27/01/2013

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ESTA SEMANA NO
"VIDA ECONÓMICA"

Clientes atrasam o mais possível as reparações

Joaquim Rocha admite que no meio da crise ainda há aspetos positivos, como é o facto de os clientes pagarem atempadamente

As oficinas de reparação automóvel atravessam um momento de extremas dificuldades. Tendo em conta a situação de crise, o consumidor atrasa o mais possível a reparação do seu automóvel e os reparadores têm de adequar cada vez mais o preço à falta de poder de compra. “A crise tem um enorme impacto neste setor de atividade, com as margens em quebra continuada”, referiu à “Vida Económica” Joaquim Rocha, sócio-gerente da oficina de reparação automóvel Joaquim Alves da Rocha.

Este associado da ARAN admite que os problemas são comuns a outros setores de atividade, mas a crise acaba por se refletir de forma imediata, na medida em que as pessoas prorrogam as reparações dos seus veículos. Por outro lado, devido aos custos, tem-se notado uma quebra acentuada nos quilómetros percorridos, o que faz com que exista um menor número de automóveis a recorrer às oficinas. “O automóvel já não é propriamente um bem de primeira necessidade.”
Um outro problema que se coloca tem a ver com o facto de as companhias de seguros direcionarem os seus segurados para as oficinas que entendem, o que faz com que muitos clientes sejam “desviados” para outras empresas que não as por si desejadas. “A tudo isto há que acrescentar um regime fiscal extremamente pesado, o que retira competitividade e leva a que muitas oficinas não tenham condições para se manterem no mercado. Aliás, com o fecho de várias unidades tem-se notado um aumento da concorrência desleal, com antigos funcionários a abrirem oficinas de vão de escada, sem qualquer tipo de controlo.”

Perante este cenário, Joaquim Rocha assume que é preciso estar no mercado de uma forma diferenciadora. A política de preços tem de ser adequada à capacidade dos clientes, é fundamental cumprir prazos e desenvolver uma atividade de qualidade acrescida. Outro aspeto importante é que os orçamentos realizados sejam cumpridos. Também é essencial criar atrativos para captar clientes, não esquecendo a fidelização dos já existentes. Os custos de atividade têm de ser controlados o mais possível.

* Infelizmente não serão só as oficinas a fechar.

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