18/04/2014

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HOJE NO
"PÚBLICO"

 A nova sensação da Internet é um 
drone da Marinha que fez “plof” 

O ministro da Defesa estava lá para ver, mas nada correu bem na viagem inaugural do pequeno AR4 Light Ray.

Nos últimos dias foram notícia em Portugal o plano de cortes do Governo para 2015, a nova taxa que o Executivo quer impor sobre a chamada “comida de plástico” e a eliminação com estrondo do FC Porto às mãos do Benfica na Taça de Portugal. Todas tiveram honras de citação nalguma imprensa internacional. Todas e mais uma: a do novo drone da Marinha portuguesa que falhou a viagem inaugural e se afundou — igualmente com estrondo — nas águas do Tejo ao fim de dois segundos no ar. O vídeo no YouTube que documenta o momento tornou-se rapidamente viral e somou mais de 300 mil visualizações em poucas horas.
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Aconteceu na última quarta-feira, durante uma visita do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, à Base Naval de Lisboa para a cerimónia que oficializou a entrega do primeiro veículo aéreo não tripulado da empresa tecnológica Tekever à Marinha portuguesa. Na primeira demonstração pública do AR4 Light Ray, contudo, nada saiu bem e a pequena aeronave caiu de nariz na água logo após ser lançada.

Foi erro humano, justificou a Marinha, provocado por um fuzileiro menos prudente que não evitou que o elevador de descolagem do drone batesse no seu corpo, o que desequilibrou a aeronave e a fez ir ao fundo.

Assim parece ter sido. É que à segunda tentativa tudo correu como previsto e um segundo vídeo entretanto partilhado pela Tekever na sua página de Facebook mostra as imagens captadas pelo pequeno AR4 Light Ray em pleno voo, na sua curta missão de reconhecimento sobre o Alfeite.
Aguiar-Branco — acompanhado pelo chefe do Estado-Maior da Armada, Macieira Fragoso — terá gostado do que viu e previu mesmo que o aparelho "vai ser altamente eficaz nas missões que a Marinha tem de cumprir". Mas não passou ao lado do incidente: "Isto justifica que é sempre necessário investir muito no treino para que na hora certa as missões não falhem", observou o ministro.

O drone comandado remotamente — que poderá ser usado em missões de busca e salvamento, fiscalização das pescas e apoio ao combate à poluição e à segurança marítima — não tem custos para a Marinha e a sua cedência insere-se num plano de colaboração mais vasto que prevê o desenvolvimento de vários projectos de I&D entre as duas entidades. E nem sequer é a primeira parceria da empresa tecnológica portuguesa com autoridades de segurança nacionais. Em finais de 2013, a Tekever foi também notícia pela venda, por cerca de 200 mil euros, de dois destes drones à PSP. 

* Estamos desejosos que o governo imite o drone e faça "plof"



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