01/07/2013

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Apple em risco de acabar 
como a Nokia e a BlackBerry

Enquanto o CEO Tim Cook continua a dizer que a Apple ainda é a empresa que “muda o jogo”, os analistas desconfiam que a maçã perdeu o vigor. O iPhone perdeu 11% de quota de mercado na Europa Ocidental no primeiro trimestre de 2013, segundo a IDC, enquanto a Samsung subiu 31%.
Até a Sony e a LG melhoraram significativamente as suas posições, com crescimentos acima dos 100%. Todos estão a ganhar terreno à Apple. Mesmo continuando a aumentar as vendas do iPhone, a verdade é que não consegue manter a quota de mercado. E se os rumores em torno do iPhone 5S forem verdadeiros, e não houver grandes mudanças ao nível do hardware, a Apple vai enfrentar um inverno difícil. 

"“Neste momento, a Apple só tem duas estratégias: ou revoluciona o mercado com um produto completamente diferente, ou alarga o portafólio”, afirma ao Dinheiro Vivo o diretor europeu de pesquisa da consultora IDC, Francisco Jerónimo.
“Está claro que não vão continuar a crescer com a mesma estratégia de renovar um produto todos os anos. O rumor é que o próximo hardware será semelhante, e isso não vai resultar”, considera.
“A Apple vai ter de expandir o portefólio. Acredito que este ano vai lançar dois telefones, um a um preço mais baixo e outro com ecrã maior. O de preço mais baixo até é dispensável, basta que reduzam o dos anteriores, mas também pode optar por um telefone com especificações técnicas reduzidas”, indica o especialista.  

A multinacional apresentou no início de junho uma versão preliminar do novo iOS 7, o sistema operativo que irá ser lançado com os novos produtos entre setembro e outubro. Embora seja uma revolução no design e interface do iPhone, os analistas consideram que o problema está no hardware e nas tendências dos mercados, em especial nos países emergentes.
“Está claro que os utilizadores querem ecrãs maiores, e a Samsung provou isso. Demonstrou que consegue inovar com novos conceitos e os consumidores, principalmente os que já estão na segunda  ou terceira geração de smarphone querem coisas diferentes, mais inovadoras”, explica Francisco Jerónimo. A guerra pelos ecrãs gigantes está ao rubro, com a Samsung, Sony e Huawei a lançarem smartphones com ecrãs acima das 6 polegadas – apenas um pouco mais pequenos que um tablet normal. 

“É por isso que a Samsung tem crescido e vendeu quase o dobro da Apple no trimestre passado. Tem lançado conceitos inovadores e arriscado. O Galaxy Note foi um risco”, acrescenta o analista da IDC.
Uma das diferenças da fabricante sul-coreana, que na semana passada lançou três novos smartphones Galaxy S4, é que facilmente cancela um produto se este não resultar, “coisa que outros fabricantes não têm a possibilidade nem flexibilidade para fazer” e que seria considerado um escândalo no caso da Apple.
O comportamento das ações da marca em bolsa espelham a desconfiança do mercado. Depois de ter atingido os 700 dólares em setembro de 2012, os títulos da Apple estão a cotar pouco acima dos 400 dólares. Nada do que tem surgido nos bastidores, desde o relógio inteligente a uma nova Apple TV, entusiasmou os investidores. 

“O que aconteceu â BlackBerry e à Nokia pode acontecer à Apple. Estamos a ver os primeiros sinais de que está a ficar refém da sua dimensão e vai ter de ser mais veloz a inovar”, alerta Francisco Jerónimo.
“A Apple continua a ter a sua base de fãs, porque continua a ter a melhor experiência nos produtos, mas não será suficiente. Metade do mercado mundial ainda está nos telemóveis básicos, e é aí que eles não estão a conseguir ir.” A gama anterior de iPhones, que ficam mais baratos quando aparece um novo, até está a atrair os consumidores das regiões onde o preço é importante. “Mas com os novos não consegue fazer isso”, frisa. 

“O mais importante é um ecrã maior. É muito evidente que os utilizadores não usam os smartphones só para aplicações, querem vídeo, televisão e navegar num ecrã maior.” 

* Gigantes com pés de barro.

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