01/03/2013

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HOJE NO

"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Condenações duplicam em 10 anos

O processo Casa Pia teve o condão de acordar a sociedade portuguesa para o problema dos abusos sexuais de menores. Denúncias e condenações dispararam e instituições tiveram de se preparar para a nova realidade. 

Os números são expressivos: as condenações por abuso sexual de crianças aumentaram mais de 90% na última década em Portugal, uma situação que reflete a evolução social e institucional na nossa sociedade. A crise e a crescente utilização da Internet são fatores de risco que podem provocar o crescimento deste fenómeno nos próximos anos.

Em 2002, ano em que rebentou o escândalo Casa Pia, foram condenadas 116 pessoas por abuso sexual de menores. Dez anos depois, os dados do Ministério da Justiça denunciam uma subida de 93%, chegando-se aos 224 condenados. "Os números espelham todas as mudanças que houve na última década do ponto de vista social e institucional", defende Cristina Soeiro, psicóloga da Polícia Judiciária (PJ), uma tendência em linha com a forma como também se passou a ver a violência na família. "Deixámos de ver as mulheres e as crianças como propriedade dos próprios companheiros e maridos e passámos a ver esta realidade como situações erradas que põem em causa o direito da pessoa, da criança."

A psicóloga, uma das primeiras a entrar na PJ no início da década de 90, aponta como um dos aspetos positivos do processo Casa Pia "o facto de se debater muito este tipo de problema e de uma forma muito mais aberta na nossa sociedade". Frederico Moyano Marques, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), também reconhece que o processo "trouxe para as luzes da ribalta este problema, que era muito escondido na nossa sociedade".
O BEM DOS MIÚDOS

Ao aumento de condenações corresponde uma subida de quase 60% dos crimes registados pelas autoridades policiais, uma situação que a Judiciária acompanha de perto, dando especial atenção à formação dos inspetores que trabalham nos crimes sexuais.

* Só que no processo Casa Pia há pedófilos que escaparam à justiça.

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