02/10/2012

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Estaleiros de Viana 
Novo contrato implica dobro 
dos trabalhadores 

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) deverão precisar do dobro dos atuais 630 trabalhadores para cumprir, nos previstos 18 meses, a construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela por 128 milhões de euros. 

Depois de mais de um ano de impasse, fruto da falta de verbas para garantir a contratação dos equipamentos e matéria-prima, e em face dos apertados prazos que não tinham em conta a necessidade de contratação pública por parte da empresa, os estaleiros acertaram segunda-feira um novo contrato com a Venezuela.
 O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa, após uma maratona negocial com a PDVSA, empresa de petróleos da Venezuela, que durava já desde junho e depois de os ENVC terem esgotado três etapas da construção entrando em incumprimento contratual. "Antes deste acordo, a empresa estava em incumprimento e arriscava-se a ficar sem o negócio", explicou fonte do ministério, recordando que a empresa aplicou os 9 milhões de euros recebidos em 2011, da parte da PDVSA, para outras obrigações, nomeadamente pagamento de salários.

O anúncio do acordo deixou os trabalhadores satisfeitos, mas "esperando para ver" o avanço da construção. "Não queremos ser enganados como já o fomos há um ano, quando nos prometeram que as verbas para começar a construir seriam disponibilizadas", explicou ao DN o porta-voz da Comissão de Trabalhadores. 

 António Costa garante que a concretização deste negócio representará "mais do dobro" dos atuais postos de trabalho. "Entre empregos diretos e indiretos estamos a falar de mais de 1.000 pessoas na empresa, além dos 630 que temos", garante.

Em causa estão dois navios com 188 metros de comprimento destinados ao transporte de asfalto, um produto que a Venezuela exporta para todo o mundo., com oito tanques, cada um com 23 mil metros cúbicos de capacidade. "São navios algo complexos, de casco duplo e cujos tanques terão de suportar altas temperaturas. Mas estão ao nível dos navios químicos ou frigoríficos que já foram feitos na empresa", acrescentou fonte dos estaleiros. Uma das características destes navios é a necessidade de dilatação dos tanques, por o asfalto ser transportado a mais de 200º centígrados.

Esta é já a segunda revisão ao contrato, depois das alterações dos prazos de entrega negociadas no início deste ano, para março de 2014, ou seja um ano de atraso face ao primeiro acordo, celebrado em 2010, com a presença de Hugo Chávez em Viana. Segundo fonte do ministério, o início da construção está dependente do lançamento dos procedimentos concursais para aquisição de material, assim como a conclusão do processo de reprivatização em curso. 

* Se este projecto fôr adiante Aguiar Branco está de parabéns. Mas há cautelas a ter, Chavez deverá perder, felizmente, as próximas eleições não se sabendo se o futuro governo ratificará o contrato, deseja-se que sim.

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