13/09/2013

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HOJE NO

" JORNAL DE NEGÓCIOS"

Ban Ki-moon acusa Assad 
de ter “cometido vários crimes 
contra a humanidade”

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) assume que o relatório dos inspectores deverá confirmar o recurso a armas químicas e acusa o presidente sírio, Bashar al-Assad de ter “cometido vários crimes contra a humanidade”. Kerry fala em avanços na cimeira bilateral com a Rússia.
John Kerry, secretário de Estado norte-americano, mantém conversações com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, com a finalidade de recriar um acordo - “Genebra 2” - que terá como objectivo o enquadramento da Síria na Convenção de Genebra, que proíbe a proliferação e o recurso a armas químicas.

Se, por um lado, Kerry considera as conversações de “construtivas”, por outro, os Estados Unidos continuam sem afastar em definitivo uma eventual acção militar contra a Síria. Em entrevista a uma televisão síria, Assad mantém que qualquer acordo para o desmantelamento do arsenal químico de Damasco terá de passar pela garantia de que os Estados Unidos não intervêm militarmente na Síria. Washington considera que tal hipótese está em suspenso e dependerá do sucesso das negociações em curso.

Nesta altura, em que as posições internacionais se aproximam numa convergência improvável há uma semana atrás, a acusação de Ban Ki-moon não deixa de ser inesperada. O secretário-geral da ONU acusa o regime de Assad da prática continuada de crimes contra a humanidade e revela que o relatório dos inspectores das Nações Unidas “deverá confirmar a utilização de armas químicas”, nos ataques de 21 de Agosto, sem adiantar, porém, sobre quem poderá recair a responsabilidade dos referidos ataques.

A posição de Ban Ki-moon é tanto mais surpreendente depois de esta sexta-feira Vladimir Putin, presidente russo, se ter encontrado com o novo presidente do Irão, Hassan Rouhani, e sublinhar a “importância dos passos dados para a resolução do conflito sírio”. Rouhani, por seu lado, felicitou a Rússia pela “iniciativa sobre a Síria e os passos dados pelo governo sírio que dão esperança de que podemos evitar uma nova guerra na região”.

A demonstração que o conflito sírio não é um simples jogo de soma zero está nas restantes notícias que marcam o dia. O “Wall Street Journal” cita oficiais norte-americanos que garantem “saber hoje menos sobre a localização das armas químicas do que há seis meses”. De acordo com esta notícia, o regime de Damasco tem procedido à deslocação das suas armas químicas para vários pontos diferentes, por forma a dificultar a localização das mesmas.

De acordo com a “BBC”, a Al-Qaeda, pela voz do seu líder, al-Zawahiri, insta os seus elementos ou admiradores, denominados “lobos-solitários”, a atacar os Estados Unidos. Zawahiri acredita que mesmo pequenos e localizados ataques em solo americano poderão desestabilizar Washington e a sua moral. Aqueles que se opõem a Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e à sua intenção de intervir militarmente na Síria, acusavam-no de com essa medida vir a beneficiar terroristas como a Al-Qaeda. Esta organização, que motivou a Guerra no Afeganistão, está directamente envolvida na guerra civil contra Assad.

Enquanto as posições internacionais se desmultiplicam em direcções nem sempre compreensíveis numa primeira análise, os combates na Síria prosseguem. O “Guardian” avança que novas investigações levadas a cabo pelas Nações Unidas concluíram que as forças de Assad têm bombardeado hospitais nas áreas controladas pelos rebeldes para evitar que os doentes e feridos recebam tratamentos.

* Assad um assassino.

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