24/11/2014

JOANA HORTA

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Marketing jurídico
 o desejo irresistível
 de comunicar

Maio de 2005, lia-se nos jornais: “A classe dos advogados está a passar por uma fase de “forte turbulência” e divisões internas, “que pode liquidar a profissão”. Em causa está a publicidade”.

Passados nove anos da alteração legislativa em matéria de publicidade para advogados, após uma enorme evolução tecnológica que ocorreu na sociedade, estranha-se a falta de debate que conduza a regras claras sobre a necessidade que, cada vez mais, os escritórios de advogados têm de comunicar. E de comunicar bem sem que isso implique propagandear serviços.

Escritórios de pequena e média dimensão, não dotados de estruturas internas de comunicação, começam a sentir a necessidade de se organizarem de forma societária, de se expandirem e de sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo no qual quem não comunica não existe.
A existência do marketing jurídico implica um planeamento prévio que deverá necessariamente existir para que a estratégia de comunicação, sobretudo digital, conduza a resultados concretos na vida de um escritório de advogados. Muitos são já os escritórios/sociedades de advogados que acusam a necessidade de realizar parcerias, nacional e internacionalmente, sem que na base disso exista qualquer tipo de reflexão ou planeamento que conduza à eficácia do que se pretende comunicar.

É precisamente neste ponto que o marketing jurídico nasce. O marketing sério leva as chefias de qualquer “negócio” a refletir sobre “quem somos”, “o que fazemos” e “onde queremos chegar”. Do outro lado, um cliente, ou um potencial cliente, cada vez mais exigente e que procura informação sobre os escritórios a que recorre para resolver os seus problemas.

O marketing jurídico visa aplicar conceitos de marketing às atividades realizadas pelos escritórios de advogados, respeitando os limites legais impostos (Estatuto da Ordem dos Advogados).

Os escritórios de advogados deparam-se no seu dia-a-dia com uma forte concorrência, um mercado cada vez mais exigente e com a necessidade de consolidação da sua marca, tornando-se fundamental – hoje e no futuro! – a adequação dos escritórios ao contexto atual e, sobretudo, um planeamento estratégico acompanhado da correspondente avaliação dos resultados de acordo com as metas a atingir in casu.

O marketing jurídico assume hoje um papel crucial nos escritórios/sociedades de advogados. A constante evolução da advocacia exige uma estrutura funcional, que visa acompanhar e dinamizar o ritmo de crescimento do escritório/sociedade, contribuindo de forma decisiva para uma gestão eficiente dos seus recursos e serviços.

No limite, diria que a não assunção clara relativamente à necessidade que todos, e cada um por si, têm de comunicar gera receios mas não impede que os advogados se publicitem até de forma questionável à luz do Estatuto da Ordem dos Advogados. Proíbe-se, geram-se receios infundados, mas desperta-se o desejo irresistível – e irreversível! – de comunicar. Em muitos casos de forma irreverente. E sem saber como.

Partner Vae Victis, Consultoria e Marketing Jurídico

IN "OJE"
21/11/14


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