15/02/2013

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HOJE NO
"RECORD"

Mário Santos defende prémio "por inteiro" 

A Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) entende que "a lei é clara" e que Emanuel Silva e Fernando Pimenta devem "receber cada um por inteiro" os 22.500 euros correspondentes à medalha de prata nos Jogos Londres'2012.

 "No entender da FPC é claro que a canoagem é uma modalidade individual. E se duvidas houvessem, esclarecidas foram no novo regime, na nova lei, no qual foi definido por despacho em 2009 (n.º3203) as modalidades desportivas coletivas e as individuais. A portaria n.º 211/98 define os prémios e é claro o valor (4.500 contos, no caso 22.500 euros) para as modalidades individuais", justifica Mário Santos.

O presidente da FPC já pediu ao IPDJ "esclarecimentos" sobre a divisão do prémio pelos atletas, uma situação que só entende possível "por questões financeiras ou pelo desenvolvimento da canoagem que, à data, não era considerada com potencial para conseguir estes resultados".

"O que há a fazer é alterar a lei ou clarificá-la. Mas neste momento não há duvidas de que a canoagem é modalidade individual e estes atletas têm esse direito (22.500 euros cada um)", vincou, referindo-se ao êxito da canoagem em K2 1.000.

O dirigente, que foi também Chefe de Missão de Portugal em Londres'2012, manifestou a sua discórdia pela interpretação do IPDJ, mas revelou-se convicto de que todos serão em breve "esclarecidos". "Já foi requerido esse esclarecimento e com certeza que, atento à boa relação existente entre as instituições, encontraremos um entendimento comum. Caso assim não seja, defenderemos a nossa forma de interpretar a lei que, repito, é clara", reforçou.

Mário Santos disse que teve a oportunidade de falar com Emanuel Silva e que o canoísta do Sporting se sente "frustrado", lembrando as "muitas horas de dedicação, muitos sacrifícios diários durante anos".

"Infelizmente a canoagem é um desporto que não tem grande retorno financeiro e é normal que tenham expetativas que com uma medalha olímpica possam ver recompensado em parte todo esse esforço que fazem diariamente anos e anos para que num dia especial possam superar-se e dar uma alegria como aquela que ambos deram a Portugal", frisou.

O dirigente teme que esta "injustiça" possa acabar com o interesse dos canoístas em integrar tripulações, uma das principais forças deste desporto, e que têm sido pioneiras nos desempenhos de relevo que a canoagem tem conseguido internacionalmente.

"O nosso relacionamento com o IPDJ é cordial. Vamos ver a resposta e a última palavra cabe sempre aos atletas. Todos estes prémios destinam-se aos atletas, treinadores e clubes. A federação, como seu representante, está aqui para defender os seus interesses de forma dialogante com um parceiro fundamental para o desenvolvimento da modalidade e obtenção dos resultados que desejamos", disse.

A concluir, Mário Santos espera que não sejam alteradas "as expectativas de quem se dedica a 100 por cento ao desporto, sem grandes benefícios económicos, mas com grande sacrifício da vida profissional".

* Os atletas estão quase a ser vítimas duma sacanagem.
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