16/04/2013

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HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Zero Desperdício recuperou 
mais de 338 mil refeições

O movimento Zero Desperdício, criado há um ano, recuperou mais de 388 mil refeições que tinham como destino o lixo, distribuindo-as por mais de 3.000 famílias carenciadas de Lisboa, Loures, Cascais e Sintra, segundo o mentor do projeto. 

O projeto nasceu a 16 de abril para lutar contra o desperdício, através do aproveitamento de milhares de refeições em "perfeitas condições que eram deitadas ao lixo" por restaurantes, empresas e instituições devido a uma má interpretação da lei, disse à Lusa o presidente da associação Dariacordar.
"Ao fim de um ano, conseguimos testar o projeto e obter resultados concretos nos quatro municípios" que aderiram ao movimento, sendo o passo seguinte replicá-lo por todo o país, adiantou António Costa Pereira.

O movimento conta já com cerca de 90 "parceiros doadores", entre os quais supermercados, hotéis, hospitais, escolas, refeitórios de empresas, a Assembleia da República e o Banco de Portugal.

Estas entidades doam as refeições, que nunca foram servidas, nem estiveram em contacto com o público, a cerca de 40 instituições dos quatro municípios, que depois as distribuem pelas famílias que sinalizaram. 


A ideia nasceu quando António Costa Pereira foi contactado para ajudar uma instituição: "Comecei a pensar a forma de o fazer sem ser o trivial, como dar dinheiro ou roupa, e lembrei-me de ir buscar refeições a refeitórios e restaurantes".
Contactou o refeitório de "uma grande empresa" para saber se tinha excedentes alimentares e a resposta foi que, "por vezes, tinham mais de 100 refeições por dia que não saíam da cozinha".
"Falei com empresas de catering, com restaurantes e apercebi-me de que dezenas de milhares de refeições eram deitadas diariamente para o lixo devido à interpretação que se fazia da lei", sustentou.
Inconformado com esta situação, iniciou uma "fase de alerta", escrevendo para "quem podia alterar a situação", Presidente da República, Governo, deputados, mas "as respostas foram inconsequentes".
Decidiu então lançar uma petição online, chamada Desperdício Alimentar, a pedir que a lei "fosse alterada ou adaptada" para permitir "a recuperação e o encaminhamento das refeições" para quem precisa a "custo zero".
Contudo, numa reunião com a ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica concluiu que "a lei estava a ser mal interpretada" e que, se fossem cumpridas "todas as regras e boas práticas em segurança alimentar", poderia ser desenvolvido um projeto para evitar "o imenso desperdício de refeições confecionadas no dia".
Foi assim que nasceu, em janeiro de 2011, a associação sem fins lucrativos Dariacordar, que deu origem ao movimento.

Durante alguns meses, a associação, a ASAE e uma empresa de segurança alimentar trabalharam em conjunto, criando "checklists" de boas práticas que serviram para orientar a recuperação de refeições.
"Felizmente, com o sucesso deste projeto, a Dariacordar já começa a ser contactada por quem se quer juntar a ajudar neste projeto, o que é um bom progresso", sublinhou.
"A ideia é que o combate ao desperdício faça parte do ADN de cada um de nós", rematou. 

* Os mentores deste projecto deviam ser condecorados no próximo 10 de Junho, são verdadeiros heróis, fazem com sucesso o que o governo é incapaz, poupar e gerar riqueza.

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