16/05/2013

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 HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

 Faz amanhã dois anos que Portugal 
pediu ajuda externa 

O PSD assinalou hoje no parlamento, perante críticas da oposição, o facto de esta sexta-feira se completarem dois anos desde a aprovação da ajuda externa a Portugal, defendendo que o atual Governo recuperou a credibilidade do país. 

A posição do PSD foi defendida pelo deputado Duarte Pacheco, através de uma declaração política, acompanhada pela exibição nos ecrãs do hemiciclo de uma série capas de jornais, a maioria do tempo do pedido de ajuda externa e duas com notícias da emissão de dívida a cinco anos realizada em janeiro deste ano. PS, PCP e BE contestaram os progressos que o PSD reclamou terem sido conseguidos desde 2011, criticando a atuação do executivo e considerando que nada há para festejar. 

O outro partido da coligação no poder, o CDS-PP, não interveio neste debate. Duarte Pacheco começou a sua declaração afirmando que na sexta-feira, 17 de maio, se completam "dois anos sob o momento em que foi aprovada pelas instâncias internacionais a ajuda externa a Portugal" e terminou-a com um apelo à "determinação no rumo traçado" pelo Governo PSD/CDS-PP. "Não podemos mostrar hesitação no caminho a desenvolver. 

Neste momento, qualquer erro pode colocar tudo a perder. Seria o regresso das taxas de juro, o voltar das dificuldades de financiamento para o Estado, para as instituições financeiras, para as empresas. O sentido de responsabilidade deve estar bem presente em todos os agentes políticos e sociais. O futuro pode ser ganho, mas todos temos de dar o nosso contributo", disse. 

Antes, o social-democrata responsabilizou a anterior governação do PS: "Os portugueses compreenderam definitivamente que não há almoços grátis e que a fatura dos anos de irresponsabilidade e de festa estava a chegar", considerou. Duarte Pacheco alegou que a assinatura - pelo PS, então no Governo, pelo PSD e pelo CDS-PP - do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, acordado com o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia "foi o culminar de meses de incerteza, com emissões de dívida e juros recorde, com sucessivas notícias de rutura nos pagamentos do Estado". 

 Segundo o social-democrata, nos últimos dois anos, com o PSD e o CDS-PP a governar realizaram-se reformas, houve uma correção das contas públicas, e "foi possível recuperar a credibilidade perdida, a confiança dos mercados financeiros", embora com "muitos sacrifícios". Duarte Pacheco sustentou que, em consequência dessa "credibilidade", as taxas de juro da dívida portuguesa desceram, assim como os juros do financiamento da 'troika', e Portugal conseguiu mais tempo para o reembolso dos empréstimos e para a redução do défice. 

 O deputado socialista João Galamba reagiu à associação entre a governação do PS e o pedido de ajuda externa, afirmando que "foi o PSD que durante meses salivou pela chegada da 'troika'" e se identificou com "o programa da 'troika'". João Galamba contestou também que o Governo PSD/CDS-PP tenha contribuído para a descida dos juros da dívida portuguesa, explicando-a com mudanças na atuação do Banco Central Europeu. Cecília Honório, do BE, assinalou a ausência de capas dos jornais sobre as promessas feitas pelo PSD na campanha eleitoral de 2011 e perguntou: "Afinal o que é que os senhores querem comemorar?".

 Por sua vez, o deputado do PCP Honório Novo recomendou: "Faça o favor de acompanhar com a marcha fúnebre esta celebração". Honório Novo observou ainda que agora todas as intervenções da maioria PSD/CDS-PP "provocam o riso", numa alusão à ação de protesto realizada na quarta-feira contra o ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, que interrompeu um discurso seu com gargalhadas. Duarte Pacheco lamentou esta observação, retorquindo que, por respeito pessoal e político, não se ri daquilo que Honório Novo diz, por mais que discorde dele.

* Faz amanhã dois anos que Portugal se pôs de gatas!

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