09/03/2013

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HOJE NO
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Kim Jong-un diz aos militares que se preparem para “guerra total”

A Coreia do Norte ameaçou ontem desencadear um ataque nuclear preventivo contra a América se as Nações Unidas impuserem sanções ao país.
A televisão estatal transmitiu imagens da histeria colectiva à chegada do dirigente comunista, Kim Jong-un, a uma ilha fronteiriça com a Coreia do Sul. Kim Jong-un dirigiu-se às tropas em frente à ilha de Yeonpyeong, que a artilharia da Coreia do Norte bombardeou em 2010, matando quatro pessoas e ferindo 19.
Kim Jong-un disse aos soldados na fronteira que se preparem para uma guerra total e para “aniquilarem o inimigo”, numa altura em que a tensão na península entra numa verdadeira espiral.
Kim Jong-un instruiu as suas tropas para serem os “primeiros a disparar” se a tensão com a Coreia do Sul aumentar.
“Enquanto os Estados Unidos estiverem dispostos a desencadear uma guerra nuclear, as nossas forças exercerão o direito a um ataque nuclear preventivo”, afirmava, em comunicado, na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Pyongyang.
A ameaça surgiu no mesmo dia em que as Nações Unidas apoiaram uma resolução que aprova novas sanções contra a Coreia do Norte.
A resolução da ONU condena o último teste nuclear norte-coreano, “nos termos mais firmes possível”, e adverte contra novas ameaças e provocações. O regime norte-coreano, aparentando ter entrado em paranóia, desafiou tanto os Estados Unidos como a China, o seu único aliado tradicional.
Os dirigentes comunistas ficaram aparentemente furiosos com as novas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em retaliação, Pyongyang anunciou que vai considerar nulo o armistício que tem mantido a paz na península desde o fim da guerra da Coreia, em 1953.
Filmado a olhar de binóculos para o Sul, de um torreão militar, Kim Jong-un falou com os jornalistas e os soldados anunciando que tinha rasgado os pactos de não-agressão com a Coreia do Sul.
O ditador norte-coreano acrescentou que a linha vermelha, que liga o Norte e o Sul, seria também cortada.
Washington criticou a “retórica extrema”, sublinhando que não ser inédita a utilização dessa linguagem por Pyongyang.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse ontem numa conferência de imprensa que a “China e a Coreia do Norte tinham relações normais”. Ao mesmo tempo, Pequim declarou opor-se aos testes nucleares conduzidos pela Coreia do Norte.
“A China pede às partes relevantes que se acalmem, exerçam a moderação e evitem tomar quaisquer acções que provoquem a escalada” do conflito.
O professor Toshimitsu Shigemura, da Universidade Waseda de Tóquio e especialista em questões da Coreia do Norte, considera que Kim está mais interessado em assustar os inimigos que em começar uma guerra. “Na verdade, disse ao jornal ‘Telegraph’, o Norte não tem capacidade para começar uma guerra porque só dispõe de cerca de 400 mil toneladas de petróleo para os seus militares, o que significa que não podem lutar.”
Shigemura acredita que a demonstração de força se faça na forma de novo teste nuclear, como Pyongyang já ameaçou.

* Um povo governado, escravizado e torturado por um bando de criminosos

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