02/07/2014

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HOJE NO
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Representantes da Oi batem com
 a porta da Administração da PT

Em causa está o investimento da Portugal Telecom na Rio Forte, holding não financeira do GES
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Um dia após a Portugal Telecom ter confirmado ao i o investimento de cerca de 900 milhões na Rio Forte, uma holding do Grupo Espírito Santo, os dois representantes da brasileira Oi na administração da Portugal Telecom decidiram renunciar ao cargo. A decisão de Octávio Azevedo, do grupo Andrade Gutierrez, e Fernando Magalhães Portella, pela Jereissati Participações acontece por não terem sido consultados sobre este investimento.

Ao jornal brasileiro Valor Económico, Octávio Azevedo disse sentir-se “desconfortável”: “Comuniquei a minha decisão ao Portella e ele também decidiu sair”. O responsável admite que já tinha decidido deixar o conselho de administração da PT, adiantando que esta foi a gota de água. “Já tinha planos de deixar o conselho. Ao me sentir desconfortável por ter tomado conhecimento da operação, que não é pequena, apenas quando foi divulgada por comunicado à imprensa, achei que era hora de sair”, concluiu.

Entretanto alguns especialistas já questionam se os problemas no Grupo Espírito Santo, maior accionista da PT, pode vir a afectar a Fusão entre a PT e a Oi. Uma fusão que está prevista acontecer em Outubro.

Compra de dívida 
 A Portugal Telecom (PT) investiu cerca de 900 milhões de euros em papel comercial da Espírito Santo International (ESI), tendo trocado em Abril estes títulos de dívida por um produto financeiro idêntico da Rio Forte, holding não financeira do Grupo Espírito Santo (GES). Os títulos adquiridos pela PT vencem em Agosto, altura em que a Rio Forte terá de reembolsar o capital mais juros contratualizados.

O investimento da PT foi realizado em duas sociedades do seu maior accionista (o GES) que têm problemas financeiros. A ESI está em situação de falência técnica (com capitais negativos) e tem um endividamento que supera os 7 mil milhões de euros. 

Segundo declarações de Machado Cruz, antigo contabilista da sociedade, ao semanário "Expresso", a contabilidade da ESI é falsificada desde 2008. Uma auditoria do Banco de Portugal detectou igualmente que faltavam 1,3 mil milhões de euros em dívidas nas contas da sociedade com sede no Luxemburgo. A Rio Forte, por seu lado, está sob enorme stresse financeiro, possuindo igualmente uma dívida elevada que obriga a um esforço de refinanciamento significativo.

* Guerras de barões

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