05/06/2013

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 Responsável da OCDE alerta para risco de corrupção nas empresas devido a crise

O diretor de Assuntos Jurídicos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou hoje que a difícil situação económica de Portugal e outros países europeus pode aumentar a suscetibilidade das empresas à corrupção.


"A crise aumenta a pressão nas empresas, nos governos, e isto numa altura em que, particularmente na Europa, o objetivo passa pela criação de emprego, emprego e mais emprego", afirmou à agência Lusa Nicola Bonucci, para quem o combate ativo à corrupção ganha ainda mais importância no atual contexto de crise económica.
De acordo com o responsável da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a "pressão de ter de criar e garantir postos de trabalho" pode levar a "um aumento dos casos de corrupção em Portugal ou em qualquer outro país da Europa", já que torna as empresas nacionais mais suscetíveis de recorrerem a este tipo de práticas ilícitas.

O responsável da OCDE falava à margem do encontro anual da região Europa-Ásia Central da Transparency International, que até sexta-feira junta em Lisboa cerca de 150 ativistas e especialistas de 46 países que vão discutir o impacto da corrupção na crise europeia e a importância do trabalho da sociedade civil na resposta a este flagelo global.

Trata-se do "maior encontro de organizações não-governamentais contra a corrupção alguma vez realizado em Portugal", segundo refere em comunicado a TIAC - Transparência e Integridade, Associação Cívica, representante portuguesa da rede global anti-corrupção Transparency International e responsável pela organização do encontro de Lisboa.

"O problema é que quando se começa a subornar, e a experiencia assim o tem demonstrado, esse fenómeno torna-se quase impossível de controlar", afirmou Nicola Bonucci, a quem coube a abertura do painel" Responding to the Crisis: An Opportunity for Transparency & Corporate Compliance".
É por isso que o diretor de Assuntos Jurídicos da OCDE instou as empresas portuguesas a resistirem a essa "tentação" e lembrou que apesar das grandes dificuldades que possam enfentar, a "corrupção nunca é uma boa decisão empresarial".

Nicola Bonucci salientou a importância de as empresas portuguesas e europeias adotarem medidas de prevenção e combate à corrupção de forma a abrir caminho a um ambiente empresarial livre desse flagelo.
Para alcançar esses objetivo, o responsável disse também ser fundamental reforçar os controlos e mecanismos de transparência corporativa a nível mundial.

O presidente da TIAC, Luís de Sousa, destacou, por sua vez, a importância da reunião que decorre em Lisboa, especialmente numa altura em que a crise europeia tem provocado, não só em Portugal como em toda a Europa, uma "perda generalizada da confiança nos sistemas político e económico".
"A aliança entre austeridade e corrupção é mortífera para a democracia", apontou o responsável português, salientando que a resposta à crise tem de ser feita "com transparência, integridade e responsabilização dos agentes políticos e económicos".

* Portugal não corre "risco" nenhum de corrupção, a corrupção em Portugal é uma certeza, um modo de vida!

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