02/10/2012

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HOJE NO 
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Fazer pagamentos em Portugal 
custa mais de 1% do PIB 

O BCE comparou os custos decorrentes da utilização dos vários meios de pagamento e concluiu que são "substanciais": 130 mil milhões de euros no conjunto dos 27 países da UE. Retalhistas suportam 46% da factura. Portugal encaixa-se no grupo de países onde o custo é ligeiramente mais elevado do que a média: 1,1% do PIB, o que rondará 170 milhões de euros no caso português.

O Banco Central Europeu (BCE) fez um primeiro estudo comparativo dos custos totais (privados e sociais) da realização de pagamentos em 13 países europeus, entre os quais Portugal, e concluiu que representam um fardo “substancial”: 45 mil milhões de euros, ou quase 1% do seu PIB combinado. Quando extrapolado para cobrir os 27 Estados-Membros da União Europeia (UE), estes custos totalizam cerca de 130 mil milhões de euros. Cerca de metade destes custos totais são incorridos por bancos e fornecedores de infra-estruturas interbancárias, enquanto os retalhistas suportam 46% desses custos.

O relatório analisa os chamados custos privados e sociais. Os custos privados correspondem aos custos incorridos pelos participantes individuais na cadeia de pagamentos (transporte de valores, gestão de transacções electrónicas, fornecimento de terminais, prevenção de fraudes, por exemplo) e as taxas a pagar por outros participantes. Os custos sociais correspondem aos custos agregados para a sociedade em geral, excluindo taxas e tarifas a pagar pelos participantes na cadeia de pagamentos.

“O estudo conclui que os pagamentos em numerário representam cerca de metade dos custos totais. Na qualidade de instrumento de pagamento utilizado mais habitualmente, o numerário acarreta, em média, os menores custos sociais por transacção, de 0,42 euros, seguido de perto pelos cartões de débito com custos de 0,70 euros para a sociedade. Os cheques constituem a forma de pagamento mais cara, com custos unitários de 3,55 euros”.

Portugal, ao lado de Espanha e Reino Unido, por exemplo, figura no grupo de países onde os custos totais são um pouco mais elevados do que a média europeia (1,1% do PIB), o que pode ser explicado por se este o grupo onde há mais cartões (crédito/débito) per capita (1,8) e mais terminais ATM por milhão de habitantes (1.156).

* A comodidade do cartão quando bem utilzado tinha de ter um custo, mas os retalhistas são bem penalizados, sempre que puder pague em dinheiro.

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