06/04/2014

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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"

Uma rejeição absoluta e unânime
 do Estado Novo

Estudo do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, agora revelado pelo Expresso, sobre a forma como os portugueses veem hoje o Estado Novo indica que o 25 de Abril é considerada a data mais importante da nossa História.





E viva o 25 de Abril! Se alguma coisa resulta deste estudo, feito pela segunda vez em dez anos (houve um outro em 2004), é isso mesmo: os portugueses rejeitam o passado ditatorial e consideram o 25 de Abril o acontecimento mais importante da sua História, entre todos os outros. 

Porquê? As interpretações são várias e a ignorância  (e de quem é a culpa?) não é com certeza a menor das explicações. Mas hoje, à distância de 40 anos de democracia, esbateram-se as divisões, sobretudo sobre o período imediatamente após o golpe, que se tornou numa Revolução porque, como se sabe, o povo saíu à rua e apoiou, ovacionou e saudou a libertação. 

A rutura foi clara e há, para novos e velhos, um antes e um depois - e os portugueses no seu conjunto orgulham-se dela. É singular a transição portuguesa. Poucas são as de cariz democrático que ocorreram por força de um golpe de estado militar e ainda por cima logo seguido de uma crise profunda do Estado e de fortes movimentos sociais, onde foi muito forte a dinâmica da punição (os saneamentos, expulsões, exílio) e a pulsão anticapitalista. 

O pêndulo do 25 de novembro haveria de oscilar para o outro lado até se restabelecer o equilíbrio. Mas, sobretudo, nenhuma outra transição conheceu de imediato e em simultâneo uma descolonização, ao ponto de o fim do regime ser identificado com o fim da guerra e o desta com o fim do regime. 

Não é por acaso, aliás, que é essa a primeira motivação dos militares que fazem o golpe. Depois, à medida que o tempo passa, some-se na memória a lembrança de quem foi o quê num regime de que ninguém nunca politicamente ousou reclamar-se depois dele.

* VIVA O 25 DE ABRIL

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