19/03/2013

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Teresa Morais desafia mulheres a penalizarem empresas onde haja desigualdade de género 

 A secretária de Estado da Igualdade desafiou hoje as portuguesas a usarem o poder que têm na compra de bens e serviços para penalizar as empresas privadas onde persiste a desigualdade entre homens e mulheres.

Na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, no Parlamento, Teresa Morais deu conta do trabalho feito no último ano e apontou que, em matéria de igualdade de género, Portugal só não está pior por causa das empresas públicas ou do setor empresarial do Estado.
A secretária de Estado adiantou que em 2012, 37,4% dos gestores públicos nomeados pelo Estado eram mulheres e acusou o setor privado de continuar "indiferente" em relação à situação das mulheres.
Teresa Morais disse que, ao contrário do que acontece noutros indicadores, Portugal tem das piores posições em matéria de presença de mulheres nos conselhos de administração das empresas do setor privado entre os países da União Europeia.

"Perante esta resistência do setor privado, designadamente das 18 maiores empresas portuguesas, em reconhecerem o desequilíbrio e a injustiça que a sua situação representa, para as mulheres, que são hoje a maioria da população com qualificação superior em Portugal, diria que as próprias mulheres devem também assumir o poder que têm", disse.

Dado que as mulheres são responsáveis por 80% das decisões de compra de bens e serviços, Teresa Morais defende que "devem usar esse poder para sinalizarem nestas empresas a sua rejeição, pelas práticas empresariais que ignoram as suas qualificações académicas".
Em relação ao programa Estímulo 2012, um apoio financeiro do Estado dado às empresas que contratem desempregados, Teresa Morais destacou que foram criados 9.672 postos de trabalho, em que 64% eram postos de trabalho atribuídos a mulheres.

Explicou que a medida Estímulo inclui um benefício ao empregador que contrate um desempregado e esse estímulo é, na sua base, de 50% da remuneração, havendo uma majoração prevista para as pessoas em maior vulnerabilidade.
Nesse sentido, revelou que houve 6.978 postos de trabalho majorados, entre eles 911 dados a mulheres com baixas qualificações.
Quanto à violência doméstica, a secretária de Estado apontou que no último ano foram criados três apoios distintos para as vítimas, nomeadamente o reforço financeiro dos núcleos de apoio à vítima (250 mil euros), vagas de acolhimento de emergência na rede de casas abrigo (307 mil euros) e um fundo de apoio à autonomização das vítimas de violência doméstica à saída das casas abrigo (530 mil euros), no valor total de mais de um milhão de euros.

Revelou que o projeto de teleassistência está novamente a ser alargado, agora para 150 aparelhos e garantiu que serão mantidas as ações de formação para magistrados.
No dia 16 deste mês havia 117 pessoas com pulseira eletrónica, entre condenados e em prisão preventiva, um número que, segundo Teresa Morais, mais do que duplicou no último ano.
Teresa Morais disse também que pretende reforçar a formação das forças de segurança e dos magistrados e anunciou que será feita uma campanha contra a violência contra as pessoas LGBT (Lésbicas, Gay, Bissexuais e Transgénero).

* Esta senhora tem mais coragem que o resto do governo, até parece que está lá por engano.

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