23/12/2014

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Sony vai mesmo estrear
 "Uma entrevista de loucos"

Os estúdios cinematográficos da empresa japonesa decidiram não ceder ao terrorismo e o filme mantém a data de estreia para o dia de Natal nos EUA.
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A Sony Pictures Entertainment, que na passada quarta-feira, 17 de Dezembro, decidiu cancelar a estreia do filme ‘The Interview’ após ameaças terroristas de um grupo de hackers autodenominado grupo Guardians of Peace (GOP), voltou atrás e vai mesmo exibi-lo.
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O filme será assim estreado, conforme se previa inicialmente, no dia de Natal nos Estados Unido. Se tudo se mantiver, chegará às salas de cinema portuguesas a 29 de Janeiro, traduzido como ‘Uma entrevista de loucos’. Num género satírico, o filme a história de dois jornalistas recrutados pela agência CIA para assassinarem o líder norte-coreano, Kim Jong-un durante uma entrevista.

Recorde-se que tudo começou a 24 de Novembro, quando a Sony foi alvo de um ataque informático, tendo sido divulgada informação confidencial sobre os seus funcionários (como os números da segurança social) e actores.  Numa primeira fase não se percebeu logo qual seria a intenção dos piratas informáticos, que começaram por pedir dinheiro para não libertarem a informação sensível. A Sony negou e as fugas de informação começaram.

Foram divulgados entretanto muitos emails que se revelaram autênticos mexericos entre produtores, executivos de topo da Sony e actores, e que geraram grande desconforto, colocando muitas pessoas numa posição constrangedora. Os pedidos de desculpa têm-se sucedido.

A 16 de Dezembro, os hackers mostraram finalmente, de forma aberta, qual era a sua intenção, ao advertirem que quem fosse ver o filme sofreria na pele. "Mostraremos, a qualquer instante e em qualquer local onde o filme seja exibido, que o destino pode ser amargo para quem procura diversão através do terror". E aconselhavam a que todos se recordassem do 11 de Setembro.

A Sony reagiu, dizendo às proprietárias das salas de cinema que não tinham de exibir o filme. Uma a uma, todas começaram a cancelar.

No dia seguinte, 17 de Dezembro, a Sony decidiu retirar o filme. Barack Obama reagiu a 18 de Dezembro, dizendo lamentar que a Sony tivesse cedido a ameaças terroristas sem ter falado primeiro com o presidente dos EUA. Isto no mesmo dia em que o FBI confirmou que o regime norte-coreano estava por detrás destes ataques. A Coreia do Norte já veio negar e diz que quer colaborar nas investigações. Se os Estados Unidos não aceitarem, sofrerão as consequências, avisou o regime de Kim Jong-un. Nova ameaça, portanto.

Agora, esta terça-feira, a Sony anunciou que pretende mesmo avançar com a estreia do filme, já que duas salas de cinema independentes aceitaram exibi-lo.

* Não se pode ceder à prepotência coreana.
** Para ter mais graça o  "querido líder" devia assistir à estreia e morrer na plateia, não seria novidade, já vimos o Woody Allen sair do ecran.


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