundo

Açores, Cascais, Lagos, Zona Oeste e a Serra do Socorro e Archeira, em Torres Vedras, e Sintra estão no top 100 dos destinos mais sustentáveis do mundo de 2014, divulgou hoje o site Green Destinations.
 
A lista dos 100 destinos mais sustentáveis para passar férias no mundo foi revelada pelo ‘site’ greendestinations.info e segundo diz o seu diretor, Albert Salman, citado num comunicado, o objetivo é "reconhecer os destinos turísticos que levaram a sustentabilidade a sério e se esforçaram para fazer a diferença".
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O responsável admitiu ainda que "medir a sustentabilidade não é simples, nem se pode cortar a direito. Esta lista reconhece os destinos que estão no caminho certo tendo em conta as avaliações de peritos independentes com recurso a critérios objetivos".

Portugal colocou seis destinos no top 100 e, além disso, são dos que conseguiram melhor cotação da Global Sustainable Tourism Review (Crítica de Turismo Sustentável Global) na Europa.

Os Açores foram considerados o destino turístico mais sustentável da Europa, ao conseguir uma cotação de 8.9 em 10 pontos possíveis. Cascais e Lagos foram também dos melhores, com 8 pontos.
Segundo a organização, esta cotação é calculada a partir de 40 a 60 indicadores, como a qualidade da Natureza (paisagens e experiência de vida selvagem), qualidade e cuidados ambientais (ar, água e águas balneares), herança cultural (identidade local e tradições), questões sociais (hospitalidade do povo e o respeito pelos direitos humanos), economia verde (desenvolvimento económico sustentável, energia verde, adaptação ao clima e questões relacionadas com o desperdício e gestão de consumo de água) e políticas de turismo verde.

Criado para premiar os esforços de gestão destes destinos, o top resulta do convite lançado nas redes sociais, a que se seguiu uma seleção por 30 peritos de turismo sustentável a nível internacional, explica o comunicado.
 
Além disso, resulta de uma iniciativa de quatro organizações de Turismo Sustentável, a TravelMole.com, Vision on Sustainable Tourism, Totem Tourism e Green Destinations.

* Portugal tem paraísos turísticos maravilhosos e existem parolos que sem os conhecerem vão passar uma semana num destino de praia da América Latina.


** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.



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DOUTRO SÉCULO


NOVATOS


PABLO PICASSO

ROBIN WILLIAMS
AUDREY  HEPBURN
JUDY GARLAND
AL PACINO E ROBERT DE NIRO

SOPHIA LOREN

DEAN MARTIN

LIZA MINNELI


BARBRA STREISAND E ROBERT REDFORD

LYZ TAYLOR E RICHARD BURTON


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