31/10/2012

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BPN. Bloco denuncia ocultação de avaliações a estimar valor do banco em 110 milhões euros 

O Bloco de Esquerda diz que duas avaliações que estimaram o valor médio do Banco Português de Negócio (BPN) em 110 milhões de euros foram "ocultadas" à comissão parlamentar de inquérito e exige agora explicações ao primeiro-ministro.
Este dado sobre as avaliações do BPN foi transmitido aos jornalistas pelo deputado do Bloco de Esquerda João Semedo, em conferência de imprensa.
 Segundo João Semedo, as duas avaliações, da Deloitte e da Caixa Geral de Depósitos, foram feitas em julho de 2011, mês em que o Governo decidiu vender o BPN ao BIC (por 40 milhões de euros), mas apenas chegaram à comissão de inquérito parlamentar na passada sexta-feira.

João Semedo considerou depois estar perante um caso grave de "ocultação" de documentos e adiantou que irá pedir explicações ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no sentido de saber se o chefe do executivo conhecia ou não aquelas avaliações, designadamente quando em novembro de 2011 procurou desbloquear a venda do BPN aos angolanos do BIC por 40 milhões de euros.
O deputado do Bloco de Esquerda disse ainda que, durante a comissão de inquérito, a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, assim como os responsáveis do BPN e da Caixa Geral de Depósitos sempre negaram a existência de avaliações ao banco realizadas no período em que esteve em cima da mesa a venda direta.

Na conferência de imprensa, João Semedo distribuiu mesmo cópias de atas da comissão de inquérito em que Maria Luís Albuquerque e o ex-presidente do BPN Francisco Bandeira afirmam desconhecer essas duas avaliações.
Interrogado se a secretária de Estado poderá desconhecer essas duas avaliações, João Semedo deu a seguinte resposta: "Admito que possa desconhecer, mas é um desconhecimento grave".

BE entregou 40 propostas de alteração ao relatório final da comissão de inquérito

O Bloco de Esquerda anunciou hoje que irá fazer 40 propostas de alteração ao relatório final da comissão de inquérito ao BPN por considerar o relatório parcial e para incluir resultados das avaliações só enviados na semana passada.
"Vamos fazer 40 propostas de alteração ao relatório que nos foi proposto pelo deputado Duarte Pacheco, e basicamente as nossas propostas para além destas duas visam que o relatório final tenha equilíbrio e que seja tão crítico e severo para o Governo de José Sócrates como igualmente severo e critico para o atual governo que vendeu por 40 milhões um banco que valia 100 milhões de euros", afirmou o deputado João Semedo.

Numa conferência de imprensa no Parlamento, os bloquistas deram conta do seu desagrado em relação ao texto do relatório final proposta pelo relator (Duarte Pacheco do PSD), que consideram ser "um texto parcial" e insistem que no documento tem de ser reposto esse equilíbrio e ainda que seja incorporada informação nova constante das duas avaliações.

Em relação ao facto de só terem sido entregues no final da semana passada as duas avaliações que foram realizadas ao banco em julho de 2011, mês em que o BPN foi vendido ao BIC Angola, depois de sucessivas questões sobre a existência de avaliações mais recentes (últimas datavam de 2010 ainda no primeiro processo de venda durante o Governo de José Sócrates).
As avaliações, realizadas pela Caixa BI e pela Deloitte, indicam segundo o deputado um valor médio para o banco estimado na altura na ordem dos 100 milhões de euros.

* Roubo atrás de roubo...os pacíficos portugueses pagam.

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