16/09/2013

 
HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"

Custo do trabalho no sector privado 
caiu 6,9% desde 2008

Desde 2008, o custo total por hora trabalhada calculado na óptica do empregador subiu 9,5% na Zona Euro. Em Portugal caiu 6,9% e na Grécia desceu mais de 21%.
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Os custos do trabalho em Portugal subiram no segundo trimestre deste ano, o que não acontecia desde o último trimestre de 2010, enquanto no conjunto da Zona Euro o seu aumento prosseguiu, mas a menor ritmo.

De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 16 de Setembro, pelo Eurostat, o custo total por hora trabalhada subiu em termos homólogos 0,3%, registando a primeira variação positiva em dois anos e meio. Esta evolução foi justificada por uma subida dos custos não-salariais (possivelmente relacionada com o pagamento de subsídios em regime de duodécimos e prémios de fim do ano e distribuição de lucros), já que os salários voltaram a recuar (-0,1%), ainda que muito menos do que nos períodos precedentes.

Este movimento em Portugal foi acompanhado de uma desaceleração do crescimento homólogo do custo por hora trabalhada na média dos países da Zona Euro, cuja taxa de variação passou, entre o primeiro e o segundo trimestres, de 1,7% para 0,9%.

Assumindo 2008 como ano de base (ou de referência), o custo total por hora trabalhada caiu em Portugal 6,9%, tendo na Grécia recuado desde então 21,2%. O Eurostat, que reviu os seus números, não apresenta dados para a Irlanda. No conjunto da Zona Euro, o custo médio do trabalho subiu 9,5%. Os crescimentos mais expressivos observaram-se na Bulgária (41,6%) e Roménia (30,2%), países onde o valor absoluto do custo por hora trabalha permanece dos mais baixo, em torno de quatro euros, o que compara, por exemplo, com 12 euros em Portugal e 28 na média na Zona Euro (segundo dados do Eurostat relativos a 2012).

Este indicador, muito usado para aferir a evolução da competitividade relativa das economias, mede os custos do trabalho na óptica da entidade empregadora, pelo que cobre os salários (que, no caso português explicam quase 80% do custo total suportado pela entidade patronal) e os custos não salariais, como as contribuições sociais a cargo do empregador. Os dados divulgados pelo Eurostat excluem o sector agrícola e as administrações públicas.

* Se o Eurostat levasse em linha de conta o sector agrícola e as administrações públicas a queda de 6,9%  teria o valor de 8,5% no mínimo.

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