10/10/2012

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Surgem dez novos casos 
de cancro do pulmão por dia 

 Cerca de 3.600 novos doentes com cancro do pulmão são diagnosticados anualmente em Portugal, ou seja 10 casos por dia, 85% dos quais não sobrevivem ao fim de cinco anos, disse esta quarta-feira à agência Lusa Fernando Barata, presidente do Grupo de Estudo do Cancro do Pulmão. 

"A taxa de sobrevivência de todos os doentes não ultrapassa os 15%, o que quer dizer que, em cada 100, só 15 estão vivos ao fim de cinco anos", frisou, a propósito do 5.º Congresso Português do Cancro do Pulmão, que decorre de quinta-feira a sábado em Albufeira, Algarve.
Como causas da taxa de mortalidade da doença, o pneumologista apontou a manifestação tardia dos sintomas, o que ocorre em mais de 60% dos casos.
"Na maioria das vezes, quando há sinais e sintomas, a situação já está muito avançada, numa fase disseminada da doença", referiu, observando que essa disseminação se materializa em vários tipos de intrusão, como gânglios e metástases, que surgem numa fase já tardia para a cura.
Actualmente, o cancro do pulmão é a primeira causa de morte oncológica em Portugal, embora seja o quarto tipo de cancro mais frequente, depois dos cancros da mama, próstata e cólon.
Cerca de 80% dos cancros do pulmão são atribuídos ao consumo de tabaco e a maioria dos novos casos continua a registar-se em homens, porque há mais fumadores entre a população masculina, afirmou Fernando Barata. 
Ressalvou que se regista uma estabilização do número de homens afectados e um lento crescimento de casos entre as mulheres.
Apesar da alta taxa de 10 novos casos por dia, o especialista sublinhou que essa taxa tem vindo a estabilizar, o que atribui à diminuição do número de fumadores, devido às políticas antitabágicas em curso desde há alguns anos.
Sobre a eficácia na prevenção da doença do abandono do tabaco por actuais fumadores, o especialista sublinhou que, desse ponto de vista, "vale sempre a pena deixar de fumar", pois os factores de risco diminuem drasticamente.
"Quantos mais anos se tem de ex-fumador, melhor, em termos de não ser diagnosticado o cancro do pulmão. Enquanto quem fuma um maço por dia tem um risco 10 vezes maior de contrair a doença do que um não fumador, num indivíduo que deixou de fumar há cinco anos esse risco diminui drasticamente, passando de um factor de risco 10 para um factor de risco de dois ou três", exemplificou.
Por outro lado, o clínico alertou que "não há meio termo" entre fumadores e não fumadores, pelo que não é substancial a diferença no risco entre quem fuma muito e quem fuma menos cigarros por dia.

"Entre 10 e 20 cigarros por dia, a diferença é praticamente nula", enunciou, observando contudo que, nos casos de agressão tabágica grave, com vários maços por dia, o risco aumenta significativamente.
‘Ganhos de Saúde em Oncologia’, ‘Prevenção e Rastreio no Cancro do Pulmão’ e ‘Avanços no Cancro do Pulmão em 2011 – Cirurgia e Radioterapia’ são alguns dos temas que vão estar em discussão no 5.º Congresso Português do Cancro do Pulmão.


* Só um ignorante compra uma embalagem que avisa ser o conteúdo,  um produto mortífero.


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2 comentários:

Anónimo disse...

Bem, poderá não comprar se acreditar. Há outras alternativas. Pode muito bem dizer-se que só um ignorante se atreve a nascer pois sabe que está condenado à morte. Nem os pais devem gerar... estão a criar um condenado.

MARIA MAGNIFICA disse...

Apreciamos o seu comentário embora radical porque ninguém antes de nascer sabe que vai morrer ou saberá?
Com o tabaco é outra coisa... já fui fumador e paguei uma factura bem alta por o ter sido mas, acredite, não sou anti-tabagista primário.
Só que quando os Estados são obrigados a pôr nas embalagens que o produto no seu interior mata, dá que pensar.