19/03/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

85% dos casais inférteis
 doa embriões para investigação

A maioria dos casais inférteis (85%) doa embriões para investigação, colocando Portugal como um dos países no mundo onde os casais se mostram mais disponíveis para doar embriões para investigação, conclui um estudo realizado por uma equipa de investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP). 
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O estudo observou que "a responsabilidade individual no contributo para o desenvolvimento científico e para a melhoria dos tratamentos de infertilidade" surgem como os principais motivos para a doação, seguidos "da vontade de ajudar os outros". 

Por outro lado, "a falta de informação acerca dos projetos que pretendem usar os embriões, a convicção de que o embrião é um filho e o facto de o embrião ser necessário para o próprio casal foram os principais argumentos apontados pelos participantes para não doar embriões para investigação". 


Os resultados demonstram também que mais de 75% dos participantes defenderam a extensão do limite máximo da criopreservação de embriões em Portugal. Os participantes que não tinham filhos e aqueles que realizaram pelo menos um tratamento referiram, mais frequentemente, um período máximo de criopreservação superior a 3 anos. 

A coordenadora do estudo, Susana Silva, defendeu que é necessário fazer alterações na lei, nomeadamente "na conceção e implementação de políticas de saúde centradas nos beneficiários das técnicas de procriação medicamente assistida, bem como sobre os objetivos dos projetos de investigação com embriões".

O estudo incluiu um inquérito com 313 mulheres e 221 homens, envolvidos em tratamentos de fertilidade, e entrevistas a 34 destes casais.
Na apresentação das conclusões do estudo, responsáveis do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida defenderam a apresentação e discussão desta investigação na Comissão Parlamentar da Saúde.

Eurico Reis, presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), revelou que em 2012 havia 16 358 embriões criopreservados, dos quais cerca 25% estariam disponíveis para uso em investigação científica. 

No entanto, admitiu que neste momento é "muito complicado" avançar com o financiamento de projetos de investigação ao abrigo do protocolo estabelecido entre o CNPMA e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), dados os constrangimentos políticos e económicos. Salientou, porém, que o CNPMA se encontra recetivo a propostas da comunidade científica.

* A maior parte dos ministros deste governo devia ter como exemplo a dignidade anónima destes casais, em vez  disso andam no baile mandado da troika.


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