09/11/2012

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HOJE NO
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Governo reconhece que há mais
 .de dez mil crianças com fome nas escolas

Há 10 385 alunos com carências alimentares, revelou ontem o secretário de Estado Casanova no parlamento. Metade destas crianças toma o pequeno-almoço na escola

São até ao momento 10 385 os alunos que 253 agrupamentos de escolas públicas sinalizaram como crianças com carências alimentares. O número foi revelado ontem pelo secretário de Estado da Educação, João Casanova de Almeida, durante a audição da comissão parlamentar de orçamento, finanças e administração pública.

Metade destas crianças está a ser apoiada através do programa “Pequeno-Almoço na Escola”. Os 5547 alunos que tomam a primeira refeição do dia na cantina da escola correspondem, segundo a tutela, a 51% dos casos sinalizados pelos professores, mas Casanova de Almeida anunciou que também as famílias destas crianças serão apoiadas através do Banco Alimentar Contra a Fome.

Os números agora revelados surgem na sequência das confederações de associações de pais terem denunciado na véspera que o programa “Pequeno Almoço” – fornecido por empresas do sector alimentar e gerido pela tutela – não estaria a chegar a boa parte dos estabelecimentos de ensino.

Cortes na educação foi aliás o principal tema e ponto de discórdia entre os deputados da oposição e a equipa de Nuno Crato, com especial atenção ao ensino superior. 

A contestação dos reitores das universidades e presidentes dos politécnicos levou o ministro da Educação a assumir ontem no parlamento que vai trabalhar com o ministro das Finanças Vítor Gaspar no sentido de encontrar uma solução para os problemas que as reduções orçamentais vão provocar no ensino superior. Nuno Crato assegurou que ambos os ministérios estão a negociar numa alternativa e têm “abertura” para “reunir com os reitores e os presidentes dos politécnicos”, garantindo também que o Ministério da Educação está atento à crise no ensino superior: “sabemos as dificuldades que têm e queremos estar do lado da solução”.
A solução contudo poderá passar também por as instituições de ensino superior encontrarem o seu próprio caminho. Nuno Crato destacou o “exemplo” da Universidade de Lisboa e Universidade Técnica de Lisboa, que têm em curso um projecto de fusão que é mais que uma “junção” das duas instituições. O ministro defendeu por isso que a racionalização da rede deve significar, à semelhança daquele processo de fusão, uma “real cooperação” entre instituições e “coordenação de oferta de cursos”.

A cooperação, segundo Crato, deve também ser um modelo a seguir pelos politécnicos e escolas secundárias com ensino profissional. Dessa união entre o secundário e o superior iria resultar um ensino mais integrado, defendeu o ministro: “Um dos caminhos que temos indicado é coordenarem-se com o ensino profissional secundário. Têm instalações, professores e especialistas que as secundárias não têm e podem oferecer uma experiência avançada mais cedo que o habitual”. A proposta de Crato, no entanto, parece ser mais do que uma simples orientação. “É algo para pôr em prática já este ano”, avisou.
O ministro defendeu também que os números do orçamento para a educação garantem o “respeito pelos contribuintes e o cumprimento do programa do governo”, numa distribuição de recursos em que “cada euro aplicado é um euro bem gasto”.

* O país está todo mal, a educação também, respeitamos Nuno Crato como homem de ciência, na função de ministro tem sido mais do mesmo, sem ideias boas, exequíveis.

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