23/07/2014

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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Costa e Rio convergem na ideia 
de um Presidente da República 
mais ativo e interventivo

O ex-presidente da Câmara do Porto e António Costa, atual presidente da Câmara de Lisboa e candidato a líder do PS, convergiram esta terça-feira na ideia de que o próximo Presidente da República deve ter um papel mais ativo e interventivo. 

"Acho que vivemos uma situação excecional. Entendo que o próximo Presidente da República devia ser muito mais interventivo, precisamente ao nível da implementação das reformas no regime, seja na área da justiça, seja na área da política", defendeu Rui Rio, acrescentando que a magistratura de influência, em "situações extremas", é insuficiente.

Para António Costa, quando se vivem crises graves, ou "gravíssimas" como a atual, todos os portugueses sentem, segundo o autarca de Lisboa, "a imprescindibilidade de um Presidente da República como um elemento catalisador de consensos ou capaz de dinamizar o diálogo social".
Costa e Rio foram dois dos oradores na conferência intitulada "A política, os políticos e a gestão dos dinheiros públicos", organizada pela TSF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, na qual será apresentado o anuário dos municípios.

Segundo Rui Rio, as reformas necessárias só poderão ser implementadas caso os "líderes políticos coloquem o interesse nacional acima de tudo", mas também é importante que na presidência da república esteja alguém "fortemente empenhando" em que isso [reformas] aconteça.

"Na minha lógica, no momento histórico que atravessamos, não basta ao Presidente da República uma magistratura de influência, mas que também esteja sempre tentado a impor um ritmo de mudança, que acho que é fundamental para o país. [O Presidente da República] pode ser um elemento catalisador dessa mudança", frisou o ex-presidente da Câmara do Porto.

Rui Rio recusou-se ainda a "alimentar polémicas" sobre a possibilidade de vir a ser candidato presidencial.

Na mesma linha, António Costa entende que o Presidente da Republica deve exercer as suas funções num quadro constitucional, mas vincou que essas funções "não se limitam a mandar diplomas para o Tribunal Constitucional para apreciação ou fiscalização preventiva".

O candidato à liderança do PS acrescentou que o papel do Presidente da República "é muito mais do que fiscalizador da Constituição", e que deve promover um "papel mais ativo", além de ter a capacidade de independência em relação aos partidos.
Neste particular, Costa aproveitou para criticar Cavaco Silva, considerando que existiu uma aproximação do Presidente da República ao PSD que "foi terrível e agravou a crise", razão pela qual defende "uma outra forma de exercer a Presidência da República".

* Embora não gostemos da personagem, Mário Soares, exerceu com vigor a sua magistratura de influência  enquanto PR sem precisar de se alterar o regime semi-presidencialista em vigor, Eanes foi presidente com outras regras, Sampaio foi mais doce, Silva quase que já se sabe como ficará na história.
É extraordinário como Costa e Rio se entendem...


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