13/12/2014

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Meco: 
Recusa do juiz atrasa 
o retomar da investigação 

Advogado das famílias das vítimas pediu afastamento do magistrado.

A recusa do juiz de Setúbal que foi destacado para a instrução do caso Meco, relativo à morte dos seis estudantes em dezembro de 2013, ainda não foi apreciada pelo Tribunal da Relação de Évora. O advogado das famílias das vítimas alegou proximidade entre aquele magistrado e o procurador da República que arquivou o inquérito em julho e acabou por adiar a instrução. 

O incidente de recusa do juiz está no tribunal desde novembro. O processo foi reaberto a 15 de setembro, e um mês depois João Miguel Gouveia, o único sobrevivente da tragédia, foi formalmente constituído arguido. Vítor Parente Ribeiro disse na altura ao CM que havia elementos do processo que não eram claros no despacho de arquivamento e que, por outro lado, não havia qualquer referência a determinados elementos de prova. Exigia a reanálise do processo por um magistrado judicial.

A tragédia do Meco ocorreu a 15 de dezembro do ano passado, faz segunda-feira um ano. Para que a data não caia no esquecimento, os pais das vítimas encomendaram um memorial ao escultor João Cutileiro para meter no local da tragédia. A ideia seria colocar o memorial segunda- -feira – dia em que se celebra na capela de Alfarim, pelas 15h00, uma missa de homenagem –, mas este só deverá estar concluído no início do ano. "Estou a construir um memorial dramático a pedido dos pais", disse o artista plástico ao CM não entrando em muitos pormenores e recusando falar em valores. "Terá várias cores de mármore e será de grandes dimensões".

 Os pais das vítimas também não querem avançar o preço do projeto. A ideia partiu do pai de Catarina Soares. "Falei com a minha mulher e depois comos outros pais, que concordaram. Lembrei-me do João Cutileiro porque sou apreciador do trabalho dele", disse ao CM. O memorial deverá ser colocado na zona das dunas. Apesar de o projeto ter sido discutido, os pais só vão conhecer a obra quando estiver concluída. "O João Cutileiro utilizou uma expressão que é ‘faço a obra, mas a obra é minha’", disse o pai de Catarina, adiantando que a ideia recebeu a aprovação da Câmara de Sesimbra. 

* A memória dos jovens afogados no acidente do Meco não merecia tanto folclore natalino, quem tira proveito disto?


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