05/07/2012

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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Dois mil bombeiros foram 
despedidos este ano 

Cerca de dois mil bombeiros profissionais já foram despedidos este ano em todo o país devido às dificuldades financeiras das corporações e às alterações das regras de transporte de doentes, afirma o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais. 

"Em média, as mais de 400 corporações existentes estão a ser forçadas a rescindir contratos com dois a três trabalhadores, mas há situações muito mais graves, pelo que facilmente se chega aos 2.000 despedimentos desde o início do ano", afirmou Sérgio Carvalho.
 O dirigente, que lidera o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais e é vice-presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, participou hoje no Algarve em duas reuniões para debater com colegas da região as dificuldades que as corporações atravessam. Entre os temas debatidos, os profissionais consideraram particularmente grave a situação resultante da impossibilidade de as câmaras municipais abrirem novos concursos e o bloqueamento de carreiras na administração pública imposto pelo Governo, que, asseguram, está a levar à falta de graduados. "Já não temos graduados suficientes e temos elementos a chefiar com postos em que, numa outra situação, seriam eles os chefiados", ilustrou Sérgio Carvalho. 

Segundo o dirigente sindical, as dificuldades financeiras das autarquias fizeram reduzir em alguns casos para metade o financiamento autárquico aos corpos de bombeiros, que já anteriormente viviam situações difíceis. Além desses problemas, as alterações de regras do transporte de doentes -- modificadas em legislação saída a 15 de maio -- gerou ainda mais dificuldades às corporações, cujos profissionais "dependiam financeiramente das associações humanitárias que viviam desse transporte", apontou. 
Além das rescisões de contrato, que segundo Sérgio Carvalho nalguns casos englobam a totalidade dos profissionais das associações humanitárias, há várias situações de salários em atraso em todo o país. Os profissionais queixam-se ainda dos baixos salários e das precárias condições de que são obrigados a usufruir, observando que um bombeiro profissional ganha 1,70 euros por hora no seu turno de serviço, o que o obriga a trabalhar à noite como voluntário pelo mesmo valor/hora.

 "Uma vez que ele é profissional, é obrigado a fazer descontos pelo serviço prestado no seu turno de serviço, pelo que ganha menos do que um voluntário, que não paga impostos", disse. As reuniões de hoje em Faro e Vila Real de Santo António enquadram-se num conjunto de iniciativas idêntica em outras zonas do país para avaliar a situação dos corpos de bombeiros a nível nacional. 

 * Em termos de desemprego tanto vale um bombeiro despedido como um escriturário ou um técnico especializado, é um cidadão sem trabalho e isso é  grave! 
É salutar que as associações de classe lutem por direitos próprios, não esquecendo que ao lado existem outras associações e que só juntas poderão ter resultados na luta contra a corrupção instalada nos centros de poder.

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